Monday, May 25, 2015

SOBRE O NOTÁVEL LINGUISTA E FILÓLOGO PARAIBANO (E UNIVERSAL) MÍLTON FERREIRA DE PAIVA


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AVISO AOS NAVEGANTES
[Se porventura V. constatar qualquer erro, de grafia ou de conteúdo, nesta ou noutra postagem do presente blog, please envie um e-mail para o autor, com a devida correção. Seja benevolente com as faltas do próximo e reconheça que dificilmente um texto feito às pressas, pela celeridade dos acontecimentos, haveria de sair de todo escoimado de senões!]

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 O saudoso educador paraibano Mílton Ferreira de Paiva, reconhecido nacional e internacionalmente como filólogo, gramático e professor de Filologia Românica, Gramática Histórica e outras disciplinas. [Por favor, clique na foto para ampliá-la] 

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PEQUENO DEPOIMENTO, COM DADOS ESSENCIAIS SOBRE MEU ANTIGO E SAUDOSO PROFESSOR MILTON FERREIRA DE PAIVA

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por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista, editor
[druzzevandro@gmail.com]

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 Na extrema esquerda da parte de cima da foto, vê-se o rosto do bem jovem professor Mílton Ferreira de Paiva, quando o então governador José Américo de Almeida inaugurava o Colégio Estadual do Bairro do Prata, em Campina Grande — Colégio do qual ele, Mílton, foi o primeiro diretor. [Por favor, clique na foto para ampliá-la] 

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 Mílton Ferreira de Paiva, primeiro diretor do Colégio Estadual do Prata, em Campina Grande, discursa, em 31 de janeiro de 1953, quando da inauguração do educandário, na presença do então governador José Américo de Almeida (presidindo a mesa dos trabalhos), do então prefeito campinense Plínio Lemos, do deputado Severino Bezerra Cabral e de outras autoridades. [Por favor, clique na foto para ampliá-la] 

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O então presidente do Diretório Estudantil do Colégio Estadual do Bairro do Prata, em Campina Grande, visto na foto de 1953, quando falava, durante a solenidade de inauguração, era o hoje imortal Juarez Farias, ex-presidente da Academia Paraibana de Letras. Juarez foi, aliás, o PRIMEIRO presidente do Diretório desse importante estabelecimento de ensino campinense. [Por favor, clique na foto para ampliá-la] 

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Senti uma carga dobrada de saudades ante a informação de que a I Seccional PEN da Paraíba e as famílias Paiva e Figueiredo estão convidando familiares e amigos, de Campina Grande e de João Pessoa, para uma homenagem a ser prestada no auditório da FIEP, na Rainha da Borborema, às 17 h desta segunda-feira, 25 de maio.

Essa homenagem será um preito de reconhecimento à memória do saudoso professor Mílton Ferreira de Paiva, notável educador paraibano que veio a ser o primeiro diretor do Colégio Estadual do Bairro do Prata, na Cidade Serrana, e também Reitor da UFPB, entre outros cargos que exerceu, como o de professor do Colégio Alfredo Dantas, também em Campina Grande, por muitos e muitos anos.

PALESTRA DA DRA. CELEIDE
Informa-se adicionalmente que esses atos de homenagem vão contar com um pronunciamento da Dra. Celeide Farias, que abordará vida, obra, personalidade e influências do homenageado. Haverá ainda a participação especial da compositora Adília Uchoa.

Para quem não sabe, a competente Dra. Celeide Farias é uma das mais destacadas intelectuais campinenses, além de esposa do Dr. Leidson Farias, conhecido advogado campinense.

O Dr. Leidson, por seu turno, é grande amigo de um irmão meu, o Dr. Evaldo Nóbrega, médico em Campina Grande, e também irmão de um saudoso amigo nosso, o médico Lindbergh Farias, que sempre considerei “o homem que mais lia na Paraíba”, mas que, infelizmente, deixou-nos de forma prematura. 

MEMÓRIA DE CAMPINA GRANDE
Será a Dra. Celeide Farias, assim, será a oradora principal nas homenagens que vão ser prestadas, na Rainha da Borborema, nesta segunda-feira, ao saudoso professor Mílton Ferreira de Paiva.

De acordo com o que informa a professora Wanderly Siebra Coelho, esta promoção do Clube 
Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional PEN da Paraíba) integra-se à trigésima-quinta edição do Projeto Memória de Campina Grande, da FIEP, na gestão do Dr. Francisco Buega Gadelha.

QUEM ERA O PROFESSOR MÍLTON
Muitas saudades, portanto, de meu dileto mestre e amigo, o saudoso professor Milton (Ferreira de) Paiva. Ele, na UFPB, ao lado de outros grandes profissionais — como Virgínius da Gama e Melo, Juarez da Gama Batista, Ângela Bezerra de Castro, Socorro Aragão, Waldemir Lopes de Andrade et alii — abriu-me na mente novas avenidas intelectuais, quanto aos capítulos da Linguística, da Filologia, da Literatura, da Teoria Literária, da Estilística, da Tradução e da Crítica em geral.

E isto desde antes da chamada Reforma Cêntrica na UFPB — vale dizer, quando ainda existia o Instituto de Letras da antiga FAFI (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras), de que surgiria a futura área de Letras do CCHLA/UFPB.

REITOR POR TRÊS MESES
Do professor Milton Paiva, fui um dos alunos preferidos, além de seu assessor no curto período em que exerceu a Reitoria da UFPB. Viu-se moralmente obrigado a renunciar a esse alto cargo (sonho de praticamente todos!) em atenção aos pedidos da própria família e, principalmente, por ser homem de bem, honesto, de altíssima formação ética — e que já nem podia conciliar o sono, vendo a exorbitância que eram as contas telefônicas a serem pagas pela administração universitária...

