Thursday, May 19, 2011

MEMORIAL VIRTUAL DO JUDICIÁRIO PARAIBANO


________________



UM MUSEU ON LINE
Esta é a página inicial do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano, que será inaugurado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, no próximo dia 26 de maio. Com seu próprio URL, o Memorial será hospedado na Internet pela Diretoria de Tecnologia da Informação do TJPB e poderá ser acessado também a partir do Portal Institucional On Line do Poder Judiciário da Paraíba. O Memorial Virtual estará em permanente construção e novos itens irão sendo acrescentados periodicamente. Todos os detalhes estão na notícia abaixo. [Clique na foto para ampliá-la]
________________




OUTRA OBRA HISTÓRICA
Capa do livro do desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, a ser lançado também na solenidade em que a Presidência do TJPB apresentará aos paraibanos o Memorial Virtual do Judiciário.


________________


NA TERCEIRA ETAPA DAS COMEMORAÇÕES PELOS 120 ANOS DE SUA INSTALAÇÃO OFICIAL, TJPB INAUGURA MEMORIAL VIRTUAL DO JUDICIÁRIO PARAIBANO E LANÇA NOVA OBRA HISTÓRICA





Duas atividades principais marcam a solenidade de abertura da terceira etapa das comemorações pela passagem, neste ano, do centésimo-vigésimo aniversário de instalação oficial do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. A cerimônia ocorrerá — sob a presidência do Chefe do Poder Judiciário, desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos — a partir das 17 h desta quinta-feira, 26 de maio, no Salão Nobre do Palácio da Justiça, sede do Poder Judiciário e do TJPB.

Uma dessas atividades será o lançamento do livro Personalidades do mundo jurídico e político (Último volume de uma trilogia), do desembargador, escritor e historiador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. A obra e seu autor serão apresentados pelo Professor Doutor José Loureiro Lopes, Reitor do UNIPÊ (Centro Universitário de João Pessoa). O livro é publicado pelas Edições do TJPB, na prestigiosa Coleção “Memória do Judiciário Paraibano”.

Pertencente ao Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e autor de várias obras, especialmente na linha historiográfica, o desembargador Marcos é também presidente da Comissão (Permanente) de Divulgação e Jurisprudência do Tribunal paraibano e da Comissão Especial de Alto Nível constituída pelo desembargador-presidente Abraham Lincoln para coordenar as festividades dos 120 anos do TJPB. 

MEMORIAL VIRTUAL
Precedendo o lançamento do livro, haverá outra atividade de destaque na abertura da terceira etapa das festividades: o lançamento do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano, uma espécie de museu on line apresentando a riqueza histórica, jurídica, literária, artística, arquitetônica — enfim todos os bens culturais acumulados pela Magistratura paraibana nestes 120 anos de existência da mais alta Corte de Justiça do Estado.

A idéia de se lançar este Memorial Virtual foi do próprio desembargador Marcos Cavalcanti, presidente da Comissão Especial dos 120 Anos do Tribunal. Depois de aprovada, à unanimidade, pelos membros deste colegiado, a sugestão foi também aceita, com elogios, pelo desembargador-presidente Abraham Lincoln, que, durante a solenidade deste dia 26, vai assinar Ato da Presidência do TJPB instituindo oficialmente o Memorial Virtual, com sua respectiva equipe.

TRÊS PROJETOS
Com vistas à elaboração do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano, a presidência da Comissão Especial e seus integrantes aprovaram seguidamente três projetos:

1) o Projeto Gráfico, de autoria do designer visual Mílton Nóbrega;

2) o Projeto Técnico, de autoria do analista de sistemas João Paulo Fechine Sette, representante da Diretoria de Tecnologia da Informação do TJPB, por indicação de seu diretor, o Dr. José Augusto de Oliveira Neto; e

3) o Projeto de Conteúdos, que, por decisão da Comissão Especial, ficou a cargo do escritor Evandro da Nóbrega, membro deste colegiado, assessor da Presidência do Tribunal e editor do informativo Judiciarius.

Para a Comissão Especial escolher Evandro da Nóbrega como responsável pela inserção dos conteúdos no Memorial Virtual pesou, sobretudo, sua experiência on line: depois de haver sido por muitos anos editor-geral de O Norte, foi também editor do primeiro Caderno de Informática e Internet surgido na Paraíba (suplemento deste jornal e do Diário da Borborema). Além disto, este editor mantém blogs e outras atividades permanentes na Rede Mundial de Computadores (Blogger, WordPress, Twitter, Facebook, Orkut, Sonico, Skype, Hi5, LinkedIn, QuePasa, SlideShare, Esquina das Letras, Fóruns diversos, no Brasil e no Exterior etc). 

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Em nome da Presidência do Tribunal e da Presidência da Comissão Especial dos 120 Anos do TJPB, o diretor José Augusto de Oliveira Neto, da DITEC (Diretoria de Tecnologia da Informação), e o editor Evandro da Nóbrega, assessor da Presidência do TJPB e autor do Projeto de Conteúdo, apresentarão conjuntamente o Memorial Virtual ao público, logo depois da assinatura do Ato da Presidência que institui este novo espaço nobre na Web.

É a DITEC que vai hospedar, na Internet, o novo Memorial on line, a partir inclusive de um link no Portal Institucional do Poder Judiciário da Paraíba. Esta apresentação do Memorial, que tomará pouco tempo, deveria ser feita pelo analista de sistemas João Paulo Fechine Sette. Mas compromissos inadiáveis em Recife (PE) o impedem de estar presente à solenidade, de modo que será substituído pelo próprio diretor da DITEC, com apoio do autor do Projeto de Conteúdo.  

COMO SERÁ NO FUTURO
Já o responsável pelo Núcleo de TV da Gerência de Comunicação do TJPB, cinegrafista Pedro Medeiros Dantas, demonstrará, também em poucos minutos, como pode ser o Memorial Virtual em futuro próximo, com o uso de novas técnicas e recursos, como o da “fotografia de 360 graus”, por vezes impropriamente chamada “fotografia panorâmica”.

