Clotilde, a sacra endiabrada da Net (final)
Jornal A União, domingo, 6 de junho de 2010
Conclui-se hoje a tarefa iniciada no domingo passado, no jornal A União, qual seja, a tentativa de se montar um perfil da médica e escritora paraibana Clotilde Tavares, que lidera movimentados blogs e listas de discussão na Web nordestina
Evandro da Nóbrega
ESCRITOR, JORNALISTA, EDITOR
[http://druzz.blogspot.com]
[druzz@reitoria.ufpb.br]
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Este artigo — publicado originalmente no jornal A União, de João Pessoa (PB), edição de domingo, 6 de junho de 2010 — é também gentilmente reproduzido pelos seguintes URLs:
- Blog Cultural EL THEATRO, de Elpídio Navarro:
- Portal PS OnLine, de Paulo Santos:
- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/druzz
- Portal do Jornal A União On Line:
- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro da Nóbrega:
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Para continuar falando sobre Clotilde, não nos faltariam temas, óticas e ângulos. Mas eis que chegam também, entre outros, os estímulos dados por W. J. Solha e por Aglaé Fernandes. Solha diz, em resumo: "Maravilhoso, Druzz, esse seu texto sobre a Clotilde Tavares. Ágil, com muito humor e conhecimento, com enorme carinho pela figura em foco. Nota 10".
E Aglaé complementa: "Perdi o XIII FENART integralmente. Passei a semana com forte gripe. Lamentei haver perdido também a palestra. Agora, me atualizo com os textos de Druzz. E, pensando bem, um espírito laudabilíssimo [Clotilde] que ganha loa tão bela, não precisa mais de nada: já superou a própria santidade!"...
Leitora contumaz e integrante do Colégio Brasileiro de Genealogia, Clotilde tem por irmãos — além do multipremiado escritor Bráulio Tavares, já apresentado, com todas as honras, na primeira página desta série de duas — o professor universitário Pedro Quirino Ferreira Neto e a socióloga Inês Santa Cruz Tavares.
ASCENDENTES & DESCENDENTES
De dois casamentos, Clotilde teve um casal de filhos: Rômulo Tavares (publicitário e músico, que lhe deu dois netos, Isabela e Marcelo); e Ana Morena Tavares (produtora, contrabaixista e editora de vídeo). Ana Morena vem a ser esposa do também músico Anderson Foca e ambos são empresários em Natal (RN), responsáveis pelo Centro Cultural do Sol e, pour cause, pelo superprestigiado Festival do Sol.
Campinense filha de Nilo Tavares e Cleuza Santa Cruz Tavares, Clotilde teve por avós maternos Pedro Quirino Ferreira e Inez Duarte Salgado de Vasconcelos Santa Cruz Ferreira (e, paternos, Bráulio Fernandes Tavares e Clotilde Pereira). Afora outros ilustres parentes & antepassados, houve um tio seu que floresceu em Recife (PE) e de quem tomamos conhecimento enrevesadamente. [Veja abaixo].
ALGUNS DE SEUS LIVROS
Clotilde publicou seu primeiro folheto de cordel em 1974. Divide seu tempo entre Natal e João Pessoa, apresentando crônicas e artigos sobre Arte, Cultura e Comportamento. E já publicou, entre outros, os seguintes livros:
■ Coração parahybano - Crônica, Literatura e Memória (Edições Linha d'Água, de nosso incomum amigo comum Heitor Cabral);
■ Formosa és - Memórias do Internato, sobre sua experiência como aluna interna do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, PE (Edições Engenho de Artes, Natal, 2009);
■ Bilhetes de suicida - Poesia (Editora Universitária, Natal, RN, 1987);
■ Iniciação à visão holística - Ensaio (5a. edição, Record, Rio de Janeiro, 2000);
■ A magia do cotidiano - Ensaio (Editora CNews, Natal, 1999; reeditada pela editora A Girafa, São Paulo, 2005);
■ A botija - Novela (AS Editores, Natal, 2003, Prêmio "Câmara Cascudo" da Prefeitura natalense em 2000, reeditado pela Editora 34, São Paulo, 2006, e adotado em Vestibulares);
■ A agulha do desejo - Crônicas (Engenho da Arte, Natal, 2003); e
■ Natal, a noiva do Sol - Literatura Infanto-Juvenil (São Paulo, editora Cortez, 2005).
Um tio seu, no Bar Savoy, com Carlos Pena Filho
No Facebook, Salomão Benevides Gadelha nos enviou uma "provocação", citando Carlos Pena Filho e Mauro Mota, com os conhecidos versos:
DE CARLOS PENA FILHO:
Nas mesas do Bar Savoy
o refrão tem sido assim:
são trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados.
DE MAURO MOTA:
São agora vinte e nove
os homens do bar Savoy.
Vinte e nove que se contam.
Falta um. Para onde foi?
Vinte e nove homens tristes.
Dentro deles, como dói
a ausência do poeta Carlos
na mesa do bar Savoy.
Sem nem de longe querer ombrear tão ilustres poetas, pegamos o pião na rima & na unha, respondendo:
RÉPLICA DE DRUZZ:
Como o tempo tudo mói,
Mauro Mota, em oitenta e quatro
também deixa o anfiteatro
que era o velho Bar Savoy...