Ele foi nomeado Reitor em 25 de fevereiro de 1980, tendo assumido o cargo a 5 de março do mesmo ano. No entanto, cerca de três meses depois, exatamente a 11 de junho de 1980, viu-se na contingência de renunciar — poucos dias depois de completar apenas 57 anos de idade.

UM LIVRO SOBRE O SUBSTANTIVO
Certa vez, o Dr. Mílton Paiva me deu de presente um livro de sua própria autoria, intitulado O substantivo, que ele muito prezava (e que ainda hoje guardo, com o maior carinho). Era uma obra premiada, inclusive com ótimas referências de luminares noutros Estados do Brasil e até mesmo em Portugal.

Na hora, com minha imaturidade intelectual da época, fiquei pensando: "Por que o professor Mílton Paiva não escreve obra mais ampla, por exemplo, sobre a gramática em geral — e não apenas sobre o substantivo?" Entretanto, à medida que perlustrava seu livro, senti a profundidade do tema, dos conceitos e do embasamento teórico que presidira toda aquela pesquisa. 

Terminada a leitura, que exigia concentração integral, só me dei por satisfeito quando parabenizei cabalmente o professor Mílton por sua contribuição científica ao estudo de um item importante da... gramática universal, chamado... substantivo!

O MESMO TÍTULO... NOS STATES!
Muitos e muitos anos depois (exatamente em maio de 1997),  Lindell Lee Haverstic submeteria uma tese de sua lavra, intitulada The substantive, a uma Faculdade do Instituto Politécnico do Estado americano de Virgínia, para obter o seu grau de mestre em... Arquitetura. 

O trabalho, examinado por uma banca acadêmica composta pelos professores Hans C. Rott (presidente), William W. Brown e Michael J. O'Brien, fazia ilações entre as partes do discurso, inclusive o substantivo, as informações sintáticas e as metáfrases cumulativas, partindo de uma frase latina: A fonte puro pura defluit aqua [= "A água pura corre da fonte pura"].

RECORDAÇÕES DE JUAREZ FARIAS
Grande amigo e admirador do Dr. Mílton Paiva, o hoje acadêmico da APL Juarez Farias relembra que o insigne filólogo, gramático e educador foi seu professor de Vernáculo — e até seu examinador, na prova de Português, quando o então estudante se submetia ao Exame de Admissão.

Desde esse tempo que os dois se tornaram muito amigos. Instado pela reportagem, Juarez acaba de nos informar, por telefone, que, posteriormente, enviará maiores elementos constantes de suas lembranças pessoais em torno do Dr. Mílton. 

O VERNÁCULO E O PLANEJAMENTO
Mas, de antemão, relembre-se que, certa vez, quando o Dr. Antônio Juarez Farias era Secretário de Planejamento do Governo do Estado, o permanentemente encabulado mestre (um traço pessoal dele) o procurou, convidando-o a proferir conferência na Universidade. Qual o tema? Bem, ele poderia escolher qualquer assunto — mas que tal "a possível influência dos estudos do Vernáculo e das Línguas Clássicas sobre um bom Planejamento econômico, num Estado como a Paraíba"?

O sempre brilhante Dr. Juarez foi lá e "mandou seu recado": falou para os universitários e, como se diz, "deu um show", de modo que o Dr. Mílton Paiva lhe agradeceu repetidamente (sim, inúmeras vezes!), não apenas na oportunidade, mas todas as vezes que com ele se encontrava — sempre com seu eterno ar de encabulado. 

Pessoalmente, o Dr. Mílton era também uma figura encantadora, com esse seu jeito de estar o tempo todo como que "pedindo desculpas" por "incomodar com sua presença"...


UM LIVRO DE FRANZ BOPP
Pouco antes de falecer (ele nos deixaria para sempre em 27 de setembro de 2002, aos 79 anos de idade) e de há muito aposentado, o Dr. Milton me convocou à sua casa de praia (Camboinha, se bem me lembro), por intermédio de uma filha, a Dra. Marília Paiva.

Conversou muito comigo, exercendo aquele tom irônico-encabulado que o caracterizava (sendo homem altamente culto) — e, ao final, me presenteou com uma raridade que, havia anos, admirara eu em sua rica biblioteca particular: a edição alemã original e completa da principal obra do célebre linguista Franz Bopp, de inícios do século XIX e intitulada Über das Conjugationssystem der Sanskritsprache in Vergleichung mit jenem der griechischen, lateinischen, persischen und germanischen Sprache [“Sobre o sistema de conjugação do sânscrito em comparação com o grego, o latim, o persa e o germânico”].

O Dr. Milton sabia que dificilmente OUTRA pessoa, afora o veeeelho Druzz de guerra, se interessaria por uma obra assim intitulada... 

Dessa forma é que ma presenteou — e ainda hoje guardo com respeito esta relíquia, recorrendo frequentemente a seus antigos ensinamentos indo-europeus, em homenagem ao grande mestre e à grande figura humana que foi o Dr. Milton Ferreira de Paiva.

FORMAÇÃO DE MÍLTON PAIVA
Nasceu o professor, linguista, filólogo, gramático, filósofo e administrador universitário Mílton Ferreira de Paiva em Pilar (PB), a 7 de junho de 1923, filho de Sebastião Bastos de Paiva e de sua esposa Maria do Carmo Ferreira de Paiva. Sua formação incluiu os seguintes passos:

* graduado no ano de 1943, em Filosofia, sua formação inicial, pelo Seminário Arquidiocesano da Paraíba;

* bacharelado no Recife (PE), em 1950, em Letras Clássicas, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras "Manoel da Nóbrega", da Universidade Católica de Pernambuco;

* formado em Direito pela UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, no ano de 1954;

* especializado em Linguística, em 1975 (sua maior vocação era a da Linguística Histórica, além das Letras Vernáculas).

