Thursday, December 31, 2009

RENATO RUSSO VISTO EM PROFUNDIDADE


O Editor-Executivo do Correio Braziliense, Carlos Marcelo Carvalho, é autor da mais recente biografia do carismático músico, cantor, compositor e fundador de bandas como Legião Urbana. Já nas livrarias, a obra distingue-se das outras biografias de Renato Russo justamente por não ser só uma biografia — é, para além disto, um estudo em profundidade da importância do cantor para a recente história da Música Popular Brasileira



Evandro da Nóbrega
Escritor, Jornalista, Editor
http://druzz.blogspot.com
[druzz.tjpb@gmail.com]



Este material é também gentilmente reproduzido pelos seguintes URLs:


*Blog Cultural El Theatro, de Elpídio Navarro [www.eltheatro.com];


*Portal PS on Line, de Paulo Santos [www.psonlinebr.com]; e


*Jornal A União On Line [www.auniao.pb.gov.br]



Depois de lançado em Capitais do Sudeste, em Brasília (DF) e em Recife (PE), chegou finalmente à Paraíba a biografia escrita por um paraibano/brasiliense sobre o cantor, compositor e músico carioca-noviorquino-brasiliense Renato Russo, criador da importante banda tupiniquim Legião Urbana.

Trata-se do livro Renato Russo: o Filho da Revolução, de autoria do jornalista e escritor Carlos Marcelo Carvalho, jovem profissional das Letras cujos 39 anos de idade não o impedem de exercer com brilho a Editoria-Executiva do jornal Correio Braziliense. E este mesmo autor — hélàs! — vem a ser filho de nosso dileto amigo, colega de Conselho Estadual de Cultura e inspirado cronista neste mesmo jornal A União, Carlos Pereira de Carvalho e Silva, engenheiro que tantos trabalhos já prestou à nossa Cultura. Comprova-se, mais uma vez, aquilo de que “de bom grão nunca mau pão” ou “quem sai aos seus não degenera”.

O livro sobre Renato Russo (1960-1996) veio a lume pela Editora Agir, tem 416 páginas, custa em torno de R$ 60,00 e viu-se lançado, semana passada, no Centro Cultural Zarinha (Tambaú, João Pessoa).

Não é preciso insistir sobre a importância deste livro, especialmente para melhor compreensão da recente História da Música Popular Brasileira. A própria revista Veja, em sua edição 2.116, de 10 de junho deste ano de 2009, dedicou vasta e bem ilustrada matéria ao livro de Carlos Marcelo.

A reportagem da Veja exibe uma foto de Renato Russo, feita pelo fotógrafo Marcos Prado, em 1995 (um ano antes da morte do compositor), com a legenda:

“Imobilizado na cama por uma doença na perna, ele [Renato Russo] projetou, ainda adolescente, a banda que anos depois seria o Legião Urbana”.

Essa reportagem, na seção “Livros” da principal revista semanal brasileira intitulou-se “O homem que calculava” — mas nada tinha a ver com o romance infanto-juvenil homônimo do escritor brasileiro Malba Tahan, heterônimo do professor Júlio César de Mello e Souza, e já em sua 75ª edição.

O “homem que calculava”, no caso do livro de Carlos Marcelo, é o próprio Renato Russo, no sentido de que o compositor planejou cuidadosamente a condução de sua carreira artística. Este é um dos pontos essenciais da mais nova obra (e a mais completa, diga-se de passagem) sobre a mais importante figura do rock brasileiro.

A matéria da Veja — assinada por Sérgio Martins — revelava também que o biógrafo de Renato Russo fala das “saborosas excentricidades que fizeram sua fama” (dele, Renato).

Por estas e outras é que a biografia montada por Carlos Marcelo — que não é propriamente uma biografia, mas um aprofundado estudo sobre o biografado e seu tempo — vem alcançando sucesso de crítica e de público. Diferentemente de outros relatos sobre a vida de Renato Russo, traça um “perfil incomum, de raro valor”, no conjunto de narrativas sobre a trajetória do cantor, cujo perío­do de atividade abrangeu os anos de 1978 a 1996.