Usando lentes e outros equipamentos fotográficos apropriados, além de programas de computador especializados, as técnicas de WFP (Wide Format Photography ou Fotografia de Amplo Formato) ou de APS (Advanced Photo System ou Sistema de Fotografia Avançada) permitem ao interessado ver todos os ângulos de um ambiente (ou paisagem), sucessivamente acima, abaixo, à direita, à esquerda (ou em qualquer ordem), em campos e ângulos de visão bem mais longos e/ou ampliados que o normal. 

COMISSÃO ESPECIAL
Instituída em inícios de fevereiro do corrente ano pelo atual Chefe do Poder Judiciário, desembargador-presidente Abraham Lincoln da Cunha Ramos, a Comissão Especial dos 120 Anos do TJPB é presidida pelo desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Além disto, vê-se integrada pelos seguintes membros:

·        os desembargadores Arnóbio Alves Teodósio e José Ricardo Porto (titulares), além dos membros suplentes (a desembargadora Maria das Neves do Egito de Araújo Duda Ferreira e os desembargadores João Alves da Silva e Romero Marcelo da Fonseca Oliveira);

·        o Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, ex-Secretário-Geral da Corte de Justiça;

·        o historiador e escritor Itapuan Botto Targino, Diretor de Informação Institucional do TJPB;

·        o editor Evandro da Nóbrega;

·        o historiador Humberto Cavalcanti de Mello; e

·        o Dr. Umbelino Peregrino de Albuquerque, dirigente local do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

DISTRIBUIÇÃO DE PUBLICAÇÕES
Ao final da solenidade desta quinta-feira, 26 de maio, serão distribuídos o livro do desembargador Marcos Cavalcanti e o quarto número do informativo Judiciarius, órgão de divulgação do Poder Judiciário da Paraíba.

Como sempre, esta edição de Judiciarius trará, além do noticiário em geral da Corte de Justiça, novos materiais históricos sobre a trajetória do TJPB nestes 120 anos de existência.

APOIO DA PRESIDÊNCIA
O presidente do TJPB, desembargador Abraham Lincoln da Cunha Ramos, reiterou seu apoio à Comissão Especial, por ele instituída para elaborar toda a programação das comemorações no ano do 120º aniversário, durante todo este ano de 2011.

— Estamos avançando do processo de virtualização do processo judicial e de informatização de todo o Judiciário paraibano — disse o desembargador-presidente — Ao mesmo tempo, agimos no sentido de preservar nossa História, por intermédio de todo um trabalho de resgate de sua memória.

UMA FONTE DE PESQUISAS
Já o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Comissão Especial dos 120 Anos do TJPB, destacou a importância do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano, não só como um elemento importante para esse resgate da memória das ações da Magistratura estadual, mas também como fonte de pesquisa acadêmica, que ficará à disposição da sociedade de forma permanente.

A criação e o conteúdo do memorial do Poder Judiciário tem a contribuição de todos os membros da Comissão, no entanto, coube ao assessor da Presidência, membro da comissão e escritor Evandro da Nóbrega, a pesquisa para consolidação do conteúdo final, que será disponibilizado no Memorial Virtual (memorialvirtual.tjpb.jus.br). Já os trabalhos técnicos e a programação visual da página foram de responsabilidade do assessor técnico do TJ, João Paulo Fechine Sette.

PROGRAMAÇÃO DE JUNHO
A solenidade desta quinta-feira, 26 de maio, assinala a abertura da terceira etapa das festividades. Já a quarta etapa das comemorações pelos 120 anos do TJPB será aberta a 30 de junho próximo, no mesmo local (Salão Nobre do Palácio da Justiça) e horário (17 h). Entre as iniciativas marcadas para essa data de junho, encerrando as solenidades do primeiro semestre, encontram-se:

·        a reabertura do Museu e Cripta de Epitácio Pessoa, no subsolo do Palácio da Justiça, com restauração total realizada pela atual Administração do TJPB (é neste local que se encontram os restos mortais do grande presidente brasileiro e de sua esposa Mary Sayão Pessoa, além de copioso acervo fotográfico e de objetos que pertenceram ao único paraibano a presidir o Brasil);

·        uma conferência do professor de Direito, procurador do Tribunal de Contas do Estado e escritor Marcílio Franca, que falará sobre Epitácio Pessoa como jurista de fama internacional.

·        lançamento do livro A cegueira da Justiça: Diálogo iconográfico entre Arte e Direito, de autoria do professor de Direito, procurador do TCE-PB e escritor Marcílio Franca (a obra e seu autor serão apresentadas ao público pelo desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque);

·        distribuição do quinto número do informativo Judiciarius, órgão de divulgação oficial da informação impressa do Poder Judiciário estadual.

______________________

Thursday, May 12, 2011

LANÇADAS AS MEMÓRIAS DE PALMARI DE LUCENA

_________________


Capa do livro de Palmari Hollanda de Lucena, publicado e lançado em Recife (PE) pelas Edições Bagaço — e que será lançado no dia 9 de junho na Paraíba
_________________


Palmari de Lucena, no estande das Edições Bagaço, durante a Feira de Livros em que seu livro foi lançado
_________________


O Autor, ainda bem jovem, mas já na África, ladeado por dois guerreiros/caçadores armados de suas temíveis lanças
_________________


O convite distribuído pelas Edições Bagaço e pela I Feira Literária para o lançamento da obra de Palmari de Lucena — que, por sinal, ficou muito satisfeito não apenas com a esmerada edição do livro, quanto com a organização da Fliguara
_________________


O programa da Feira de Livros, em Recife (PE), em que foi lançado o livro de Palmari Hollanda de Lucena — ainda por cima descendente dos cristãos-novos que aportaram ao Brasil nos tempos coloniais, vindo da Espanha e de Portugal, enfim, da Península Ibérica.
_________________


Muitas das aventuras contadas por Palmari de Lucena, em seu livro, passam-se em Nova York — mas nem todas, claro, pois o Autor é impenitente globe-trotter, tendo percorrido, a trabalho ou por lazer, praticamente todos os países 
_________________


O LIVRO DE PALMARI HOLLANDA DE LUCENA: NEM AQUI, NEM ALI, NEM ACOLÁ



+ + +

Evandro da Nóbrega
escritor, jornalista, editor
[druzz.judiciario@gmail.com]

+ + +

Este artigo é reproduzido, entre outros, pelos seguintes URLs:

- Blog Cultural EL THEATRO, de Elpídio Navarro:

- Portal PS OnLine, de Paulo Santos:

- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS:

- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro da Nóbrega:

+ + +






Como previsto, aconteceu às 15 h do dia 30 de abril, em Recife, mais propriamente em Jaboatão dos Guararapes, o lançamento do esperado livro de memórias do escritor, consultor internacional e globe trotter paraibano-mundial Palmari Hollanda de Lucena.