MILTON PAIVA EM CG
A carreira educacional do Dr. Mílton Paiva iniciou-se em Campina Grande, tendo ele sido o primeiro diretor do Colégio Estadual do Prata, inaugurado pelo governador José Américo em 31 de janeiro de 1953 sob a designação oficial de CECG - Colégio Estadual de Campina Grande. Este viria a ser, em certo período, o maior Colégio existente no Estado da Paraíba.

Mílton Ferreira de Paiva, primeiro diretor do Colégio já então nomeado, foi um dos oradores da solenidade de inauguração, que contou também com a presença do então prefeito da cidade, Plínio Lemos, do deputado Severino Bezerra Cabral e de outras autoridades, além do então presidente do Diretório Estudantil do estabelecimento — que era o hoje imortal Juarez Farias, ex-presidente da Academia Paraibana de Letras.

MÍLTON PAIVA NA UFPB
Na UFPB, não foram poucos os cargos que ocupou:

* professor de Filologia Românica, na antiga FAFI (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da UFPB), tendo sido contratado ainda no ano de 1961 (nominalmente, suas atribuições incluíam a disciplina Filosofia, inerente à sua formação original).

* chefe do Departamento de Letras da FAFI - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da UFPB.

* diretor da FAFI - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (por cerca de três anos, de  1962 a 1965);

* diretor do ICL - Instituto Central de Letras, pertencente à antiga FAFI - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras;

* diretor do CCHLA - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (de 1977 a 1979); e

* docente  titular de Língua Portuguesa.


PRIMEIRO PRESIDENTE DA FCJA
O principal auditório da Reitoria da UFPB recebeu a designação de "Auditório Professor Milton Paiva", em sua homenagem.

Não se pode esquecer, também, de que o professor Mílton Ferreira de Paiva foi um dos principais idealizadores da FCJA (Fundação Casa de José Américo) — e, em reconhecimento a seu papel para o surgimento da instituição, seu primeiro presidente. Foi ele quem, com a ajuda de outros especialistas, elaborou todo o documento em que se baseou a criação e o funcionamento da FCJA.

SOBRE AS FOTOS EM ANEXO
Em tempo: três das quatro fotos que ilustram esta reportagem — as do professor Milton Paiva falando durante a inauguração do Colégio Estadual do Prata, a do governador José Américo de Almeida desatando a fita inaugural e a do então aluno Juarez Farias discursando, como presidente do Diretório Estudantil do estabelecimento — foram retiradas do blog "Retalhos de Campina Grande" e pertencem ao acervo do Memorial do CECG, mantido on line, entre outros, pelo pesquisador Edmilson Rodrigues do Ó [http://cgretalhos.blogspot.com.br].

O blog Retalhos Históricos de Campina Grande - Serviço de Utilidade Pública (Lei Municipal nº 5096/2011, de 24 de novembro de 2011), tendo sido criado por Adriano Araújo e Emmanuel Sousa, nele colaborando frequentemente o pesquisador
Rau Ferreira.

MILTON MARQUES SAÚDA "MAGISTRA EMERITA" DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA


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REPORTAGEM EXCLUSIVA — E A 
COBERTURA MAIS COMPLETA
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O Prof. Dr. Mílton Marques Júnior quando, da tribuna, ladeado por secretárias da Reitoria da UFPB, fazia a saudação à nova Professora Emérita da UFPB. [Clique na foto para ampliá-la]

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PARA MÍLTON MARQUES JÚNIOR, FOI COM ELIZABETH MARINHEIRO QUE UFPB CONHECEU GRANDES CRÍTICOS E TEÓRICOS QUE MUDARAM RADICALMENTE ABORDAGEM DO FENÔMENO LITERÁRIO

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O conceituado professor, crítico literário e escritor Mílton Marques Júnior foi quem inicialmente sugeriu o nome da Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro para receber o título de Magister Emeritus da UFPB — e foi também quem a saudou por ocasião da solenidade em que a distinção foi oficialmente outorgada e entregue à escritora, crítica literária e grande incentivadora cultural de Campina Grande e de outros centros.

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por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista, editor
[druzzevandro@gmail.com]

com FOTOS de Célia de Farias e
Carlos Alberto Xapeu ("Chapéu”)

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O Reitor em exercício Eduardo Ramalho Rabenhorst presidiu a mesa dos trabalhos, substituindo a Reitora efetiva, Dra. Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz. [Clique na foto para ampliá-la]

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A Profa. Dra. Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro, ainda na primeira fila da plateia, antes de ser cnduzida à mesa dos trabalhos. [Clique na foto para ampliá-la]

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A Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro é conduzida à mesa dos trabalhos pelo poeta, professor e crítico literário Sérgio de Castro Pinto e pelo crítico literário literário, docente e escritor Mílton Marques Júnior — que a haviam introduzido no recinto, pouco antes. [Clique na foto para ampliá-la]

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Outro instantâneo da Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro sendo conduzida à mesa dos trabalhos por dois de seus ex-alunos, dentre os integrantes de uma plêiade de críticos literários, poetas, escritores e professores que alcançaram grande renome no Estado e fora dele. [Clique na foto para ampliá-la]

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O Prof. Dr. Mílton Marques Júnior ajuda a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro a colocar a beca universitária, exibida pelo protocolo oficial. [Clique na foto para ampliá-la]

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Observada pelo Vice-Reitor no exercício do Reitorado, Dr. Eduardo Ramalho Rabenhorst, a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro faz sua alocução, já como a mais nova Magistra Emerita da UFPB. [Clique na foto para ampliá-la]

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Foi das mais concorridas, na noite do dia 14 de maio próximo passado, a solenidade de entrega do título de "Magister Emeritus" da Universidade Federal da Paraíba à escritora, crítica literária, professora universitária e imortal da Academia Paraibana de Letras Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro.

