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A Pocahontas original , a princesa índia americana, algonquina da Virgínia, que viveu entre 1596 e 1617 , numa imaginária representação pictórica antiga — e o leitor concordará com minha aposta de que nossa Iratembé, "a de lábios de mel", filha do cacique Iniguaçu, era bem mais bonita
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SÓ PARA LEMBRAR
NOVAMENTE: PIVÔ DA FUNDAÇÃO DA PARAHYBA FOI UMA BELA ÍNDIA POTIGUARA
por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista, editor
[druzz.judiciario@gmail.com]
Este artigo é reproduzido pelos
seguintes URLs:
- Blog Cultural EL THEATRO, de
Elpídio Navarro:
www.eltheatro.com
- Portal PS OnLine, de Paulo
Santos:
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- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/druzz
- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro
da Nóbrega:
http://druzz.blogspot.com
Que ninguém que surpreenda, hoje, que o
nome de uma mulher indígena esteja inscrito nas próprias origens da Capitania
da Parahyba.
Todos os fatos abaixo narrados — é bem
verdade que sob roupagem mais ou menos nova — são bem conhecidos dos
historiadores.
Portanto, não será despautério reassegurar
às gerações atuais que a própria origem da Capitania da Parahyba deve-se
a uma mulher.
No caso, a índia potiguara Iratembé
("Lábios de Mel"), filha do cacique Iniguaçu ("Rede
Grande").
Um Mameluco Aventureiro
Iniguaçu chefiava então o aldeamento
indígena de Cupaoba, localizado na área hoje integrada pelos municípios de
Serra da Raiz, Lagoa de Dentro, Sertãozinho e Duas Estradas, na microrregião do
Brejo Paraibano.
Aconteceu assim: um aventureiro mameluco
(mestiço de português com índio), cujo nome se perdeu, mas que residia em
Olinda, na Capitania de Pernambuco, esteve em visita a Cupaoba, onde
irremediavelmente se engraçou da belíssima filha do cacique Iniguaçu — a já
citada Iratembé, de apenas 15 anos de idade.
Desobedecendo ao Morubixaba
O tal mestizo foi ao cacique e pediu
a moça em casamento. O morubixaba, que, óbvio, muito amava a belamente núbil filha,
concordou em cedê-la — mas com uma condição: que a moçoila de melíferos lábios,
de beiços polinizados com o néctar de jataí, de boca mais doce que o mel de alfarroba
ou o próprio mel do Himeto, continuasse morando indefinidamente em Cupaoba.
Aproveitando-se, porém, da circunstância
de o cacique haver-se afastado da aldeia, com os filhos guerreiros, para uma
caçada, o mameluco deu às de vila-diogo, retirou-se “à francesa”, deu o fora,
arribou, debandou — enfim, esfregou “sebo nas canelas”, fugiu, foi-se embora
para Olinda. E, claro, levou consigo a faceira semideusa mortal de nome Iratembé.
Pense na Pôpa que o Cacique Deu!
O cacique potiguara irritou-se em grau
maior com o sequestro da jovem filha — realmente sua "princesa", sob
todos os aspectos. Mas, como desejava manter a paz com os brancos, Iniguaçu enviou
dois filhos guerreiros em missão de paz a Olinda, então cabeça da Capitania de
“Paranampuca” [“água que estronda”, efeito das ondas arrebentando contra os
arrecifes].
Assim, os guerreiros potiguaras viajaram
de Cupaoba a Olinda com a finalidade de obter do capitão-mor pernambucano o
ansiado regresso da filha Iratembé.
Esses fatos se passavam no mui recuado
ano de 1574 — pouco mais de uma década antes da fundação da Parahyba.
Uma “Capitoa” no Governo
Quem governava Pernambuco, então, era
por coincidência uma mulher: a portuguesa Dona Brites [Beatriz] de Albuquerque,
viúva desde 1554 do donatário da Capitania, o afamado Duarte Coelho Pereira.
A "capitoa" Brites era irmã de
outro nobre, Jerônimo de Albuquerque, cognominado "o Adão Pernambuco",
pela, como direi, prolificidade que demonstrou em terras nordestinas. Ele veio
a se casar com a índia tabajara Tindarena (ou Tabira), que, uma vez batizada,
ganhou o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde, porque filha do cacique
tabajarino Muirá-Uby ("arco verde"). E o casal em referência deixou
uma enormidade de descendentes, que se espalharam pelo Nordeste e pelo Brasil,
sendo os antepassados de muitas famílias, dentre as quais as dos Arcoverde e
Albuquerque Maranhão.
A "capitoa" Brites procurava
manter a paz com os indígenas, cujas revoltas combatia com mão de ferro, e
faleceria cerca de um ano antes da fundação da Parahyba, para a qual também
concorreu com o envio de homens, armamentos, víveres, índios mansos, alimárias
e o que possível fosse reunir nesses tempos realmente bicudos.
