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Dona Hermosa Góis Sitônio, quando comemorava, no ano
passado, seu centésimo quinto aniversário; participou da festa caseira com
muito humor e pleno domínio de todas as suas faculdades. [CLIQUE NA FOTO
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Hermosa não dispensava o uso das tecnologias
modernas: o celular, como o computador, era um valioso auxiliar em seu
dia-a-dia existencial. [CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
Dona Hermosa em casa: um cotidiano enviado de
lembranças centenárias. [CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
O pernambucano Sr. José Alves de Campos Góis de
Mello Filho, oriundo da região do Pajeú e pai de Dona Hermosa. [CLIQUE NA FOTO
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A sertaneja paraibana Alexandrina (Xandu ou
Xanduzinha) de Campos Góis, mãe de Dona Hermosa. [CLIQUE NA FOTO
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Da esquerda para a direita, os irmãos, filhos de
Xanduzinha com José Alves de Campos Góis de Mello Filho: na fila da frente, Hermosa,
João e Maria das Dores; atrás, Maria de Lourdes e Jandira, [CLIQUE NA FOTO
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O deputado estadual sertanejo Zacarias Sitônio,
marido de Dona Hermosa Góis Sitônio. [CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
Dona Hermosa ao lado do marido Zacarias Sitônio, na
antiga residência do casal, no bairro do Miramar, em João Pessoa (PB). [CLIQUE NA FOTO
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Dona Hermosa, nos últimos tempos: ouvindo música
(antiga ou moderna) e/ou superintendendo o dia-a-dia das filhas, dos netos e
dos bisnetos — tarefas que desempenhava com muita satisfação, amor e desejo de
servir. [CLIQUE
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Um belo e expressivo texto da filha Maria Ângela
(Mariângela ou Mallanja, carinhosos apelidos pelos quais é conhecida dos amigos
mais íntimos); o escrito data de 2015, quando a mãe dela, Dona Hermosa, completava exatos 102 anos de
idade, em plena saúde e ativa convivência com familiares e amigos. [CLIQUE NA FOTO
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Dona Hermosa comemora com o marido Zacarias Sitônio
as Bodas de Ouro do casal: 50 anos de um companheirismo sem percalços. [CLIQUE NA FOTO
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Quando Dona Hermosa completou seu centenário, a
cidade de Princesa Isabel prestou-lhe significativa homenagem pública, expressa
num texto hoje conservado pela família da princesense emérita. [CLIQUE NA FOTO
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UMA VIDA QUE RE-AL-MEN-TE VALEU A PENA: OS 106 ANOS
DA SAUDOSA DAMA, RESPEITÁVEL CIDADÃ E INESQUECÍVEL MATRIARCA PRINCESENSE HERMOSA
PEREIRA GÓIS SITÔNIO
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por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista,
editor, membro do IHGP
(Instituto Histórico e
Geográfico Paraibano)
[druzzevandro001@gmail.com]
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Apesar
dos inegáveis avanços esperançosamente observados nas últimas décadas nos
campos da Medicina, da Geriatria, da Gerontologia, da Macrobiótica e de outras
ciências, disciplinas, tecnologias e técnicas que intentam prolongar nossa
existência sobre este vale de lágrimas denominado Terra, não é todo dia que
cristãmente se reza uma missa de sétimo dia pela alma de alguém recém-falecido
aos 106 anos de idade.
Mas
vamos todos nós, justamente, nesta quarta-feira, 13 de novembro de 2019,
comparecer ao rito católico em homenagem a nossa boa amiga Dona Hermosa Góis
Sitônio, desencarnada no dia 7 próximo passado, em João Pessoa (PB), depois de
viver exatos 106 janeiros. A missa será celebrada a partir das 17 h, na Igreja
de Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Miramar. A família agradece penhoradamente
a todos os que comparecerem a esse ato de fé e caridade cristã, como faz
questão de ressaltar uma de suas filhas, a Dra. Maria Ângela Sitônio Wanderley,
professora, socióloga, ex-diretora do CCHLA/UFPB (Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba).
QUEM
ERA DONA HERMOSA
Nem
todos sabem que a falecida, Dona Hermosa Góis Sitônio, era sobrinha do
“coronel” José Pereira Lima, o chefe político e militar do movimento revoltoso
surgido no interior da Paraíba, mais exatamente na cidade de Princeza (“sic”;
depois Princesa Isabel), durante os governos do presidente (nacional)
Washington Luís e do presidente estadual João Pessoa. Zé Pereira, do PRP e
portanto “perrepista”, chegou a proclamar a secessão do município de Princeza,
transformando-o num “território livre”, em sangrenta guerra contra o Governo
estadual, que declaradamente procurava derrubar.