O título, com o respectivo diploma, lhe foi outorgado pela UFPB, depois de sugestão partida do Departamento de Letras do CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes) e aprovada pelo Conselho Universitário, ad referendo do(a) Reitor(a). O autor da proposição original foi o Prof. Doutor Mílton Marques Júnior, docente do Departamento de Letras e conhecido escritor e crítico literário paraibano.

RABENHORST E MARGARETH
A solenidade de outorga do título realizou-se no auditório principal da Reitoria da UFPB, no campus de Buraquinho. Foi presidida pelo o vice-reitor no exercício do cargo de Reitor, professor Eduardo Ramalho Rabenhorst. Representava este, na ocasião, a Reitora efetiva, Profa. Dra. Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz.

Mais abaixo, nesta mesma reportagem, publicamos a íntegra do discurso do Prof. Doutor Mílton Marques Júnior saudando a novel “Magistra Emerita” Elizabeth Marinheiro. Quanto ao discurso da própria homenageada, ele deverá ser publicado brevemente, sob a forma de livro.

Em sua breve fala, o Vice-Reitor Eduardo Rabenhorst, representando a Magnífica Reitora Margareth Diniz, agradeceu penhoradamente à Profa. Dra. Elizabeth pelos mui relevantes serviços até agora prestados pela UFPB, prevendo que eles continuarão a beneficiar a instituição ainda por muitos anos.

Outra a discursar, já perto do final da cerimônia, foi uma das duas filhas da Profa. Dra. Elizabeth, a Sra. Tulenka Paola, que, falando em nome da família, relatou, entre outras coisas, parte da corajosa e ética saga de sua mãe, que sempre considerou uma lutadora disposta a enfrentar quaisquer obstáculos, por mais invencíveis que parecessem.

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Parte da plateia, no auditório principal da Reitoria da UFPB. [Clique na foto para ampliá-la]

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A mesa dos trabalhos, vendo-se, além do Reitor em exercício, a Dra. Elizabeth Marinheiro e o poeta Sérgio de Castro Pinto, além da chefe do Cerimonial, Elenice Monteiro Barbosa e uma servidora de sua equipe. [Clique na foto para ampliá-la]

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Uma visão mais geral da mesa dos trabalhos, vendo-se também o mestre-de-cerimônias da solenidade. [Clique na foto para ampliá-la]

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A Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro exibe o seu diploma de Magistra Emerita[Clique na foto para ampliá-la]

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Outro flagrante da Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro exibindo seu diploma de Magister Emeritus[Clique na foto para ampliá-la]

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MESA DOS TRABALHOS
A mesa dos trabalhos esteve composta, além do Reitor e da homenageada, por figuras representativas da vida universitária, como:
*o poeta, escritor e professor Sérgio de Castro Pinto, da UFPB;
*o professor, escritor e crítico literário Mílton Marques Júnior, também da UFPB (Departamento de Letras);
*a professora Terezinha Diniz, representante da ADUF-PB;
*o Prof. Dr. Ezymar Cayana, representando o Reitor da Universidade Federal de Campina Grande, professor Edilson Amorim; *o professor Severino Francisco de Oliveira, da SODS/UFPB.

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A Dra. Tulenka Paola Marinheiro, filha da Professora Emérita da UFPB Elizabeth Marinheiro, pediu para falar sobre a corajosa e ética saga da mãe — e também foi bastante aplaudida. [Clique na foto para ampliá-la] 

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O Prof. Ms., crítico literário e docente universitário José Mário da Silva Branco (recentemente eleito como imortal da Academia Paraibana de Letras), ao lado da Dra. Lizanka Marinheiro, outra filha da Professora Emérita da UFPB Elizabeth Marinheiro. [Clique na foto para ampliá-la] 

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Ao se aproximar o término da sessão solene, a homenageada é aplaudida tanto pelos que estão à mesa dos trabalhos, quanto pela inteira plateia — e a Dra. Elizabeth, por sua vez, aplaude o público presente. [Clique na foto para ampliá-la]

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Quando do encerramento da solenidade, a nova Magistra Emerita da UFPB faz para a plateia — sob prolongada e geral salva de palmas — um triunfante gesto de regozijo que inclui o duplo V da vitória. [Clique na foto para ampliá-la]

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ALGUNS DOS PRESENTES AO ATO
Na noite desse dia 14, o auditório da Reitoria da UFPB ficou lotado de pessoenses, mas, também, de campinenses que compuseram grande comitiva vinda diretamente da Rainha da Borborema para prestigiar a outorga do título. Entre os presentes à cerimônia no auditório da Reitoria, destacavam-se:

*o escritor, historiador e acadêmico Flávio Sátiro Fernandes;
*o poeta e também imortal Sérgio de Castro Pinto;
*o ex-Reitor Berilo Borba (que, à época de seu Reitorado, assinou ato criando o depois vitorioso NELL, proposto pela Dra. Elizabeth Marinheiro para o campus de Campina Grande);
*o Dr. José Mário da Silva Branco, imortal recém-eleito para a Academia Paraibana de Letras (com posse a ocorrer provavelmente em agosto);
*o jornalista, cronista e colunista Abelardo Jurema Filho; 
*as filhas da homenageada, Tulenka Paola e Lizanka Marinheiro, além da neta da Dra. Elizabeth, a adolescente Maria Eduarda;
*a Dra. Célia de Farias, da sociedade campinense;
*a professora Eneida Agra Maracajá;
*o já citado professor, escritor e crítico literário Mílton Marques Júnior;
*a Dra. Celeide de Farias, professora universitária e outra personalidade de destaque na vida cultural de Campina Grande;
*a Dra. Sanny Japiassu;
*a Dra. Elizabeth Mello Vasconcelos;
*a Dra. Salete Carolino;
*a Dra. Emília Pereira de Melo;
*a professora Marizeuda Soares;
*a escritora Lourdinha Luna;
*a escritora e colunista Neide Medeiros Santos (também colaboradora do semanário Contraponto);
*a Dra. Berenice Lopes;
*a Dra. Laudicéia Aguiar;
*a Dra. Victória Chianca;
*a Dra. Maria do Socorro Cardoso Xavier;
*a Dra. Liliane Almeida;
*o artista plástico, professor e escritor Francisco Pereira da Silva Júnior (Chico Pereira);
*o médico oftalmologista e acadêmico Astênio César Fernandes e sua esposa, a médica oftalmologista Yone Fernandes;
*o casal Lamir Mota/Lucie Mayer Mota;
*o Dr. Bruno Cunha Lima, neto do Dr. Ivandro Cunha Lima e representante da família no evento;
*o jornalista campinense Rogério Freire;
*o professor Damião Ramos Cavalcanti, presidente da Academia Paraibana de Letras (e também presidente da Fundação Casa de José Américo);
*a Dra. Eliane Carlos Freire, da TV Paraíba/TV Cabo Branco e filha do Dr. José Carlos Carlos da Silva Júnior;
*a Sra. Vera Figueiredo Fernandes;
*a Dra. Estelita Cardoso;
*a Dra. Valéria Valença;
*o Dr. Jailson Bedor, da I Seccional PEN da Paraíba;
*o Dr. Francisco Figueiredo (idem);
*a Dra. Patrícia Cabral, representando o Dr. Luiz (Lula) Cabral;
*o universitário Evanilson Dias;
*o fotógrafo e cinegrafista campinense Carlos Alberto Xapeu (mais conhecido como "Chapéu");
*a servidora pública federal Elenice Monteiro Barbosa, dirigente do Cerimonial da UFPB, com sua equipe;
*várias ex-alunas e ex-professoras da FACMA;
*diversas alunas e docentes da UFCG e da UEPB;
*o escritor, jornalista e editor Evandro da Nóbrega.

SUA LUTA PELA CULTURA
Todas as pessoas ouvidas pela reportagem manifestaram a certeza de que se tratou de homenagem não apenas comovente, como também das mais justas, vez que a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro dedica-se, há vários anos, de coração e com todo o empenho de sua inteligência, ao ensino universitário na Paraíba e, também, à tarefa de promover as atividades culturais, especialmente em Campina Grande, sua terra natal.

En passant, ressaltou-se também o fato de ser a homenageada sobrinha do saudoso governador Argemiro de Figueiredo (1901-1982), que governou a Paraíba de 1935 a 1940, sucedendo a José Marques da Silva Mariz (para do também depois governador e senador Antônio Marques da Silva Mariz) e sendo sucedido pelo governador Antônio Galdino Guedes.

ELIZABETH, MAGISTRA EMERITA
Como a designação oficial do título, a de “Magister emeritus”, está no masculino, os oradores da noite referiram-se à Dra. Elizabeth como “magistra emerita”, expressão latina que significa justamente “mestra emérita” (ou “professora emérita”).

O título de “Magister Emeritus” é a maior honraria outorgada pela UFPB a seus docentes, sendo que o outro título, o de “Professor Honoris Causa” é concedido a pessoas não pertencentes a seu professorado.

PRÊMIOS NA ACADEMIA BRASILEIRA
A Profa. Dra. Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro (mais conhecida como Elizabeth  Marinheiro ou Betinha Marinheiro) é escritora, crítica literária e docente de Literatura, Teoria da Literatura e disciplinas conexas. Este último sobrenome, o de Marinheiro, lhe adveio do casamento com o médico João Marinheiro, falecido em 2006, conforme se lê na Wikipédia luso-brasileira.

Segundo ainda a Wikipédia, recebeu ela influências literárias de autores como Machado de Assis, Shakespeare, Gabriel García Márquez e muitos outros autores, dentre os clássicos e os modernos.
Nascida em 1937, na cidade de Campina Grande, interior paraibano, a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro recebeu da Academia Brasileira de Letras duas distinções principais:

1) em 1979, o Prêmio "José Veríssimo", com seu ensaio crítico A Bagaceira: uma estética da sociologia; e

2) em 1983, o Prêmio "Sílvio Romero", com o ensaio Vozes de uma voz.

PÓS-DOUTORADA ATÉ NA ESPANHA
Aquela que é hoje professora titular de Teoria Literária da Universidade Federal da Paraíba, bacharelou-se em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia de Recife (PE) e licenciou-se na mesma disciplina pela Universidade Federal de Campina Grande.

Mas tem várias pós-graduações em Letras, Linguística e Literatura, entre outras especialidades. Para além de ser Doutora em Letras, é igualmente pós-doutorada em Literaturas e Línguas do Centro Ibero-Americano de Cooperación, de Madri, Espanha.