  
O livro intitula-se Nem aqui, nem ali, nem acolá — designação bem ao gosto de quem passou a vida toda (e ainda passa!) a percorrer, por lazer ou a serviço, os mais diversos países, em todos os Continentes.
       
HÁ QUARENTA ANOS!
Tive o privilégio de ler, ainda no original, a maioria das crônicas que compõem este livro — mesmo porque tenho com Palmari Lucena uma história de amizade que remonta ao ano de 1971, quando por vez primeira fui para os Estados Unidos.


Uma amizade, portanto, que já completou seus quarenta anos, sem qualquer altercação, por mínima que fosse — e, muito pelo contrário, recheada de muito humor e experiências de vida inesquecíveis.
       
PARAÍBO-AMERICANO
Mas Palmari já se encontrava em território americano desde 1964, quando saiu da Paraíba, num navio mercante, antes mesmo do Golpe Militar daquele ano de triste memória. Daqui saiu para tentar a vida primeiramente em San Francisco (Califórnia) e, depois, em Nova York.


Passou por muitas coisas ruins e muitas coisas boas, começando por baixo e atingindo o status de consultor de importantes agências da ONU e, depois, da própria Organização das Nações Unidas.

TENENTE LUCENA E SIVUCA
Interessante é que não cheguei a conhecer Palmari em João Pessoa, onde ambos morávamos, inclusive em 1964. Fui conhecê-lo, pelo mais puro acaso, diante do Kennedy Center, em Nova York. Ele estava conversando com um grupo de americanos e, olhando para mim, perguntou (em inglês mesmo) se eu não era brasileiro.


— Brasileiro, paraibano e dos Vales do Espinharas, do Sabuji e do Seridó! — retruquei-lhe.


— Uai, também sou paraibano! — assombrou-se o filho do regionalmente célebre Tenente Lucena, o músico paraibano que regeu a Banda de Música do Exército, na Capital das Acácias, e que chegou a visitar longamente uma de suas paixões geográficas: a África Negra. O Tenente Lucena, porém, embora gostasse muito do filho Palmari, como de resto gostava de todos os numerosos filhos e filhas, não gostava muito de Nova York, onde se sentia “um macaco desajeitado numa elegante loja de porcelanas”...


Nessa mesma conversa noviorquina, para cima e para baixo, inclusive de metrô, vim a saber, também, que Palmari Hollanda de Lucena era primo de outro grande músico, o itabaianense Sivuca. Ele, juntamente com a compositora e cantora Glorinha Gadelha, está me ajudando muito na ciclópica tarefa que é escrever a “biografia oficial” de um dos maiores músicos mundiais de todos os tempos.

AVENTURAS FANTÁSTICAS
Em cidades americanas, nas sucessivas visitas que fiz aos EUA, passamos os dois, Palmari e eu, pelas mais inacreditáveis aventuras, cujo relato renderia outro folhudo livro.


Muito mais fantásticas, porém, foram e são as próprias aventuras pessoais de Palmari, em solo americano, na África, na América Central, na América do Sul, no Leste europeu, na China... Puxa vida, Vocês precisam ler este livro dele, de memórias (mas não todas, ainda!) — só para terem uma pálida idéia das inúmeras e mais que extraordinárias situações em que se meteu.


BRIGA INTERTRIBAL
Me lembro bem que, certa feita, na África, ele, Palmari, estava levando toneladas de medicamentos enviados por uma entidade religiosa americana, para os pobres de determinada nação negra.


Quando o enviado dos bispos amerianos chegou no local determinado para a entrega dos caixotes de remédios, a tribo local empenhava-se em feroz guerra contra outra tribo. Os combatentes, porém, cessaram entre si as hostilidades, até que o último caixote fosse entregue.


Mas foi só Palmari dar as costas, com sua equipe, retirando-se desse território, para a roxa briga reiniciar-se, mais renhida ainda...


MILAGRES COM VINHO  
Esta obra de Palmari decerto me estimulará a escrever algumas coisas em torno de minhas próprias aventuras com ele, tanto nos Estados Unidos quanto noutras partes do Mundo.


Não poderei esquecer, certamente (e Palmari dará risadas ao ler este trecho aqui...), causos como o da “Swedish Blond Teen, in Red Dress”, uma espécie de linda jailbait numa casa de shows de Nova York; as multas de 50 mil dólares para quem fumasse em determinado edifício clássico; e a “mágica” que sem querer obrei em Manhattan, mais propriamente numa casa de jazz em plena Quinta Avenida, transformando a alvíssima camisa de um marinheiro ianque numa peça perfeitamente tinta de vinho... E, para maior perigo de nossa integridade física e espiritual, o tal Popeye fazia-se acompanhar de horrenda lambisgóia nipônica, de caratonha tão rude quanto suas sujas invectivas!... ;-)     

LANÇAMENTOS NO EXTERIOR
O imperdível livro de Palmari, Nem aqui, nem ali, nem acolá, acaba de sair pela editora pernambucana Bagaço [Edições Bagaço] e demorará algum tempo a ser visto pelos paraibanos: depois do lançamento na capital de Pernambuco, será lançado primeiro nos Estados Unidos (para núcleos de brasileiros lá residentes) e, ainda depois, em países latino-americanos e nações africanas de língua portuguesa.