Mauro igualmente se foi,
restando só vinte e oito
chopes, copos, abdômens
nesse belo valhacoito...
Que o tempo é pior açoito
a frustrar sonhos e homens.
TRÉPLICA DE CLOTILDE:
E Clotilde emendou, magistralmente, revelando a existência de seu tio Cláudio Tavares, também, como todos nós, frequentador do Bar Savoy:
Um daqueles trinta homens,
Meu tio Cláudio Tavares,
Elegeu o bar Savoy
Como o melhor entre os bares.
Amigo de Carlos Pena,
Foi eleito entre seus pares;
Ali escrevia artigos
Sobre as lutas populares.
E era ali que o procuravam
Os carrascos militares,
Para prendê-lo no Derby,
Prisão de muitos lugares.
Mas Claúdio era comunista,
Libertário, era Tavares!
Morreu mas não se quebrou!
Nunca cedeu seus achares.
Os vinte e sete restantes
E, depois deles, milhares
Foram ficando mais tristes,
Mais pesados seus pesares.
RECOLHENDO A LUVA
Diante disto, jogamos a toalha no tablado do ringue, com uns versins finais:
Estão em todas os Tavares,
segundo a lição da História;
e, no Nordeste, sua glória
se fez em terra e nos mares.
Já não digo pelos ares,
que não sei de aviação;
mas, nos meios regulares,
só vi Tavares em ação,
na guerra e paz — ou então
nas escolas e nos lares.
VERSINS DO FRONTISPÍCIO
Há uns anos, ficamos lisonjeado por Clotilde haver escolhido uns "versins" de cordel nossos para o "frontispício oficial" de sua lista de discussão "Umas & Outras". Os mal-ajambrados versins rezam:
Se Você gosta de Arte,
de Clotilde, Humor, Cultura,
se é fã de Literatura
e quer fugir ao enfarte;
se amar um bom debate,
com toda a cordialidade,
sem incabíveis apupos;
venha fazer amizades,
sem limitação de idade:
Umas & Outras é o grupo.
Ass.: EvandrUmas da NobrOutras...
Autora se encontra no seleto catálogo de jóias literárias do insigne editor paraibano Heitor Cabral
Como vimos, um dos livros de Clotilde [Coração parahybano: Crônica, Literatura e Memória] foi lançado pelas Edições Linha d’Água, do grande editor paraibano Heitor Cabral, advogado, economista, professor e muita coisa mais.
Para se ter uma idéia da companhia em que Clotilde se encontra, no catálogo de obras já lançadas (e a serem lançadas) pela editora de Heitor Cabral, vejam estas duas relações:
LIVROS JÁ LANÇADOS:
* Introdução ao Direito, de Flóscolo da Nóbrega;
* A Ciência Social do Direito - Uma introdução, de José Cláudio Baptista;
* Direito Processual Penal em sala de aula, de Onildo Cavalcanti de Farias;
* Introdução à Sociologia, de Flóscolo da Nóbrega;
* História do Direito e da Política, de José Octávio de Arruda Mello;
* Proposições - Direito em interdisciplinaridade, de José Cláudio Baptista;
* Selecta carmina - Poesia seleta, de Vanildo Brito;
* Memórias do olhar, de Raul Córdula Filho;
* Fúcsia, de Victória Lima.
A SEREM LANÇADOS:
* Dom Sertão, Dona Seca, de Otávio Sitônio Pinto;
* uma nova edição de Eu e Outras Poesias, de Augusto dos Anjos
* Poesias da juventude, de Luiz Correia Alves (apenas lançado em Alagoa Grande e São Paulo);
* Lira dos anos dourados, de Clemente Rosas (livro escrito em sua juventude);
* a antologia poética Geração 59, em segunda edição, comemorativa dos 50 anos de publicação da primeira;
* Marcas de uma raça, de Jonas Leite Chaves (memória da sertaneja família Jenipapo);
* Iluminuras, do saudoso poeta Jurandy Moura;
* Merá Buyé, de José Elias Barbosa Borges (estudo magistralmente pioneiro sobre a pré-história de Campina Grande);
* Opera mistica [assim mesmo, sem acentos diacríticos, porque em latim], do poeta Luiz Correia Alves;
* O dia dos cachorros, do poeta Aldo Lopes (segunda edição, magnificamente ilustrada por Alberto Lacet);
* Pensando no seu tempo, de Ronaldo de Queiroz (livro póstumo);
* Coco de roda - Doze ensaios iluministas, de Clemente Rosas (segunda edição, ampliada);
* No roteiro do Padre Malagrida, de Marcus Odilon Ribeiro Coutinho (segunda edição, ampliada, deste livro premiado na Itália);
* Sudene, a utopia de Celso Furtado, de Laura Aquino; e
* a primeira edição local de Diálogo das grandezas do Brasil, de Ambrósio Fernandes Brandão, com comentários do professor Antônio Augusto de Almeida (foi este o primeiro livro a ser escrito em solo paraibano — e Ambrósio era cristão-novo).
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