NO BRASIL E NO EXTERIOR
De seu currículo, consta ainda a participação, como membro, do Conselho Nacional de Política Cultural.

Atuou ainda como Professor Visitante do Centro de Estudos Semióticos e Literários da Universidade do Porto, Portugal, e como Professora convidada pelo King's College da Universidade de Londres para ministrar importante Seminário sobre as principais tendências da Literatura do Nordeste atual e, principalmente, sobre a influência do cordel na Literatura brasileira.

FUNDADORA DO NELL
Já no London Insitute of Education, ministrou, também como professora convidada, um Seminário sobre Cultura contemporânea no Nordeste do Brasil. Trabalhou, igualmente, como Professor Associado no Departamento de Português da Universidade de Rennes II (Alta Bretanha, França).

Na UFPB, além de haver fundado o NELL – Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários, depois de grande luta, enfrentando grandes óbices dentro e fora do contexto universitário (no Reitorado do professor Berilo Ramos Borba, que a ajudou), a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro teve papel importantíssimo em várias outras atividades universitárias, mesmo porque logo se tornaria uma das mais conhecidas personalidades culturais do país, recebendo prêmios até da Academia Brasileira de Letras.
Outras das muitas entidades principais também criadas pela Dra. Elizabeth, em Campina Grande:

1) a FACMA (Fundação Artístico-Cultural “Manuel Bandeira”;

2) a Associação Brasileira de Semiótica da Paraíba;

3) a I Seccional (campinense) do Clube PEN (Pensamento/Estudo/Nacionalidade), que ainda preside;

4) os célebres Congressos Brasileiros de Teoria e Crítica Literária, que transformaram Campina Grande na Meca de intelectuais de todo o Brasil e de várias partes do Mundo.

ALGUNS LIVROS DE ELIZABETH
É a Dra. Elizabeth autora, entre outras obras, dos seguintes livros, muitos deles consagrados ensaios de Crítica Literária:

*A intertextualidade das formas simples (aplicada ao Romance d'a Pedra do Reino, de Ariano Suassuna), Editora da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 1977 (184 páginas);

*A Bagaceira: uma estética da sociologia (Volume 4 de Coleção Sanhauá, Editora Universitária da UFPB, 1979, 137 páginas);

*Prévio dicionário biobibliográfico do autor da Microrregião do Agreste da Borborema (Edição do NELL - Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Federal da Paraíba, 1982, 223 páginas);

*Vozes de uma voz (Edições Tempo Brasileiro, 1982, 84 páginas);

*O compromisso do escritor (em coautoria com Edilberto Coutinho; volume 4 de Coleção "Discursos acadêmicos", A União Companhia Editora, 1983, 115 páginas);

*Leituras, antes e agora - corpus paraibano: leituras universitárias, leituras de sabor e ressonância, leituras em fragmento (Centro Gráfico do Senado Federal, Brasília, 1988, 125 páginas);

*O ser e o fazer na obra ficcional de Lins do Rego: dicionário dos personagens (em coautoria com o professor Milton Marques Júnior, Editora FUNESC, João Pessoa, 1990);

*O ser e o fazer na ficção de Gama e Melo: dicionário dos personagens (obra em coautoria com Edilson Amorim, Editora José Olympio, Rio de Janeiro, 1991);

*Atlas cultural da Paraíba - volume 1 (Editora Ideia, João Pessoa, 1994);

*O vaivém dos discursos ou de nobres a plebeus (1999);

*Descompromisso crítico e minimalismo multicultural (2007);

*Tessituras do eu x: fortuna crítica II (Editora Imprimatur, 2010 - ISBN     8560439153 e 9788560439157, 171 páginas);

ELIZABETH NA APL E NA ABL
Em 2 de maio de 1980, a Dra. Elizabeth tomou posse na Academia Paraibana de Letras, sobre o que publicou artigo, em 2010, no número 24 da Revista da Academia Brasileira de Letras. Foi, aliás, a primeira mulher a ocupar uma cátedra na APL.

Em 8 de maio de 2001, a intelectual campinense leu, na Academia Brasileira de Letras, sua conferência intitulada "Lins do Rego: Um desafio teórico", disponível on line, no site da ABL.

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A Dra. Celeide Farias também foi levar seu júbilo à amiga Elizabeth Marinheiro, que recebia tão elevada láurea acadêmica. [Clique na foto para ampliá-la]

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Dentre os presentes à sessão solene no auditório da Reitoria da UFPB, as Dras. Berenice Lopes, Laudiceia Aguiar e Célia de Farias. [Clique na foto para ampliá-la]

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Uma das filhas da Dra. Elizabeth,  a Sra. Lizanka — e a neta da homenageada, a adolescente  Maria Eduarda (flagrante de Celia de Freitas). [Clique na foto para ampliá-la]

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As Dras. Lizanka Marinheiro e Célia de Farias (foto de Carlos Alberto Xapeu, o "Chapéu")[Clique na foto para ampliá-la]

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Também na solenidade, a Dra. Eneida Agra Maracajá com sua prima, a Dra. Elizabeth Marinheiro[Clique na foto para ampliá-la]

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A Dra. Elizabeth Marinheiro, ladeada pelas Dras. Eliane Carlos Freire e Vera Figueiredo Fernandes (foto de Carlos Alberto Xapeu, o "Chapéu")[Clique na foto para ampliá-la]

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Confraternizando, a Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro e a Sra. Liliane Almeida (foto de Celia de Farias). [Clique na foto para ampliá-la]