O lançamento em Pernambuco, promovido pela própria Editora Bagaço, realizou-se no Espaço Varanda sobre o Atlântico (Mirante dos Montes Guararapes), durante a realização da I Fliguara (Feira Literária do Jaboatão dos Guararapes).


Na Paraíba (João Pessoa), o livro será lançado no dia 9 de junho, a partir das 18h30, na Fundação Casa de José Américo (Bairro do Cabo Branco, antiga residência do Ministro José Américo de Almeida).
       
CRÔNICAS INTERNACIONAIS
Na orelha do volume, Afonso Horácio Leite — também escritor, folclorista, tradutor, conselheiro de entidades e defensor dos direitos humanos — nos diz que o livro de Palmari Hollanda de Lucena, Nem aqui, nem ali, nem acolá, constitui “uma coletânea de crônicas de situações humanas vividas em países de todos os continentes”.


— O autor, Palmarí de Lucena, conviveu com uma diversidade muito grande de povos e culturas, trabalhando em programas contra a pobreza e adição a drogas; administrando a ajuda humanitária da Igreja Católica dos Estados Unidos na África e América Central ou implantando os programas de desenvolvimento socioeconômico na América Latina e Caribe, como funcionário sênior da ONU.


SENSIBILIDADE HUMANA
Para Afonso Horácio, estas crônicas palmarianas são “fotografias de situações que deixam entrever uma profunda sensibilidade humana frente aos problemas sociais manifestados pelas pessoas, grupos e povos nas mais diversas realidades. Algumas crônicas são antológicas como ‘Os sutiãs que empoderaram as mulheres do vilarejo’, ou ‘Lucy o diamante na terra’ ou, ainda, ‘Uma boneca chamada Victoria’.
        
O autor da orelha do livro prossegue afirmando que o escritor Palmari Hollanda de Lucena “utiliza uma linguagem envolvente, com frases curtas, às vezes, propositalmente incompletas, a envolver o leitor e convidá-lo a se emocionar, entrar na história tomando parte dela, colocando-se, primeiro, no lugar dos personagens. A partir desse lugar social e com esse olhar, promover ações em que as pessoas se coloquem como sujeitos da sua história”.


EM FAVOR DA VIDA
E acrescenta Afonso:

Nem aqui, nem ali, nem acolá assume uma dimensão de mundo, também pela abordagem dos grandes temas da humanidade, sempre a partir do cotidiano. É uma crônica social dos povos, que tomam a palavra e assumem posições, com humor e sabedoria. É um livro onde estão escritos muitos nomes de pessoas, de lugares, de povos, muitas e diversificadas expressões, uma infinidade de situações, de formas de viver e de alternativas encontradas com inventividade.


Por tudo isso, trata-se de “um livro de memória, que condensa o clamor dos povos pela convivência na diversidade das diferenças, sem discriminação, pela solidariedade, pela paz. É a crônica da vida, em favor da vida”, conclui Afonso Horácio Leite.


NAS PRÓPRIAS PALAVRAS
Palmarí de Lucena pode ser descrito em suas próprias palavras, escritas num dos inúmeros blogs que mantém na Internet. Nasceu em João Pessoa, Capital da Paraíba. Emigrou para os Estados Unidos em 1964, em busca da democracia de Alexis de Tocqueville. Enfrentou os desafios da América na década de 1960, tornando-se um dos protagonistas do movimento de Direitos Civis e na guerra contra a pobreza na Califórnia.


Por seus trabalhos iniciais, em favor de comunidades pobres nos EUA, foi convidado a participar na mobilização de comunidades no programa antidrogas de Nova York. Logo ascendeu a cargos executivos no Governo do Estado e, eventualmente, chegou a ser Secretário-Adjunto da Prefeitura de novaiorquina. Dirigiu programas de ajuda humanitária na África, na América Latina e no Caribe, além da Divisão para a América Latina e para o Caribe da UNOPS, uma entidade da ONU.


Atua há anos como consultor e conferencista internacional sobre temas relacionados com a gestão e aplicação de recursos de organismos multilaterais. Publica crônicas e artigos sobre impressões e experiências acumuladas em viagens ou missões de trabalho ao longo da sua vida.


Reside na praia do Cabo Branco, em João Pessoa.

________________

Sunday, May 08, 2011

GUILHERME D'AVILA LINS, IHGB & MEMORIAL VIRTUAL DO JUDICIÁRIO PARAIBANO

______________



O PRESIDENTE DO IHGB
O professor e historiador Arno Wehling, internacionalmente conhecido por suas produções historiográficas no Brasil e em Portugal, é presidente do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) e fez o discurso de saudação ao novo Sócio Correspondente Brasileiro da instituição, o Dr. Guilherme Gomes da Silveira d'Avila Lins.

______________



O NOVEL SÓCIO CORRESPONDENTE BRASILEIRO
O médico, escritor, multiacadêmico e historiador Guilherme Gomes da Silveira d'Avila Lins, novo integrante do IHGB (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro), como Sócio Correspondente, tomou posse apresentando trabalho original sobre o religioso, missionário e historiador Frei Vicente do Salvador.

______________



QUEM VAI INSTITUIR O MEMORIAL VIRTUAL
O desembargador-presidente Abraham Lincoln da Cunha Ramos, que assina Ato da Presidência do TJPB, no próximo dia 26 de maio de 2011, instituindo oficialmente o Memorial Virtual do Judiciário Paraibano, como parte das comemorações pelo transcurso, neste ano, do centésimo-vigésimo aniversário de instalação do Superior Tribunal de Justiça do Estado do Parahyba do Norte, hoje Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, depois de já ter sido chamado, na Ditadura varguista, de Tribunal de Apelação.

