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A grande figura que é Joel Falcone, nosso enófilo-mor.
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ENÓFILO JOEL FALCONE ABORDA OS VINHOS DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA
(COM UM PREÂMBULO SOBRE O GATO
NEGRO DO CHILE)
Evandro da Nóbrega
(escritor, jornalista, editor)
O enófilo,
escritor, empresário e cronista Joel Falcone tem um grupo de amantes das vinhas
que inclui, entre muitos outros & outras, as adoráveis figuras de:
- Zélia Sá [Renata Ramalho],
- Walkyria Veloso Borges,
- Waldemar Migiuel Ebrahim,
- Sônia Yost,
- os Pimenta do Sonho Doce,
- Rosa Aguiar (jornalista, filha do historiador Wellington Aguiar),
- Nivaldo Carvalho,
- Neno Rabello [competentíssimo editor da revista "A Semana"],
- Maria das Graças Santiago [acadêmica, psicóloga e reconhecida enóloga],
- Lourdinha Luna [escritora, historiadora, memoralista e ex-secretária de José Américo de Almeida],
- Kerensky Aranda,
- Josias Batista (e esposa Glória),
- Jose Luiz Spencer,
- o superacatado médico José Eymard Medeiros,
- José Elias Metri (Vanessa),
- João Manoel Farias,
- Ivan Miranda,
- o admirável artista plástico, crítico e historiador da Arte Hermano José,
- o jurista Germano Toscano de Brito,
- Francisco Cisinho da Silva,
- o acadêmico, historiador, escritor e orador Evaldo Gonçalves de Queiroz,
- a indo-campinense Eneida Agra Maracajá, Djalma Paixão,
- Carlos Vieira,
- Carlos Marximiliano,
- o médico Aloysio Pereira (com a esposa Natércia Suassuna, historiadora, heraldista, genealogista e integrante do IHGP),
- Albiege Fernandes [Bia Laura],
- Afra de Paiva e Silva Soares [com o médico Tirone Soares]...
Foi para este seleto grupo (e muita gente boa mais!) que o enófilo e cronista Joel Falcone enviou a
seguinte crônica, que, decerto, fará parte de mais um de seus livros alusivos à
ciência & arte do cultivo e degustação das melhores cepas de uvas e estilos
de ótimos vinhos, produzidos cá no Brasil e alhures, no Mundo, vasto Mundo...
Eis, sem maiores
delongas, a mais nova crônica do inimitável Joel Falcone, antecedida de um
cometário seu sobre o vinho Gato Negro,
convindo ressaltar que os dois textos nos foram remetidos ontem por sua superantenada
esposa, Gizelda Falcone:
UM VINHO HONESTO
Joel Falcone
O vinho sobre o
qual falaremos a seguir teve nossa atenção despertada pelo Dr. Júlio Anselmo de
Sousa Neto, que, em seu livro O vinho no
gerúndio [página 162 da segunda edição, de 2004] considera o vinho chileno Gato Negro, da Viña San Pedro (o merlot ou o cabernet sauvignon) um vinho honesto, com o melhor custo/benefício
dos últimos tempos, e que, na ocasião (fevereiro de 2003) custava no varejo
entre oito e dez reais. E, para completar, afirmou o Dr. Júlio que a revista Decanter havia atribuído ao mesmo vinho (da
safra 2001) a classificação de TRÊS ESTRELAS numa escala máxima de cinco.
Desde então,
temos tomado regularmente, às nossas
refeições do dia-a-dia, esse “GATO” extraordinário, preferivelmente o da casta CARMENÈRE,
que casualmente a Dra. Gizêlda comprou,
na última sexta-feira, 11 de outubro,
pagando apenas R$ 19,90 por garrafa, da safra de 2001. Da classificação
da revista Decanter aos dias atuais,
são passados dez anos, sem que seu preço tenha sequer dobrado, mantendo a mesma
qualidade e certamente a relação custo/benefício, verdadeiramente imbatível,
podendo ser confrontado com os nossos nacionais de qualidade equivalente - e
sempre se mantendo competitivo.
Aliás, como
afirmava o Dr. Júlio Anselmo, em 2003, "gosto não se discute,
pero...".
Em tempo:
Desta vez, em
caráter especial, Vocês estão
recebendo o texto da crônica ou comentário
dividamente revisado pelo Condestável
Druzz!