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A mesma Dra. Liliane Almeida com a Dra. Elizabeth Marinheiro, desta vez em instantâneo de autoria do famoso fotógrafo campinense Carlos Alberto Xapeu, o "Chapéu"[Clique na foto para ampliá-la]

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O casal campinense Lamir Mota e Lucie Mayer Mota também foi prestigiar o maior momento de glória da carreira universitária da Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro, num flagrante de Carlos Alberto Xapeu, o "Chapéu"[Clique na foto para ampliá-la]

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Ao final, a numerosa comitiva campinense confraterniza com a nova Magistra Emerita da UFPB e com alguns dos muitos pessoenses que também participaram da sessão soelene, como mostra este outro instantâneo do conhecido fotógrafo e cinegrafista Carlos Alberto Xapeu, o "Chapéu", de Campina Grande[Clique na foto para ampliá-la]

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Tulenka Paola Marinheiro (filha), Maria Eduarda (neta), a Dra. Elizabeth Marinheiro (mãe e avó) e Lizanka Marinheiro (também filha)[Clique na foto para ampliá-la]

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A escritora, memorialista e historiadora Lourdinha Luna, ao lado do professor recém-eleito para a Academia Paraibana de Letras, o Dr. José Maria da Silva Branco[Clique na foto para ampliá-la]

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A Dra. Berenice Lopes igualmente foi levar seus parabéns à amiga Elizabeth Marinheiro[Clique na foto para ampliá-la]

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A Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro com a amiga Célia de Farias, uma de suas principais colaboradoras nas atividades culturais de Campina Grande[Clique na foto para ampliá-la]

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A Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro abraça a escritora, memorialista e historiadora Maria de Lourdes Luna, outra intelectual que foi prestigiar a amiga[Clique na foto para ampliá-la]

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A Dra. Elizabeth Marinheiro é abraçada por outra amiga, a Dra. Laudicéia Aguiar, também de Campina Grande. [Clique na foto para ampliá-la]

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O Dr. Bruno Cunha Lima — neto do Dr. Ivandro Cunha Lima e representando a família — foi levar seus parabéns à nova Professora Emérita da UFPB. [Clique na foto para ampliá-la]

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A idealizadora do NELL, Elizabeth Marinheiro, com o Dr. Berilo Ramos Borba, que, quando Reitor da UFPB, assinou o ato criando esse Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários, no então campus 2 da Universidade, em Campina Grande. [Clique na foto para ampliá-la]

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Durante o coquetel que se seguiu, as Dras. Berenice Lopes e Celeide Farias conversam com a Dra. Elizabeth Marinheiro, no hall do auditório da Reitoria da UFPB. [Clique na foto para ampliá-la]

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As pessoas que integravam a comitiva campinense em João Pessoa fizeram questão de posar com a homenageada, para fotos bem a capricho. [Clique na foto para ampliá-la]

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Outro grupo de amigos e amigas em pose especial para a posteridade. [Clique na foto para ampliá-la]

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CELEIDE, EVANDRO E MÍLTON FERREIRA DE PAIVA
A Dra. Celeide Farias, esposa do Dr. Leidson Farias, conhecido advogado campinense, conversa com o escritor, jornalista e editor Evandro da Nóbrega, amigo e admirador de seu marido, além de haver sido grande amigo de um irmão dele, o saudoso médico Lindbergh Farias, "o homem que mais lia na Paraíba", na frase do próprio Evandro. A Dra. Celeide será a oradora principal nas homenagens que vão ser prestadas, na Rainha da Borborema, na segunda-feira, 25 de maio de 2015, à memória do saudoso professor Mílton Ferreira de Paiva, primeiro diretor do Colégio Estadual do Bairro do Prata, na cidade serrana, e que chegou a Reitor da UFPB, onde Evandro foi um de seus alunos de Linguística e Filologia, entre outras disciplinas, além de seu assessor na Reitoria. Ainda na foto, em segundo plano, o Dr. Bruno Cunha Lima. [Clique na foto para ampliá-la]

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A Reitora Margareth de Fátima Formiga Melo Diniz, que não pôde comparecer à solenidade de outorga do título, sendo substituída na cerimônia pelo vice-reitor Eduardo Rabenhorst. [Clique na foto para ampliá-la]

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ÍNTEGRA DO DISCURSO DO
PROF. DR. MÍLTON MARQUES JÚNIOR
SAUDANDO A NOVA MAGISTRA EMERITA

Saudação a Elizabeth Marinheiro


Este é um momento que defino como inefável, pois não encontro palavras para descrever a emoção em que me acho e a beleza de que a ocasião se reveste. Jamais poderia imaginar que o garoto tímido, recém-entrado no curso de Letras desta universidade, cursando Teoria da Literatura com a já famosa Elizabeth Marinheiro, pudesse, um dia estar solenemente prestando-lhe uma homenagem pelo merecido título de Professora Emérita. Magistra Emerita.

Permita-me a professora doutora Elizabeth Figueiredo Agra Marinheiro dizer-lhe que ter sido seu aluno, logo no início do curso, contribuiu para que eu me definisse. A partir daquele momento, a língua francesa, que me motivara entrar no curso de Letras seria para mim não a finalidade do curso, mas um dos instrumentos valiosíssimos e imprescindíveis para a leitura do texto literário, cujas primeiras lições vieram por suas mãos. Sinto-me, ainda hoje e especialmente neste instante, como seu discípulo, que nunca teve a angústia de querer suplantar a mestra, mas de querer ser para ela um motivo de orgulho.

