Sunday, September 18, 2016

OS 111 ANOS DE FUNDAÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANO

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IMPRENSA PARAIBANA EM PAPEL DEIXA PASSAR TOTALMENTE EM BRANCO O TRANSCURSO DOS 111 ANOS DO IHGP, NOSSA MAIS ANTIGA CASA DA MEMÓRIA E DA CULTURA EM ATIVIDADE CONTÍNUA
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A sede do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, no centro de João Pessoa. [Clique na foto para ampliá-la]

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O brasão de armas do IHGP. [Clique na foto para ampliá-la]
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por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista, editor e
sócio efetivo do Instituto Histórico
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Causou espécie em meios intelectuais e culturais do Estado o fato de o 111º. aniversário do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico Paraibano) haver transcorrido no dia 7 de setembro próximo passado sem que a Imprensa escrita da Paraíba dedicasse, já não se diz uma reportagem, mas sequer uma única nota sobre a efeméride.

É isto mesmo: passaram-se totalmente em branco, para essa Imprensa impressa, os 111 anos da mais antiga Casa da Memória e da Cultura da Paraíba em atividade contínua.

O IHGP é também conhecido com a Casa de Irineu Ferreira Pinto, seu fundador e secretário perpétuo, além de autor de uma obra indispensável, sob o título de Datas e Notas para a História da Paraíba.

SÓ SAIU NA INTERNET...
Essa data teria passado TOTALMENTE EM BRANCO não fosse o degas aqui haver noticiado em seu blog DRUZZ ON LINE e em seu perfil do Facebook (o que felizmente recebeu vários e imediatos compartilhamentos) o aniversário do Instituto Histórico associado à posse de seus novos Presidente e Vice-Presidente, os historiadores Guilherme Gomes da Silveira d’Avila Lins e Joaquim Osterne Carneiro.

Com efeito, no último dia 7 de setembro de 2016 (quarta-feira), o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) celebrou em sessão magna não apenas a passagem de seus 111 anos de existência, mas também a posse coletiva de toda a sua nova Diretoria.

DIRETORIA LAMENTA EM NOTA
É no mínimo estranhável que nossos meios de Comunicação, considerando que frequentemente propalam ter apreço à nossa História e à nossa Cultura, terem deixado passar em brancas nuvens essa relevante efeméride.

De fato, tirante nossas já aqui aludidas referências on line, a data transcorreu SEM UM ÚNICO REGISTRO por parte da Imprensa local escrita em suporte de papel. E muito menos se assinalou — nem antes, nem durante, nem depois — a comemoração realizada na mesma data, juntamente com a concorridíssima posse da nova Diretoria.

No entanto, a Diretoria do IHGP — entendendo que, “diante disso, é de se imaginar que, na óptica da Imprensa local, o aniversário mais que centenário da Casa da Memória e da Cultura da Paraíba pode transcorrer sem qualquer menção” — não deixou de acusar essa falta de atenção dos periódicos em papel. E lançou a Nota a seguir reproduzida:

O 111o aniversário do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP)

“Ninguém contesta o fato de que a Paraíba é geograficamente um pequeno Estado deste País, todavia, este “pequenino grão de areia” constitui um vasto celeiro para a história do Brasil, cujos prolegômenos das guerras de conquista do seu território se iniciaram no final do terceiro quartel do Século XVI, em 1574, e se prolongaram por mais de duas décadas.

Por outro lado, no que tange à sua contribuição cultural pelos tempos afora a Paraíba vem enriquecendo sobremaneira o manancial das letras desta nação, tendo inclusive conseguido, ainda bastante jovem, extrapolar suas próprias fronteiras geográficas. Para fundamentar tais afirmativas menciono aqui apenas dois dos seus mais remotos exemplos.

Assim, este Estado é o único que no contexto da história nacional pode ostentar com júbilo a elaboração de uma crônica primordial propriamente dita (protocrônica), ou seja, o Sumário das Armadas, concluído em 1594. Além disso, em 1618 estava sendo rascunhado na Paraíba o célebre Dialogo das Grandezas do Brasil, obra que no entendimento do enciclopédico Prof. José Honório Rodrigues representa um dos doze maiores livros escritos sobre este País durante o nosso período colonial.

Estes são apenas dois marcos pioneiros da iluminada maratona histórica e cultural da Paraíba, a qual, daí por diante, foi sendo palmilhada com muito valor e brilho até os dias atuais. Fica óbvio, dessa maneira, que uma abrangente ilustração da sua produção intelectual não caberia nestas exíguas linhas.