Bem
Antes da Capitania da Parahyba
Acontece que, quando da chegada dos
irmãos da índia Iratembé a Olinda, achava-se em visita a Pernambuco, vejam só,
ninguém menos que o próprio Governador-Geral do Brasil, António Salema (ou
António de Salema).
Ouvindo toda a inacreditável história da
própria boca dos guardiões da bela potiguara, e com ordens da Corte para não
mexer no vespeiro das susceptibilidades indígenas, o Dr. Salema (pois era
Doutor, sim!) não só determinou que a jovem fosse devolvida aos manos, de
imediato, como lhes deu salvo-conduto para que regressassem à sua aldeia em
perfeita segurança — vale dizer, sem serem incomodados pelos esbirros
habituais, sempre a postos, e pelos súditos portugueses e seus agregados.
Relembre-se mais uma vez que, a essa
época, ainda não havia a Capitania da Parahyba e, sim, duas Capitanias
territorialmente contíguas: a de Pernambuco e a de Itamaracá. Mas essa última,
ao contrário da outra, estava caindo pelas tabelas, degringolando, fracassando,
além de se ter mostrado incapaz de prevenir e evitar os frequentes ataques dos
bugres, do gentio, da indiada a postos avançados de Pernambuco.
Quem Foi Antônio de Salema
Esse luso-alentejano António de Salema
não era pouca coisa, não. Licenciado em Leis, brilhou por breve tempo como
latinista nos meios universitários lusitanos e, mais tarde, nas Cortes
portuguesas, como desembargador da Casa de Suplicação. Retornaria a Portugal
somente após o término de sua missão no Brasil-Colônia, lá exercendo ainda o
cargo de desembargador dos Agravos.
O que mais nos interessa é que, na
década de 1570, isto é, pouco antes dos acontecimentos aqui rememorados,
António de Salema, de ordem do Rei Dom Sebastião I, fora enviado a Pernambuco,
com uma alçada.
Melhor Ser Sem Parecer
Posteriormente, seria pelo mesmo monarca
nomeado Governador de São Tomé — e, ainda depois, Governador do Rio de Janeiro
[1574-1577], onde conquistou as fortificações dos corsários franceses e do
gentio tamoio localizadas na área de Cabo Frio.
Sobre tais eventos, aliás, Salema escreveria
uma obra, em português mesmo, apesar de ter outros trabalhos, em latim, a
exemplo de seu comentário ao Codex De Fide Instrumentorum, e outro à
célebre máxima do Direito Romano, segundo a qual Plus valet quod agitur quam
quod simulate concipitur ["Mais vale o que é feito que aquilo que
apenas parece ter sido feito"].
Desembargar = Retirar os óbices
Em tempo: o termo alçada (e
Salema fora enviado, pelo Rei, a Pernambuco, chefiando justamente uma alçada)
tinha, então, o sentido de Tribunal ambulante a percorrer aldeias e povoados,
com o objetivo de julgar casos e pendências, numa espécie de pequena devassa,
que podia até se sobrepor a autoridades judiciárias apenas locais. E o título
de “desembargador” ainda tinha aquele sentido antigo e original de quem
“desembarga”, isto é, de quem retira os óbices para que uma causa avance,
tramite, chegue a um fim.
En passant, diga-se que esse mesmo Antônio de
Salema — que igualmente integrou o Governo-Geral brasileiro reunificado na
Bahia, a partir de 1578 — faleceria, em Lisboa, cerca de um ano depois da
fundação da Parahyba, podendo-se visitar seu túmulo no Convento de São
Francisco da capital portuguesa.
Em Português e Latim
Se eu fosse Vocês (ou tivesse o tempo
que Vocês têm!), daria também uma boa olhadela no item “Antonius de Salema, Titulus
de legitima agnatorum successione”, in K. II. 18, fólio 386, apud
o Padre Guillermo Antolin, da Ordem de Santo Agostinho e correspondente da Real
Academia Espanhola. Para facilitar: isto aí pode ser visto no volume IV do Catálogo
de los Códices latinos de la Real Biblioteca del Escorial, com “una
Imprenta Helénica y Pasaje de la Alhambra”, Madrid, 1916.
E este parágrafo serve igualmente para
mostrar, mais uma vez, como os formados em Leis nas Coimbras & Salamancas
da vida tinham que conhecer os Institutos, as Pandectas, os Digesta e o escambau do Codex Iustinianus, inclusive na parte
referente à sucessão legítima dos parentes por linhagem masculina — além de os
nobres e candidatos a cargos públicos serem obrigados, também em Portugal, a
provar até certo grau de antepassados a legitimidade de sua... “pureza de
sangue”.