A VITIVINICULTURA DA CHINA
Joel Falcone
A China conta
com 500 mil hectares de vinhedos, segundo informa a OIV (Organização
Internacional da Vinha e do Vinho). Sua produção vinícola é da ordem de 12
milhões de hectolitros, com o mercado interno ligado à Enologia crescendo cada
vez mais rápido e dobrando os números a cada cinco anos, desde meados dos anos
de 1990. A produção doméstica dá conta de 95% do consumo chinês, mas a China é
também o segundo maior importador de vinho da Ásia.
Não dá para
imaginar, em termos de safras, qualquer comparação com outros países ou com as
variedades ali cultivadas e colhidas, dada a existência de uma série gigantesca
de diferenças climáticas e geográficas entre suas 26 províncias, das quais não
sabemos nada de nada. A Imprensa especializada do Ocidente é completamente
muda em relação ao setor.
Sabe-se
remotamente, por ouvir dizer, de alguns dados obtidos na viagem de Marco Polo
ou de pequenos detalhes dos tempos do vice-reinado português na Índia, cujo
maior e quase único interesse eram as especiarias, notadamente pimenta, cravo e canela. Ainda
assim, sabe-se que a videira foi levada para a China a partir do Vale do
Ferghana (nos atuais Uzbequistão e Tadjiquistão, não mui distante do norte da
Pérsia) pelo general Zhang Qian, embaixador imperial, por volta de 126 a. C.
A tradição
chinesa de poesia do vinho remonta ao século III e atinge seu auge na obra de
Li Bai (século VIII) e de cuja obra temos o livro Traduzindo Li Bai e Du Fu,
de nosso amigo e também enófilo Evandro da Nóbrega, num exemplar presenteado
pelo autor em 2001).
Nesses poetas, não
encontramos qualquer referência ao Vale do Ferghana e muito menos ao uso do
vinho no culto dos antepassados, até os tempos de Kublai Khan e que somente
começou a declinar na dinastia Ming (1368-1644), coincidindo com a época em que
o chá se firmou como principal bebida chinesa, abandonando-se a preferência
pelo vinho de uva.
Há registros de
que o cultivo da uva e o consumo de vinho ressurgiram quando se fundou a Changyu Wine Company, do empresário
chinês Chong Bishi, na Península de Shandong [grafia antiga: Shantung], em 1892;
e, já em 1915, quatro dos seus vinhos ganharam Medalhas de Ouro na Panamá-Pacific
Exposition, em San Francisco, EUA, permanecendo até hoje como a mais importante
vinícola da China.
Ela, juntamente
com a Great Wall Dynasty, detém mais
de 50% da produção de vinhos na China no próprio país. Exceto a Great Wall Dynasty, que pertence inteiramente a capitais
chineses, todos os maiores produtores locais contam com significativo número de
investidores minoritários estrangeiros, especialmente franceses e australianos.
Existe curioso caso
envolvendo nosotros, de um lado, e,
do outro, o erudito Evandro da Nóbrega (que seu irmão Eraldo carinhosamente
chama DRUZZ), tendo pelo meio o vinho chinês Dynasty, de que Evandro
trouxe uma garrafa, quando de sua última viagem à China, especialmente para me
presentear e à minha esposa Giselda, oportunizando-nos degustar e avaliar o
produto.
A foto abaixo,
retirada ao livro de Druzz sobre Li Bai e Du Fu (os dois maiores poetas
chineses de todos os tempos) é de autoria de outro enófilo, Palmari de Lucena,
e foi clicada em Nova York, quando tanto o Autor quanto o filho do Tenente
Lucena compareceram (como os dois únicos nordestinos, afora Oded Grajev, do
Sudeste, dentre os apenas 500 convidados de todo o mundo!) à prestigiosíssima
Conferência Internacional da ONU para o ano 2000.
E Evandro nos
promete brindar, para breve, com um texto seu, nesta nossa coluna, sobre a sua íntima
e reveladora experiência com os vinhos e outros "espíritos" na China.
Vocês não perdem por esperar!...
Evandro da Nóbrega, clicado pelo amigo Palmari de Lucena,
em Nova York, durante a Conferência Internacional da ONU para o Ano 2000,
para a qual os dois paraibanos foram especialmente convidados.
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