Nome mais importante do rock brasileiro



O obstinado músico Renato Russo chamava-se Renato Manfredini Júnior. Aos 15 anos de idade, em 1975, os médicos descobriram que ele estava com epifisiólise (desgaste de cartilagens e ossos que faz com que o a parte superior do fêmur se descole da bacia). Com três pinos nesse osso, passou dois anos imobilizado numa cama. Sobre o livro de Carlos Marcelo, anota ainda a Veja:

“Nesse período de sofrimento e tédio”, Renato Russo “dedicou-se a criar uma banda de rock imaginária, a 42nd Street Band, na qual assumiria a persona do baixista e vocalista Eric Russell. Encheu cadernos e cadernos (em inglês) com a história da banda. Aos 19, já recuperado, o jovem dava os primeiros passos para realizar os projetos que esmiuçara nos seus rascunhos, como cantor e baixista do grupo punk Aborto Elétrico. Já adotara então o nome artístico com o qual ficaria conhecido: Renato Russo. Em 1985, ao lado do baterista Marcelo Bonfá, do guitarrista Dado Villa-Lobos e do baixista Renato Rocha, ele lançou o primeiro disco do Legião Urbana. Foi como letrista e vocalista dessa banda que Renato Russo se tornou o maior nome da história do rock brasileiro. Os treze discos do grupo e os quatro álbuns-solo do cantor somam 14 milhões de cópias vendidas – 300 mil unidades só no ano passado” [2008].

Tendo nascido no Rio de Janeiro, onde morou até os seis anos de idade, Renato Russo viveu de 1967 a 1969 em Nova York, para onde havia sido transferido seu pai, servidor do Banco do Brasil, e onde foi grandemente influenciado pela cultura americana. De volta ao Brasil, foi novamente viver no Rio de Janeiro, de onde partiria depois para Brasília (1973).

A primeira banda de Renato Russo, Aborto Elétrico, surgiu em 1978, mas só durou quatro anos, por causa das brigas entre o cantor e o baterista. A partir de 1982 e até sua morte, Russo empenhou-se em sua banda Legião Urbana, dedicando-se mais ao rock e ao pop que ao punk.

Mas deixou também discos solo, tendo cantado com a 14 Bis e Biquíni Cavadão, além de músicos do naipe de Herbert Vianna, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Cássia Eller, Adriana Calcanhoto e Paulo Ricardo. Da Aborto Elétrico é que sairia, além da Legião Urbana, outra banda, Capital Inicial.

Há outros livros sobre o famoso cantor, a exemplo de

1) Conversações com Renato Russo;

2) Depois do fim: Vida, amor e morte nas canções da Legião Urbana, de Angélica Castilho e Érica Schlude, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro;

3) O Trovador Solitário, de Arthur Dapieve; e

4) BRock - O rock brasileiro nos anos 80, também de Dapieve.

Sobre o livro de Carlos Marcelo Carvalho, diz a Wikipédia brasileira:

“A obra é contextualizada desde o período de infância de Renato, passando pela sua juventude —com acontecimentos políticos históricos da época forte de opressão da Ditadura Militar—e culminando com o seu amadurecimento como homem, poeta, artista e músico”.


Pequeno trecho do livro de mais de 400 páginas


Nas idas ao cinema ou ao curso de inglês, Renato Manfredini Júnior tentava apreender os segredos de Brasília. Mistérios que ainda causavam espanto tanto para os moradores quanto para os visitantes.

"— Parece incrível que Brasília, ao completar seu 14o aniversário como sede do governo da República, ainda esteja sujeita a periódicas crises de falta de confiança para cumprir os altos desígnios de seus construtores", observou o jornalista Tão Gomes Pinto em reportagem de capa da revista Veja, publicada em abril de 1974.