______________



O AUTOR DA IDÉIA DO MEMORIAL VIRTUAL
O desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Comissão Especial de Alto Nível para os 120 Anos do TJPB e autor da idéia do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano

______________


SOBRE O DR. GUILHERME D’AVILA LINS NO IHGB — E SOBRE O MEMORIAL VIRTUAL DO JUDICIÁRIO PARAIBANO


+ + +
Evandro da Nóbrega
escritor, jornalista, editor
[druzz.judiciario@gmail.com]

+ + +

Este artigo é reproduzido, entre outros, pelos seguintes URLs:

- Blog Cultural EL THEATRO, de Elpídio Navarro:

- Portal PS OnLine, de Paulo Santos:

- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS:

- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro da Nóbrega:

+ + +

Era para ter eu divulgado (há semanas!) este anúncio sobre mais uma grande conquista do Dr. Guilherme Gomes da Silveira d'Avila Lins. Logo adiante, neste texto, Vocês saberão do que se trata. E vou vou logo adiantando: é coisa boa! Tanto que era de minha obrigação minha, enquanto comunicador, divulgar o quanto antes a boa-nova — o que deveria ter feito desde fins do mês passado.
Mas foi tão urgente e pesada a tarefa de elaborar um Projeto de Conteúdo para o Memorial Virtual do Judiciário Paraibano — a ser lançado ainda este mês pelo desembargador-presidente Abraham Lincoln da Cunha Ramos, do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba — que fiquei absolutamente sem tempo e em grave falta para com meu amigo Guilherme.
ANTES, O “MEMORIAL”
Já que falei sobre o Memorial Virtual do Judiciário Paraibano — outra significativa realização da Presidência da Mesa Diretora do TJPB para o Biênio 2011-2013, no âmbito do Poder Judiciário estadual —, não seria agora de bom tom deixar o leitor nas nuvens, sem entender a referência.
Que se aprofunde, pois, este assunto — antes de retornamos a Guilherme, o conquistador... de láureas e que, como sabem, descende diretamente de duas cepas fundadoras da Parahyba: os Gomes da Silveira e os d'Avila Lins.
A REVISTA DO FORO
A idéia de se disponibilizar on line um Memorial Virtual do Judiciário Paraibano foi do desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, presidente da Comissão Especial de Alto Nível para as comemorações dos 120 anos de instalação oficial do TJPB. É o desembargador Marcos também escritor, historiador; pertence ao IHGP; já criou Memoriais digitais e físicos (inclusive no TRE-PB); e, dentre muitas outras de que participa ou que lidera, preside a Comissão (Permanente) de Divulgação e Jurisprudência do TJPB — por cinco vezes consecutivas dirigida pelo atual desembargador-presidente Abraham Lincoln.
Quando assumiu a Chefia do Poder Judiciário, em fevereiro passado, o desembargador Abraham Lincoln fez questão de escolher o desembargador Marcos Cavalcanti para presidir essa Comissão de Divulgação e Jurisprudência do TJPB — a mesma que, ainda no corrente ano, vai lançar número especial e histórico da Revista do Foro, comemorativa dos 120 anos, contendo artigos jurídicos de todos os atuais desembargadores, isto é, aqueles que integram o Pleno no ano em que o Tribunal completa seu centésimo-vigésimo aniversário de instalação oficial.
PROJETO DO MEMORIAL
Já a Comissão Especial, instituída pelo atual Chefe do Poder Judiciário, tem 11 membros — e, obviamente, sou o mais apagado deles. Ainda assim, o desembargador Marcos Cavalcanti, juntamente com os demais integrantes da Comissão Especial, me entregou a formidanda tarefa de elaborar, e isto em poucos dias, o Projeto de Conteúdo do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano.
O Projeto Gráfico respectivo ficou com o notável designer visual Mílton Nóbrega, ao passo que o Projeto Técnico coube ao supercompetente analista de sistemas João Paulo Fechine Sette (que, de forma algo óbvia e hiperfácil, logo apelidei de “O Papa João Paulo Sétimo... da Informática”). Ele representa, na Equipe do Memorial, a Diretoria de Tecnologia da Informação do TJPB, por designação de seu Diretor, o Dr. José Augusto de Oliveira Neto.
A SOMA DOS PROJETOS
Juntando os três Projetos (o de Conteúdo, o Gráfico e o Técnico) é que teremos o Memorial Virtual do Judiciário Paraibano — uma espécie de Museu on line que levará aos internautas os tesouros jurídicos, literários, históricos, artísticos, arquitetônicos e culturais, no sentido mais amplo, reunidos pela Magistratura paraibana nesses 120 anos de existência daquilo que se iniciou como Superior Tribunal de Justiça do Estado do Parahyba do Norte e que hoje constitui o Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
    O Projeto de Conteúdo que, felizmente, logrei concluir em duas semanas, já foi apresentado à Comissão Especial e a seu Presidente, o desembargador Marcos. Os dignos integrantes da Comissão aprovaram toda esta fase inicial de um trabalho que nunca se acaba — o de municiar com dados, textos, fotos, vídeos etc um espaço nobre da Web, capaz de trazer Conhecimento e lazer aos mais diversos gêneros de visitantes digitais.
    COMISSÃO ESPECIAL
    A Comissão Especial de Alto Nível para os 120 Anos do TJPB, instituída pelo desembargador-presidente Abraham Lincoln, tem como presidente o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque e é integrada pelos seguintes membros igualmente ilustres: os desembargadores Arnóbio Alves Teodósio e José Ricardo Porto (titulares), além dos membros suplentes (a desembargadora Maria das Neves do Egito de Araújo Duda Ferreira e os desembargadores João Alves da Silva e Romero Marcelo da Fonseca Oliveira).
Os demais integrantes dela são o Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, com quase 45 anos de experiência no Judiciário; o historiador e escritor Itapuan Botto Targino, também do IHGP e atual Diretor de Informação Institucional do TJPB, com vasta experiência no serviço público; o historiador Humberto Cavalcanti de Mello, juiz de Direito aposentado e membro do IHGP, com acatadas obras históricas, inclusive na área do Judiciário; o Dr. Umbelino Peregrino de Albuquerque, dirigente local do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional); e, por último (e em último lugar mesmo) o escriba que vos tecla.