Em Mamanguape, o Porto de Salema
Mais digressões, enquanto Vocês
pacientemente esperam pelo desfecho da história da indiazinha Iratembé: em
Mamanguape (PB), ficou bem conhecido o Porto de Salema, com grande movimentação
de navios, entre os séculos XVII e XIX, para o escoamento de produtos oriundos
de todo o Interior paraibano e também de cidades litorâneas — apesar de se
saber que, nos termos da organização judiciária do passado, Mamanguape pertencia
à Comarca da Capital, antes de ter sua própria Comarca.
O Porto de Salema passaria depois à jurisdição
do município de Rio Tinto.
Outro(s) Apaixonado(s) pela Bela Índia
Mas voltemos, finalmente, depois de
longa e procelosa espera, à história da bela indiazinha, que deixamos com seus
manos, naquela volta de Olinda a Cupaoba.
No retorno, o trio — Iratembé e seus
irmãos — deveria percorrer território relativamente extenso, da então capital
pernambucana até o que hoje é o Brejo paraibano. Enfim, teriam os três, na
segunda fase da volta, que passar por terras da então existente Capitania de
Itamaracá.
À altura do rio Tracunhaém [do tupi recuzaém,
"panela de formigas"], os índios tiveram que pernoitar no engenho
fortificado do cristão-novo Diogo Dias.
O dono da fazenda (ou um de seus filhos)
ficou vivamente impressionado ante a beleza da indiazinha, de modo que, na
manhã do dia seguinte, seus irmãos não mais a puderam encontrar, apesar de
todas as buscas. Protestaram, mas, frente à recusa de Diogo Dias e/ou dos seus
de devolverem a moça, tiveram que voltar a Cupaoba — sem a irmã.
Franceses Instigam os Índios
Nem é preciso dizer da renovada e
redobrada indignação do cacique Iniguaçu ao ouvir o relato dos filhos. Ainda
mandou uma embaixada de paz a Tracunhaém, rogando pela devolução de Iratembé,
mas lhe fizeram ouvidos de mercador.
Quem muito apreciou esses infortúnios do
chefe índio foram os corsários franceses, que, a partir de Acajutibiró, a Baía
da Traição, tentavam a todo custo derrotar os colonizadores portugueses, a fim
de prosseguirem com o tráfico de pau-brasil e de outros itens saqueados nas
costas nordestinas.
Inteirando-se da história toda, tais
piratas esmeraram-se em instigar os índios a se vingarem, com um ataque
punitivo ao engenho de Diogo Dias — prometendo, eles mesmos, contribuírem, pela
costa, com apoio de seus navios de pesada artilharia.
Sob Infernal Gritaria
O cacique Iniguaçu reuniu mais de mil
guerreiros potiguares (e, diz-se, até mesmo tabajaras) e lançou mão de um
estratagema para enganar os defensores do engenho Tracunhaém. Um pequeno grupo
de indígenas simulou um ataque às paliçadas da fazenda. Vendo que se tratava de
poucos índios, os colonos abriram os portões e saíram a campo aberto, a fim de
massacrarem, conforme pensavam, os “ingênuos” atacantes.
Neste momento, saiu da mata circundante
um autêntico “exército” de índios, fortemente armados e numa gritaria infernal,
como era de seu uso e costume.
Matando Tudo o Que Respirasse
Na feroz luta que por horas se seguiu,
os nativos literalmente massacraram a população do engenho, matando tudo o que
respirasse e/ou bulisse: homens, mulheres, crianças, gado, aves, animais
domésticos... Foi, realmente, aquilo que ficou conhecido na História nordestina
como “a Tragédia”, “a Matança”, “a Hecatombe”, “a Chacina” ou "o Massacre
de Tracunhaém".
Dizem os historiadores que, neste dia
fatídico, morreram mais de 600 pessoas (612 ou 614, dependendo da fonte), com
poucas baixas da parte dos índios. Ao que parece, escaparam com vida, por se acharem
ausentes, apenas dois filhos do senhor de engenho Diogo Dias — um dos quais de
nome Boaventura, que depois se destacaria na História da nascente Goiana (PE).
Infelizmente, não se conhece o destino da indiazinha Iratembé.
Apavora-se a Corte Portuguesa
O mais importante de tudo, porém, é que
a notícia desse sangrento ataque, com tantas vítimas humanas e tantos prejuízos
materiais, causou impacto não apenas em Pernambuco, na Bahia e no Rio de
Janeiro, mas também no próprio Conselho Ultramarino, em Portugal.