Três meses depois, ao cumprir a promessa feita em 1962 e regressar à cidade, Clarice Lispector registrou no Jornal do Brasil a angústia de 48 horas transcorridas no Planalto:

“— Brasília é o mistério classificado em arquivos de aço. E eu, quem sou eu? Como me classificaram? Deram-me um número? Sinto-me numerificada e toda apertada. Brasília é um futuro que aconteceu no passado. É o fracasso do sucesso mais espetacular do mundo. Brasília é uma estrela espatifada. Estou abismada.”

Após afirmar ter voltado para o Rio de Janeiro "irremediavelmente impregnada por Brasília", Lispector confessou:

"— Prefiro o entrelaçamento carioca." Talvez porque as ruas da capital carecessem da capacidade de sintetizar a "expansão de todos os sentimentos da cidade", na célebre definição de João do Rio (1881-1921).

Não tinham nascido "como o homem, do soluço, do espasmo" e por isso jamais poderiam ser consideradas "a mais igualitária, a mais socialista, a mais niveladora das obras humanas", como definiu o cronista em sucessão de textos publicados entre 1904 e 1907, pouco depois de a cidade fluminense se tornar a capital federal.

Pelo contrário: as quadras brasilienses, apesar de parecidas no traçado, tinham ocupação estratificada de acordo com a atividade profissional dos moradores. Algumas exclusivas para parlamentares, outras para militares graduados, outras ainda para funcionários públicos — e os filhos dos ocupantes reproduziam fielmente, muitas vezes de forma violenta, a rígida hierarquia habitacional.”

Renato sabia, por exemplo, que deveria tomar cuidado ao adentrar quadras vizinhas. Magro e baixinho, podia ser considerado vítima em potencial das constantes brigas entre jovens, muitas surgidas sem motivo aparente, quase sempre quadra-contra-quadra. Delimitação de território. A turma da 303 Sul, por exemplo, saiu várias vezes no braço com o pessoal da 305.

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Artigo publicado originalmente no jornal A União,
de João Pessoa, PB, na quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

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Thursday, December 10, 2009

A FARSA DOS PROTOCOLOS DOS SÁBIOS DE SIÃO


[Para ampliar fotos e legendas, clique na ilustração acima]



Ainda há bobos (ou pessoas de má-fé) que acreditam (ou fingem acreditar) num “documento” comprovadamente forjado em fins do século XIX pela polícia secreta do czar


Evandro da Nóbrega
ESCRITOR, JORNALISTA, EDITOR
[http://druzz.blogspot.com]
[druzz.tjpb@gmail.com]



Este material é também publicado nos seguintes URLs:

*Blog Cultural El Theatro, de Elpídio Navarro [www.eltheatro.com];

*Portal PS on Line, de Paulo Santos [www.psonlinebr.com] e

*Jornal A União On Line [www.auniao.pb.gov.br]



Há alguns dias, sem se identificar, alguém telefonou para emissora de rádio local, que no momento apresentava entrevistas e debates. Ao telefone, o ouvinte desconhecido aconselhava enfaticamente: “Leiam os Protocolos dos Sábios de Sião! Leiam os Protocolos dos Sábios de Sião!”...

Os radialistas ficaram sem saber o que danado era aquilo. Alguém arriscou: “Talvez seja um doido com mania de falar coisas incompreensíveis”.

Coin­­cidiu que o entrevistado seguinte foi Edivaldo Nóbrega, secretário estadual do Desenvolvimento e que vem a ser meu terceiro irmão. Quando lhe relataram o telefonema sobre os tais Protocolos, o mano aconselhou: “Liguem pro Druzz (eu, Evandro), que ele explica tudim”. Os radialistas pensaram então numa entrevista comigo em torno do assunto.

Precisa entrevistar, não! Nesta página de A União, Universidade Viva do Jornalismo, tento explicar didaticamente este negócio de Protocolos dos Sábios de Sião. Algo que deveria ser, aliás, do conhecimento de qualquer cidadão antenado com a realidade mundial.