VOLTANDO A GUILHERME
E agora, o degas aqui (que, desde que se entende por gente, acostumou-se a trabalhar 72 horas ao dia!), arranja meia hora de folga para escrever um pouco sobre as últimas informações sobre Guilherme Gomes da Silveira d'Avila Lins.
O Dr. Guilherme — que, como médico, se aposentou da UFPB com o título de Professor Emérito — é considerado, na tocante à Historiografia, outra de suas múltiplas áreas de atividades, um dos maiores especialistas internacionais em História Colonial. E aviso logo: não é só História Colonial do Brasil, não!.
OOSFOROS... O QUÊ?
Tem a vantagem o Dr. Guilherme de, em sendo médico, entender de coisas abstrusas para o comum dos mortais, como ooforossalpingectomia e esternoclidomastoídeo; e, sendo historiador, de compreender temas para nós mais amenos, como Heródoto, Tucídides, Políbio, Antonil, Gândavo, Thévet, Barlaeus, Teschauer, Varnhagen, Southey, Serafim Leite, Studart, Rocha Pombo, Pedro Calmon — sem desconhecer os especialistas de hoje, a turma nova que chegou para... "causar", com licença para este neologismo semântico dos jovens.
Quando os excelentes historiadores holandeses da atualidade querem destrinchar alguma dúvida séria, lá deles, em torno do Brasil Holandês, quem é que procuram? Uma das pessoas que primeiro buscam ouvir, no Nordeste, é o Dr. Guilherme. E pensar que ele ainda tem tempo para se movimentar, ativa e produtivamente, em entidades como o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, a Academia Paraibana de Letras e a Academia Paraibana de Medicina, para citar apenas três subidas instâncias de sua alta prosopopéia.
     SÓCIO CORRESPONDENTE
E aí chega a hora de vos anunciar a notícia sobre o Dr. Guilherme, que era para ter sido dada há semanas. De qualquer sorte, ainda dá tempo proclamar em alto e bom som ele acaba de receber, neste dia 4 de maio de 2011, no Rio de Janeiro, o título de Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Deu-se a eleição do Dr. Guilherme, por unanimidade, a 15 de dezembro do ano passado. Ele não sabia de nada, mas o próprio presidente do IHGB, o notável historiador Arno Wehling, lhe telefonou, como direi, “pessoalmente”, para transmitir a boa-nova. Outra notícia supimpa: Wehling prontificou-se a fazer o discurso de saudação quando da posse do recém-eleito associado, em data imediatamente marcada para aquele dia 4.
CATEGORIAS DE SÓCIOS
Os sócios do IHGB, sempre eleitos pela Assembléia Geral, integram uma das seguintes categorias: Eméritos, Titulares, Honorários, Correspondentes Brasileiros, Correspondentes Estrangeiros e, por fim, os Sócios Institucionais.
Não são muitos os Sócios Correspondentes Brasileiros do IHGB. Eles existem sempre em número limitado. Além de Guilherme d’Avila Lins, contam-se, entre os atuais, figuras como Cruz Gouvêa, Vamireh Chacon, Mello Bittencourt, Aziz Ab'Saber, Leonardo Dantas, Moniz Bandeira, Mendonça Teles, Marco Maciel, Douglas Apratto, Lilia Moritz Schwarcz, Reinaldo José Carneiro Leão, Laura de Mello e Souza — e outros paraibanos, Alberto Martins da Silva (médico, general e historiador, autor, em 2009, da obra Médicos militares paraibanos: Século XIX) e José Octávio de Arruda Mello.
JUSTIÇA NA COLÔNIA
    Em resumo: a informação sobre a escolha do Dr. Guilherme para ocupar esta invejável posição lhe fora comunicada pelo dirigente máximo do IHGB — um escritor bem conhecido pela excelência de suas pesquisas históricas e pelo rigor acadêmico de suas obras. Tem o professor Arno Wehling, com atuação no Brasil e em Portugal, mais de 100 trabalhos publicados. Dentre esses, particularmente destaco 1) Direito e Justiça no Brasil Colonial, sobre o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro; e 2) Formação do Brasil Colonial, em colaboração com a Dra. Maria José Wehling, sua esposa.
    Por falar no professor Arno, fiquei desde sempre mui desejoso de ler outros trabalhos dele, aos quais ainda não tive acesso, como é o caso de “O ofício de julgar no Brasil Colonial” — e tenho certeza de que, agora, por intermédio do amigo comum Guilherme d’Ávila Lins, isto será uma mão na roda. Como ainda tenho fé em que haverei de ler, um dia, a obra de outro Sócio correspondente do IHGB, Douglas Apratto Tenório, que, com Cármen Lúcia Dantas, escreveu algo que é bom a partir mesmo do título: Rio São Francisco, um ninho de culturas. 
    UM NOVEL TRABALHO
Desta forma é que o Dr. Guilherme seguiu para o Rio de Janeiro a fim de receber a consagração dos iagagebianos. Viajou com a esposa (a Dra. Rita Maria Cury d’Avila Lins, paranaense nascida em Ponta Grossa, também médica e psicanalista, filiada à IPA - International Psychoanalytical Association) e com o filho Eduardo Cury d’Avila Lins, formado em Jornalismo pela Universidade Anhembi-Morumbi, de São Paulo, com curso de Redação Publicitária pela Miami Ad School ESPM, também paulista. Guilherme tomou posse, recebeu o título e compreendeu que esta outra fase de sua vida significa também novas tarefas e novas canseiras, novos estudos e novas produções. Quando regressar a João Pessoa, depois de passagem de descanso por São Paulo, já trará na maleta o diploma de Sócio Correspondente do IHGB.
Mas não pensem que ele, Guilherme, foi ao Rio de Janeiro de mãos abanando, apenas para receber o pergaminho. Não é assim que a coisa funciona, não! O incansável médico-historiador, autor de mais de 60 títulos imperdíveis, leu para os sábios do IHGB sua última produção no campo da História: Frei Vicente de Salvador, O.F.M. - Um breve ensaio biobibliográfico e historiográfico.
DISCURSO DE RECEPÇÃO