Durante os muitos anos de convivência, como aluno, como colega de departamento e como amigo, o meu aprendizado foi constante. E não digo isto porque é praxe dizer, afinal de contas panegírico sem elogio é afronta. Afirmo porque a sua vida acadêmica é marcada pela competência, pela realização, pelo envolvimento e pelo compromisso com o saber. Sua vida acadêmica é exemplo. E a prova maior é o fato de que, mesmo aposentada desta Universidade e da UEPB, a professora Elizabeth Marinheiro continua promovendo sessões, encontros e debates literário-culturais, continua sendo requisitada pelas universidades do país e da Europa. É este exemplo que guardo e sempre trago comigo.

Muitos são os feitos realizados pela Professora Elizabeth Marinheiro. Da criação de cursos na graduação e na pós-graduação à criação de um Núcleo de Estudos Linguísticos e Literários, que se transformaria em um departamento de curso universitário; muitos foram os prêmios e muitos os livros publicados, além da realização dos monumentais Congressos de Teoria e Crítica Literária de Campina Grande, que não apenas lançou muitos críticos, hoje famosos, como também trouxe à Paraíba nomes importantes, de peso no cenário literário nacional e internacional.

Posso dizer que a sua atitude, Magistra Emerita, foi apostólica, atitude de uma verdadeira evangelizadora da Teoria e da Crítica Literárias acadêmicas no país.

Foi através de seus estudos que a UFPB foi sendo apresentada a Erich Auerbach, André Jolles, Tzvetan Todorov, Julia Kristeva, Lucien Goldmann, Gyorgy Lukács, Roland Barthes, Austin Warren, René Wellek e tantos outros críticos e teóricos, que mudariam radicalmente a abordagem do fenômeno literário, alçando-o do rés do chão do impressionismo ao patamar de ciência.

Esta universidade, particularmente, pode, pois, orgulhar-se dos serviços prestados pela Professora Doutora Elizabeth Marinheiro.  Nos idos dos anos 70, a Universidade Federal da Paraíba era a primeira universidade do Nordeste a proporcionar a capacitação docente stricto sensu, tendo a nossa Magistra Emerita como uma das fundadoras do Mestrado em Letras, hoje um consolidado Programa de Pós-Graduação em Letras, que inclui o doutorado. 

O seu percurso sempre cheio de percalços, por motivos vários, já foi saudado por vários nomes ilustres como o do escritor José Louzeiro, que a chamou “uma artista da palavra” e soube pontuar como ninguém a sua persistência e competência acadêmicas. Diz o escritor:

Elizabeth Marinheiro firmou seu nome numa época em que, para uma mulher, desejar ser crítica literária era verdadeiro atrevimento, pois essa elevada função cabia unicamente aos homens, em geral ocupando as colunas dos importantes suplementos literários, nos grandes jornais do Rio de Janeiro e de São Paulo".

Este reconhecimento só se tornou possível pelo fato de que a professora Elizabeth Marinheiro nunca se acomodou, sempre tendo adotado uma postura combativa, sempre buscando fazer, quando tantos outros procuravam, e ainda procuram, a comodidade dos cargos, em lugar da nobre tarefa dos encargos.

É com justiça, que o mesmo José Louzeiro lhe reivindica a entrada na Academia Brasileira de Letras, pois, continua o escritor, "Elizabeth não veio ao mundo só para 'presenciar' – como era comum acontecer com a mulher, até fins do século passado – mas também, para atuar, de igual para igual, com os mais competentes críticos da ficção nacional e estrangeira".

Enfim, "motor que transmite entusiasmo, que organiza, que impulsiona", no dizer de Jorge Amado, a professora Elizabeth Marinheiro é o exemplo da combatividade que engrandece e dignifica, justificando a outorga de tão importante título que ora esta UFPB lhe confere.

O poeta latino Marcial, que viveu na segunda metade do século I depois de Cristo, abre o seu primeiro livro de epigramas com estes versos:

Hic est quem legis ille, quem requīris,
toto notus in orbe Martialis
argutis epigrammăton libellis:
cui, lector studiōse, quod dedisti
uiuenti decus atque sentienti,
rari post cinĕres habent poetae.

Este que lês, que procuras, é aquele
Marcial, conhecido em todo o orbe
pelos seus falantes livrinhos de epigramas:
a quem deste, leitor dedicado,
ainda vivendo e sentindo, uma honra
que possuem raros poetas após a morte.


Esta, senhoras e senhores, que vos apresento, é a Magistra Emerita, professora doutora Elizabeth Marinheiro, conhecida no orbe acadêmico, pelos seus saberes, a quem concedemos, emocionados, esta honra que raros professores possuem em vida. Muito Obrigado. [João Pessoa, 14/05/2015]


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ALGUMAS FOTOS SELECIONADAS, PARA O LEITOR 
CONHECER MAIS DE PERTO O PROF. DR. MÍLTON 
MARQUES JÚNIOR, AUTOR DA SAUDAÇÃO ACIMA

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O Prof. Dr. Milton Marques Júnior com alunas, professoras e o docente, escritor, articulista e jurista Marcílio Franca. [Clique na foto para ampliá-la]

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Nesta foto de seu perfil no Facebook, vê-se o Prof. Dr. Milton Marques Júnior ao lado do computador com que trabalha em casa. [Clique na foto para ampliá-la]

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O Prof. Dr. Milton Marques Júnior com aluno/alunas de sua disciplina na Universidade Federal da Paraíba. [Clique na foto para ampliá-la]

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O mesmo professor numa das companhias que ele mais aprecia: os livros. [Clique na foto para ampliá-la]

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Mílton Marques Júnior: Vocês ainda lerão muitos artigos, prefácios, introduções, apresentações ensaios e livros dele. [Clique na foto para ampliá-la]

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FINIS
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