Primeira coisa a ser dita: quem liga para uma emissora recomendando que as pessoas leiam os tais Protocolos dos Sábios de Sião, só pode ser

1) ignorante ou desinformado;

2) ou de má-fé;

3) ou os itens anteriores juntos — sem descartarmos a já referida sugestão de doidice. Isto porque, desde 1921, ficou indubitavelmente provado & comprovado que esses Protocolos não não passam de grosseira falsificação, de grotesca farsa.

Hoje, não pode haver, no Mundo, alguém educado, culto, informado, que ainda ache ter esse amontoado de baboseiras algum laivo de veracidade.

Vamos começar pelo começo. Em 1903 e 1905, na Rússia, apareceram — respectivamente em jornal e em livro — uma catadupa de mentiras antissemitas com o título de Os Protocolos dos Sábios de Sião. Era uma espécie de minuta de um “plano conspiratório judaico-maçônico” visando a substituir o Capitalismo e o Cristianismo, em particular no Ocidente, por nova ordem mundial, sob o comando os judeus e maçons.

O “livro” surgiu justamente na Rússia, país de longa tradição anti-semita, para justificar pogroms, os incríveis massacres de judeus, escolhidos como bodes expiatórios das frustrações sociais. Doença multissecular, o anti-semitismo obviamente não nasceu na Rússia e dela não é exclusivo. E o insano e inexplicável ódio que lhe é subjacente não se dirige só a judeus: atinge também árabes, negros, “bruxas”, homossexuais, “magos”, deficientes físicos et alii.

No russo original, os Protocolos chamaram-se Protokoly sionskikh mudryetsov [= Protocolos dos Sábios Sionistas], reduzido para Sionskie Protokoly [= Protocolos Sionistas]. Outra designação: Programma zavoevaniya mira evreyami [= Programa de dominação mundial pelos judeus]. Hoje em dia, são alguns países árabes e o Irã que irresponsavelmente mais disseminam edições desse lixo histórico, por irracional ódio gratuito à democracia representada por Israel.

Anti-semita & anti-Revolução

Além de perfídia contra judeus, maçons e a inteligência das pessoas, os Protocolos serviram à perfeição a reacionários russos e estrangeiros. Muitos dos revolucionários de 1917 eram efetivamente judeus. Entre esses, encontravam-se alguns dos mais educados cidadãos, vez que é de todos sabido ( embora o ressentimento antijudaico impeça a muitos o reconhecimento público desta verdade): o judeu, como regra, sempre privilegiou o saber, a escrita, a vida do espírito, a preservação da experiência para a posteridade.

Era do interesse dos czaristas e dos reacionários externos fazer com que parecesse verdadeiro aquele falso plano de dominação mundial “patrocinado” por Sião (Zion é outra forma de dizer Israel ou “o povo de Israel”).

Os Protocolos — com várias edições ou em séries na Imprensa, panfletos, livros etc — apareciam como a trancrição de fictício encontro secreto, mantido em 1897, na cidade de Basiléia, Suíça, por líderes judeus e maçons. Nesse imaginário encontro, tais lideranças propunham um “plano” de dominação mundial — absurdo em que alguns poucos infelizes gatos pingados ainda hoje creem.

Quem acredita em patranhas tais de normal tem obsessão por teorias conspiratórias, lendas urbanas, invasão de alienígenas, permanente desconfiança em tudo — e há até quem sofra de graves problemas mentais. São também indivíduos de má-fé, soturnos, doentios, ideologicamente deformados, com parti-pris pelas mais insensatas doutrinas.

Além de embuste, um caso de duplo plágio

Em Londres, no ano de 1920, apareceu o livro O perigo judeu, que outra coisa não era senão a transcrição dos falsos Protocolos. À mesma época, circulou em Paris uma tradução francesa. Havia o objetivo, não enxergado pelo público leitor influenciável, de dar veracidade aos falsos Protocolos.