     A edição desta obra de 50 páginas em letra pequena saiu, aliás, no Rio de Janeiro, pelo próprio Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Contém, tal qual se lê no colofão, "o discurso de posse de Guilherme Gomes da Silveira d'Ávila Lins como Sócio correspondente do IHGB, proferido em sua sede na Cidade do Rio de Janeiro, em sessão solene em que o Professor Doutor Arno Wehling, Presidente desta Instituição, pronunciou o Discurso de Recepção ao empossado".
Fui uma das poucas pessoas que tiveram a oportunidade de compulsar, de antemão, este novel trabalho do Dr. Guilherme d'Avila Lins. É um daqueles pequenos livros que Você termina de ler — e vem aquela vontade de começar a ler tudo de novo, desde o começo.
MÉDICO & HISTORIADOR
Por tudo isto é que o Dr. Guilherme disse certa vez, de si mesmo: "Sou um devoto de Asclépio [N. da R.: Asklépios em grego, Esculapius em latim] e discípulo dos princípios de Hipócrates, mas também um reverenciador de Heródoto e de Políbio, pelo fato de ser um profissional da Medicina, mas também um amante de nossa História". E, agora, no discurso de posse ante o IHGB, falando não apenas para si, mas para todos os integrantes da entidade, pôde complementar:
"Na verdade, esta minha condição de médico e, também, em paralelo, de um dedicado estudioso de nossa História há mais de quatro décadas, me enche de alegrias e de responsabilidades, não somente diante dos respeitáveis membros desta Casa, bem como frente à efetiva participação de vários outros devotos de Asclépio na História da História do Brasil".
CIÊNCIA & HUMANIDADES
— Pertenço a uma geração — assinala ele, ainda — em que a Cultura humanística era plenamente compatível, por exemplo, com o pendor para a Medicina. Além disso, no desenvolvimento da minha cosmovisão e no meu universo cultural sempre transitaram, sem qualquer restrição e com muito respeito, inúmeros homens de Letras, assim como muitos médicos que também se dedicaram aos estudos históricos. Dentre esses últimos, salientarei a partir de agora apenas uns poucos dos mais significativos no contexto nacional.
E seguiu em vante citando vários bons médicos que igualmente foram historiadores de escol — “apenas uns poucos dos mais significativos no contexto nacional”: o paraibano Cândido Firmino de Mello Leitão (Júnior, médico, zoólogo e aracnólogo de renome internacional); o carioca Hélio (Ribeiro da) Silva; os gaúchos Joaquim Caetano da Silva e Benjamin Franklin de Ramiz Galvão; o alagoano Alexandre José de Mello Moraes (Sênior); os baianos Augusto Victorino Alves Sacramento Blake, Manuel Augusto Pirajá da Silva e Edgard de Cerqueira Falcão; o maranhense Antônio Henrique Leal; o cearense Guilherme Chambly Studart (Barão de Studart); estrangeiros atuantes no Brasil, como o luso (alentejano) Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara e os neerlando-germânicos Servaes Carpentier, Willem Pies (Guilherme Piso) e Georg Marcgrave, estes dois últimos autores da Historia Naturalis Brasiliae (1648).  
     HERÓDOTO BRASILEIRO
Mas a tônica desta mais recente obra de d'Avila Lins é a História do Brasil de Frei Vicente do Salvador, o Heródoto brasileiro. Uma de suas conclusões a propósito dessa História é muitíssimo interessante e deve ser citada na íntegra, para o perfeito entendimento do leitor:
“[...] o fato é que, estando [Frei Vicente do Salvador] então em Pernambuco, somente a partir do segundo semestre de 1603 (ou pouco mais tarde) [é que] o ‘Heródoto brasileiro’ foi para a Paraíba, onde missionou índios numa época de grande carência de religiosos nessa terra. É preciso, pois, lembrar que, por ocasião da conquista da Paraíba, em 1585, o baiano de Matoim, Vicente Rodrigues Palha, futuro clérigo secular e futuro Frei Vicente de Salvador, O.F.M. [N. R.: Em tempo, do latim, Ordo Fratrum Minorum; em português, Ordem dos Frades Menores, isto é, a Ordem dos Frades Menores, igualmente conhecida por Ordem dos Franciscanos ou Ordem Franciscana, vale dizer, a ordem religiosa fundada por são Francisco de Assis], era um mancebo de aproximadamente 21 anos, estudante na Universidade de Coimbra e que sequer havia atingido a maioridade legal do seu tempo”.
O SUMÁRIO DAS ARMADAS
E prossegue Guilherme Gomes da Silveira d’Avila Lins nos repassando um pouco de seu vasto conhecimento da História Colonial (e sou todo ouvidos!):
— No que diz respeito à Paraíba, com base em elementos bastantes confiáveis, pode-se afirmar atualmente que foi mediante a experiência pessoal do “Heródoto brasileiro” nessa terra, durante o período em que lá residiu (1603-1606) e, principalmente, foi através do texto jesuítico do Sumário das Armadas, a protocrônica da Paraíba, cujo manuscrito ele teve à vista graças às boas relações que conservou com seus antigos mestres da Companhia de Jesus (como bem argumentou Capistrano de Abreu) e, ademais, foi graças às consultas que o nosso franciscano baiano [Frei Vicente do Salvador] deve ter feito noutra fonte documental (até hoje desconhecida, porém percebida pelo mestre cearense [Capistrano, nascido em Maranguape, CE], rotulada genericamente por ele de Chronica pernambucana primordial), enfim, foi dessa maneira que Frei Vicente do Salvador, O.F.M., conseguiu versar tão largamente e com tanta familiaridade sobre aquela antiga Capitania [a da Paraíba] na sua História do Brasil.
OS GRAVETOS DE HISTÓRIA
Guilherme d’Avila Lins diz a mesma coisa noutras palavras:
“[...] como já afirmei antes nos meus Gravetos de História... (uma alentada crítica de atribuição do Sumário das Armadas, ainda inédita), ‘Na verdade não há um só capítulo do Sumário das Armadas, cujo texto não tenha sido aproveitado, ao menos em parte, na redação da História do Brasil do franciscano baiano [Frei Vicente do Salvador]. Em face de tudo isso, pode-se também dizer que a Paraíba foi extremamente bem aquinhoada pelo ‘Heródoto brasileiro’ na sua História do Brasil”.