Pois bem, no último dia 7 de setembro de 2016 (quarta-feira) o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP) celebrou em Sessão Magna o transcurso de seus 111 anos de existência, ele que é a mais antiga Casa da Memória e da Cultura da Paraíba em atividade contínua, sendo também conhecido com a Casa de Irineu Ferreira Pinto, seu  Fundador e Secretário Perpétuo, autor das reverenciadas Datas e Notas para a História da Paraíba.

É portanto curioso __ considerando que os nossos meios de comunicação costumam propalar seu apreço à nossa história e à nossa cultura __ o fato de aquela importante efeméride do IHGP ter transitado sem um único registro, por parte da imprensa local escrita em suporte de papel, assinalando a comemoração ali levada a cabo, nem antes, nem durante, nem depois do referido evento.

Diante disso, é de se imaginar que na óptica da imprensa local o aniversário mais que centenário da Casa da Memória e da Cultura da Paraíba pode transcorrer sem qualquer menção.

O tempora! O mores!... Isto se mostra deveras lamentável até porque teve ou tem assento nessa Instituição admiráveis figuras da nossa história e da nossa cultura como João Rodrigues Coriolano de Medeiros, Irineu Ferreira Pinto, Celso Mariz, João de Lyra Tavares, Eudésia de Carvalho Vieira, Josa Magalhães, Antônio Botto de Menezes, Maurício de Medeiros Furtado, Clóvis dos Santos Lima, Oscar de Oliveira Castro, Elpídio de Almeida, Horácio de Almeida, Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega, Deusdedit de Vasconcelos Leitão, Lauro Pires Xavier, Heronides Alves Coelho Filho, Maurílio Augusto de Almeida, Joacil de Brito Pereira e tantos outros Membros deste Silogeu.

É bom que se diga que, a rigor, o IHGP não carece de loas ou nótulas para lembrar que ele merece o respeito de quem sabe da sua existência, até porque os fatos históricos têm, por si só, seu valor intrínseco e são sempre noticiáveis, todavia, nem sempre as notícias constituem fatos históricos.

De todo modo, a citada festividade transcorreu plena de sucesso com a presença de uma centena de pessoas distintas e ilustres que a abrilhantaram na medida do seu merecimento.
Dentre os que prestigiaram aquela solenidade contava-se inclusive um Professor Titular da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Quanto às diversas mensagens de congratulações recebidas naquela ocasião há que se ressaltar as de autoridades universitárias estrangeiras, oriundas de Portugal (Universidade de Lisboa) e da Espanha (Universidade de Salamanca), além de uma muito especial enviada da Áustria por um dos Membros da Casa Imperial do Brasil, trineto de D. Pedro II, Dom Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e do IHGP. Também não faltou a mensagem do Prof. Dr. Arno Wehling, Presidente do IHGB.

Dessa maneira, o aniversário do IHGP foi sobejamente festejado por muita gente de destaque que reconhece e reverencia a história e a cultura da Paraíba.

Entre muitos outros estavam presentes o Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, um Desembargador do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, Membros do Ministério Público do Estado, Professores da UFPB (Cursos de História e de Direito), o Presidente do Conselho Regional de Medicina, vários Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, o Presidente da Academia Paraibana de Medicina (APMED) e diversos dos seus Membros, o Presidente da Academia Paraibana de Letras (APL) e vários dos seus Membros, o Presidente da Academia Paraibana de Letras Jurídicas (APLJ), Membros da Academia Paraibana de Letras Maçônicas (APLM), o Presidente da Sociedade Paraibana de Arqueologia (SPA) bem como alguns Membros do Instituto Histórico de Campina Grande (IHCG), Membros da Academia de Letras de Areia (ALA), o Presidente da Academia Paraibana de Engenharia (APENGE), um representante da Academia Paraibana de Odontologia (APO), vários Membros do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica (IPGH) e, é claro, 22 Membros do IHGP. Inegavelmente, estes são fatos digno de nota.

Para concluir, a verdade é que, apesar das muitas dificuldades enfrentadas até hoje por esta vetusta Instituição (aliás, esta é a regra geral das entidades congêneres neste País), as quais têm sido sempre superadas com muita dignidade, pode-se dizer que, mesmo diante dos ventos agrestes eventualmente açoitando seu frontispício, o IHGP permanece incólume e ativo há 111 anos, trilhando seu caminho histórico e cultural (além de educacional) e assim continuará no porvir.

A Diretoria do
Instituto Histórico e Geográfico Paraibano”


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