A Coroa portuguesa, assombrada, tomou
providências para a defesa do território pernambucano. Dentr’outras severas
medidas, extinguiu a Capitania de Itamaracá e mandou criar a Capitania Real da
Parahyba, traçando-se os planos para a ereção da terceira cidade (criada com
tal status) no Brasil-Colônia — que somente começaria a se erguer em
1585, recebendo o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
Antes do Rei Filipe de Habsburgo
Em tempo: Acordo Ortográfico algum
(especialmente esse, assinado sem nosso consentimento, isto é, sem que
nós fôssemos ouvidos, cheirados, consultados) me fará escrever Filipeia
em lugar de Filipéia. Entre muitas outras coisas, porque, digamos, um
estrangeiro ficaria tentado a pronunciar filipêia, inadmissível
absurdo!...
Mas, antes do surgimento da Filipeia de
Nossa Senhora das Neves, o rei de Portugal era, por esse tempo em que floruit
Iratembé, o décimo-sexto soberano luso e o sétimo monarca da Dinastia de
Avis, Dom Sebastião I, conhecido na História portuguesa inicialmente como “o
Desejado” e, depois, como “o Encoberto” ou “o Adormecido” (1554-1578, regnavit
1557-1578).
O
Destino de Dom Sebastião
O próprio Dom Sebastião desapareceria — sem
deixar o mais mínimo rastro e, pior ainda, com quase todos os principais nobres
do Reino — na imprevidente e quixotesca “guerra dos três reis” que, muito moço
e inexperiente, empreendeu contra os árabes, na célebre batalha de al-Qasr
al-Kibr ou Alcácer-Quibir, Norte da África.
Como Dom Sebastião não deixara
sucessores, a Coroa lusitana cairia (logo depois do interregno protagonizado
pelo Cardeal-Infante eborense Dom Henrique) em mãos do Rei espanhol Filipe II,
“o Previdente” [regnabat 1581-1598], que ocupou o trono português ou a
Coroa unificada hispano-lusitana com o título de Filipe I.
Um Sujeito Realmente Ocupado
A Coroa portuguesa, unificada à
Espanhola, caíra em mãos, portanto, do filho do grande Rei das Espanhas e,
ainda por cima, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Dom Carlos V de
Habsburgo. Mas tem que ver que a mãe desse Filipe II d’Espanha e Filipe I de
Portugal tinha por mãe uma portuguesa, Isabel [Elisabete], esposa do
Rei-Imperador Carlos.
E não me perguntem, please, como
é que Dom Filipe arranjava tempo para compatibilizar sua agenda, sendo, a um só
e mesmo tempo, Rei d’Espanha e Portugal; rei de Aragão, de Castela, da Catalunha,
da Ilhas Canárias, de Maiorca, de Navarra, de Galiza e de Valência, do Rossilhão,
do Franco-Condado, dos Países Baixos (de onde surgiriam as atuais Holanda,
Bélgica etc), da Sardenha, da Córsega, da Sicília, de Milão, de Nápoles, bem
como dos territórios ultramarinos hispânicos e lusitanos da África (como Túnis,
Orão et alia), da América (Brasil e colônias hispano-americanas) e da
Ásia (como as Filipinas et caterva).
“Pacificando” os Índios Nordestinos
E o danado do homem, com todas essas
responsabilidades nas costas, ainda achou tempo — só sendo mesmo filho do
quinto Carlos habsbúrguico! — para ganhar em 1571, contra os turcos otomanos, a
sanguinolenta batalha naval de Lepanto, da qual saiu com a mão esquerda
inutilizada nosso considerado Cervantes.
Já para a “pacificação” (leia-se extermínio)
dos índios ao Norte de Pernambuco, a Corte portuguesa enviou várias
expedições... até que, em 1585, mais de uma década depois da horrenda carnificina
em Tracunhaém, os lusitanos (ajudados pelos espanhóis, pois, como se viu, a
Coroa portuguesa estava então sob o domínio da Espanha) conseguiram finalmente
a paz com os índios tabajaras — já então por esses mesmos colonizadores tornados
inimigos dos potiguaras.
Cherchez la Femme!
A fundação e a implantação inicial da
Capitania paraibana marcou o avanço colonizador em direção ao Norte de
Pernambuco. E iniciou o lento mas continuado combate (e o fatal massacre)
contra os indígenas — não só tupis, mas também cariris [kiriri] e de
outras etnias ditas “tapuias”.
Enfim, não só dos índios que habitavam o
litoral, mas, também, daqueles aborígines tidos por mais atrasados, os do hinterland
nordestino. Uns e outros, para resistir ao rolo-compressor dos invasores europeus,
chegaram a criar uma “Confederação dos Cariris” ou “a Confederação dos
Bárbaros”, na designação dos dominadores.
Toda essa bela, trágica e sanguinolenta
história, como se viu, teve por... pivô uma mulher, a jovem índia
Iratembé, filha do cacique Iniguaçu, bravo chefe potiguara, pai de
outros guerreiros e de pelo menos uma principesca criatura, cujo nome se
inscreve entre a História real e as lendas românticas do passado indígena
regional.
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