    ABEBERANDO-SE NO SUMÁRIO
    O superatilado historiador que é o Dr. Guilherme (leu tudo o que vale a pena, sobre isto, e nos respectivos originais!) vai além:
    — Para se confirmar o aproveitamento do Sumário das Armadas pelo franciscano baiano [Frei Vicente do Salvador] na sua História do Brasil, basta que se consulte, no seu Livro Terceiro, o Capítulo Vigésimo-Segundo; o Capítulo Vigésimo-Terceiro e o Capítulo Vigésimo-Quarto. Ademais, o aproveitamento do Sumário das Armadas no Livro Quarto da obra do “Heródoto brasileiro” vai desde o Capítulo Terceiro até o Capítulo Décimo-Sexto (inclusive), porém não até o Capítulo Décimo-Quinto, como afirmou Capistrano de Abreu.
    A HISTÓRIA E O SUMÁRIO
   Disto resulta, como bem anota Guilherme d’Avila Lins, “um detalhe que merece registro. Diante de um aproveitamento tão abrangente como este e também considerando-se que a História do Brasil de Frei Vicente do Salvador, O.F.M., é sem dúvida uma obra muito mais conhecida e muito mais difundida que o Sumário das Armadas, fica bastante compreensível o fato de que os autores hodiernos, versando sobre a História Colonial da Paraíba, remetem seu leitor, com muito maior frequência, à obra em tela do ‘Heródoto brasileiro’ do que o fazem em relação ao Sumário das Armadas”.
— É preciso admitir, entretanto, que, na maioria de tais situações, a fonte primária dessas notícias é aquele crônica jesuítica anônima — conclui o médico-historiador.
O IHGB E O IHGP
Encerro por aqui as citações, mas remeto o leitor a esta nova obra de Guilherme d’Avila Lins, Frei Vicente do Salvador, O.F.M. – Um breve ensaio biobibliográfico e historiográfico. Por estas e muitas outras é que se alçou ele à condição de Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Como Vocês sabem, o IHGB, de acordo com os objetivos estabelecidos ainda em 1838, no Artigo 1º. de seu Estatuto, existe primacialmente para “coligir, metodizar, publicar ou arquivar os documentos necessários para a História e a Geografia do Brasil” — âmbitos de interesses de há muito alargados para abarcar as demais Ciências Sociais.
HONRA PARA O AUTOR
Respeitando “os preceitos de correspondência com as demais associações congêneres do Mundo”, o IHGB passou desde seus primórdios a estimular a criação de entidades análogas nas então Províncias (do Império do Brasil) e depois Estados (com o advento da República). Nosso IHGP - Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, por exemplo, surgiu em 1905, vindo bem depois os Institutos Históricos de Campina Grande, Patos, Solânea...
Confesso: é, para mim, motivo de superior orgulho poder ostentar logo após meu humilde nome, no frontispício de livros de minha canhestra lavra: “Fulano de Tal [, (vírgula)] do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano”.
A REVISTA DO IHGB
Além de tudo quanto tem realizado em prol da Cultura nacional, tratou sempre o IHGB de outra coisa essencial aos estudiosos: a publicação, desde 1839, da respeitabilíssima Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sua denominação se veio modificando ligeiramente ao longo das décadas, mas que mantém a mesma linha editorial dos fundadores.
Como lembra o próprio IHGB, esta Revista trimestral é “uma das mais longevas publicações especializadas do Mundo ocidental”, destinando-se “a divulgar a produção do corpo social do Instituto, bem como contribuições de historiadores, geógrafos, antropólogos, sociólogos, arquitetos, etnólogos, arqueólogos, museólogos e documentalistas de um modo geral”.
COMPLETA, NA INTERNET!
O último número da Revista do IHGB, a cada ano, é reservado ao registro da vida acadêmica do Instituto e demais atividades institucionais.
Mas nunca seremos suficientemente gratos ao IHGB e à Internet por nos haverem possibilitado ler todo e qualquer número, seja do século XIX, seja dos séculos XX e XXI, da inteira coleção da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (a célebre R.IHGB das bibliografias e notas de referência), a partir do simples e quase diria prosaico toque do mouse no endereço on line www.ihgb.org.br/rihgb.php. Seus exemplares de papel podem ser também perfeitamente adquiridos pela Rede Mundial de Computadores, graças aos meus eletrônicos, inclusive pelo e-mail revista@ihgb.org.br.
     NA BIBLIOTECA DO IHGB
Conhecendo o Dr. Guilherme, como conheço, sei que, dirigindo-se novamente à sede do IHGB (um de seus endereços preferidos no Rio de Janeiro, onde estudou desde na adolescência), não deixará de ir mais uma vez, e seguidamente, a um dos maiores e melhores acervos históricos nacionais: a soberba Biblioteca do Instituto — aquela Biblioteca que se veio formando avassaladora e amazonicamente a partir de 1838, quando da criação da própria instituição, inspirada por e sob a proteção do Imperador. Ou, mais propriamente, “debaixo da immediata protecção de Sua Alteza Imperial, o Senhor Dom Pedro II”.
Ali, na vetusta Biblioteca, tirante o inipresente espírito desse Alcântara, encontrar-se-á com os de Thereza Christina, Spix e Martius, com os acervos do Visconde do Uruguai, Silva Araújo, Guilherme Schubert, Handelmann, Barreiros, Burchell... Mas sobretudo topar-se-á com a “Brasiliana” completíssima em seus 387 volumes, afora os 207 dos “Documentos Brasileiros” da velha Livraria José Olympio Editora, para não falar das coleções de Anais do próprio IHGB.
OS “AMIGOS” DO PRIMO
O saudoso primo José Urquiza da Nóbrega dizia: "Puxa, toda vez que lanço um livro, arranjo 20 inimigos gratuitos". Gente havia, de fato, que se tomava flagrantemente de inveja pelo talentoso parente!
Mas, bem ao contrário dos irracionais desafetos de Urquiza, fico muito feliz com as conquistas de todos os que se esforçam, estudam, labutam, dão duro para obtê-las  — inclusive com as proezas intelectuais e espirituais do Dr. Guilherme. Feliz por ele, por mim mesmo, pela Paraíba, como todos Vocês.

______________