Os “protocolos” teriam sido “descobertos” por um tal Serguiêy Nilus, servidor do regime czarista (parte do qual tinha todo o interesse em disseminar a perseguição popular aos judeus e, como depois se tornou óbvio, em desmoralizar a esquerda revolucionária russa). Mas, em 1921, o conceituado jornalista Philip Graves, correspondente de The Times de Londres em Constantinopla, investigou o caso a fundo.

E descobriu terem sido esses papéis simplesmente forjados pela Okhrana, a polícia secreta do czar. E, além disto, haviam sido plagiados, em grande parte, de duas obras obscuras: a) uma sátira a Napoleão III, escrita por advogado francês e publicada em Genebra e Bruxelas (1864 e 1865); e b) um romance fantasioso saí­do na França.

O rigoroso The Times imedia­tamente localizou os originais dos livros que haviam servido de base aos Protocolos — e a farsa foi inteiramente posta a descoberto. Enfim, os Protocolos não passavam (e não passam) de um plágio de outros plágios!... E toda a trama foi confessada, também, por um “russo branco” — um antibolchevista que lutava contra o novo regime comunista: um certo Mikhail Raslovlev, com ligações com a tal polícia secreta czarista.

Ocorre hoje o que ocorria então: as pessoas não leem, não se informam, e ficam acreditando em tudo quanto é invenção. Muitas têm até necessidade compulsiva de crer nas mais disparatadas lorotas — adoram ser enganadas. Como dizia aquele famoso dono de circo americano: “Você não perderá dinheiro se apostar na credulidade humana”...

No Brasil, só historiadores racistas aceitaram essa armação

Outra prova de que os Protocolos foram usados como arma política: na edição americana de 1919, as referências aos judeus viram-se substituídas por alusões aos comunistas soviéticos. No Brasil — onde tivemos nosso protocolozinho, sob a forma da farsa do Plano Cohen, em 1937, que resultou no Estado Novo —, somente escritores manifestamente racistas deram crédito aos Protocolos.

Em termos mundiais, hoje em dia, apenas regimes fanaticamente retrógrados, como o vigente no Irã, ainda aceitam os Protocolos como autênticos. Liderados por reconhecidos analfabetos em História, regimes teocráticos assim como esse não compreendem haver insanáveis discrepâncias entre diferentes versões dos “manuscritos”, que mudam de título e/ou de conteúdo conforme a língua e o país em que circulam.

Os defensores da insustentável autenticidade dos Protocolos são os mesmos analfas que pretendem negar a realidade do Holocausto, responsável pelo deliberado genocídio de 6 milhões de judeus na Europa hitlerista.

Pode-se até ver Mein Kampf, o “livro” do doido-ruim Adolf Hitler, como versão amplificada dos Protocolos. Antes de lerem as coisas que devem realmente conhecer, muitas pessoas vão logo acreditando, de cara, em doutrinas estapafúrdias, desde que atendam a seus vieses político-ideológicos. Assim, da próxima vez que alguém disser “Leia os Protocolos dos Sábios de Sião”, responda:

Leia você, na Encyclopaedia Britannica, o artigo ‘Protocols of the Lear­ned Elders of Zion’, que assim começa: os Protocolos constituem documento fraudulento que primordialmente serviu como pretexto e racio­nalização para o anti-semitismo de inícios do século XX...

Mas sabe o que um desses capadócios me respondeu? “É em inglês, não é? Não vou ler, não. Inglês é a língua de capitalistas, de imperialistas. Não quero negócio com qualquer coisa que venha dos EUA”.

O que é que se vai fazer com uma pessoa assim, a não ser cruzar os dedos para que a internem?! Esses retardados da Cultura presumem ter a “cabeça feita” e não querem queimar as pestanas, ler alguma coisa que preste. São efetivamente analfabetos funcionais: podem até ler alguns textos, mas não os compreendem — e compreendem ainda menos os contextos históricos que os produziram.

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[Publicado originalmente na última página da edição do jornal A União, de João Pessoa, PB, no domingo, 6 de dezembro de 2009]

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