Pereira
somente abandonou a luta separatista quando da vitória nacional da Revolução
(liberal) de outubro de 1930, poucos meses depois do assassinato do mesmo presidente
João Pessoa, em Recife (PE), por um partidário do “coronel” José Pereira, o
advogado João Duarte Dantas. Sob o novo regime, tropas do Exército ocuparam Princeza,
eliminando por completo quaisquer veleidades de resistência por parte dos
revoltosos perrepistas.
EM
1930, ERA SÓ UMA MOCINHA
Quando
desses trágicos acontecimentos, envolvendo figuras de relevo em sua família, a
depois matriarca Hermosa era apenas uma mocinha de seus 17 anos, pois nascera
exatamente na depois revolucionária Princeza no dia 18 de fevereiro de 1913.
Mas
toda essa saga envolvendo Política e sangue, Revolução e embates cívicos,
Polícia Militar, “macacos”, revoltosos, jagunços, cangaceiros, orgulho
bairrista e tudo o mais, ficaria indelevelmente gravada em sua mente. E
Hermosa, ao longo da vida, não deixou de ir-se inteirando de tudo quanto
ocorresse em Princeza (Princesa Isabel a partir da década de 1930), de modo que
se transformou numa espécie de “princesóloga”, podendo discutir quaisquer
aspectos da História e do dia-a-dia de sua querida urbe princeso-isabelense.
O
PAI & A MÃE DE HERMOSA
O
pai de Dona Hermosa, o Sr. José Alves de Campos Góis de Mello Filho, provinha
da importante região pernambucana do Pajeú. O nome tupi do Pajeú [= "rio
do pajé"] deriva do curso d'água predominante na área, o homônimo Rio
Pajeú, que nasce na Serra da Balança, no atual município de Brejinho, nas
proximidades da divisa entre os Estados de Pernambuco e da Paraíba. Ainda hoje o
rio em pauta, afluente do São Francisco, tem muito relevo na vida de quase 30
municípios, incluindo as cidades pernambucanas de Itapetim, Tuparetama, São
José do Egito, Ingazeira, Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Flores, Calumbi,
Serra Talhada, Floresta e Itacuruba.
Pois
bem, o citado pernambucano José Alves de Campos Góis de Mello Filho casou-se na
antiga Princeza com uma irmã do “coronel” José Pereira Lima, a jovem
Alexandrina Pereira de Campos Góis. O nome “Alexandrina” era então muito comum
no Brasil, especialmente nos Sertões — e seu apelido respectivo era Xandu, com
o diminutivo Xanduzinha. Quem, da velha guarda, não se lembra de uma Dona
Xandu, na infância? Em Patos, lembramo-nos de várias delas — e até mesmo no
ramo local dos Nóbregas havia mais de uma!
NA
TERRA DAS XANDUZINHAS
O
que imediatamente nos remete à célebre canção de 1950, intitulada precisamente
"Xanduzinha" e composta pela genial dupla Humberto Teixeira/Luiz
"Lua" Gonzaga, homenageando a real história de amor nordestina, tipicamente
sertaneja, que envolvia o casal Alexandrina Diniz (apelidada Xandu ou
Xanduzinha). Ela, jovem apaixonada, ajudou o marido, o fazendeiro Marcolino
Diniz, a reconstruir suas propriedades, uma vez encerrada a “Guerra de Princesa”,
durante a qual haviam sido quase por inteiro destruídas essas fazendolas. Ficou
imortalizado esse amor, na música popular brasileira:
O
caboco Marcolino
tinha
oito boi zebu;
uma
casa com varanda,
dando
pro norte e pro su;
seu
paió tava cheinho
de
feijão e de andu,
sem
contar com mais uns cobres
lá
no fundo do baú...
Marcolino
dava tudo
pur
um chêro da Xandu!
Ai,
Xanduzinha,
Xanduzinha
minha flô,
como
foi que você deixô
tanta
riqueza pelo meu amô?
Ai,
Xanduzinha,
Xanduzinha
meu xodó,
eu
sô pobre, mas você sabe
que
meu amô
vale
mais que ouro em pó.
DIGRESSÃO
ETIMOLÓGICA ETC
Pois
é, o “cabôco”, o caboclo Marcolino Diniz... Seria essa sua Xandu prima ou, se
não, parente da Xanduzinha que viria a ser mãe de Dona Hermosa? Mas interrompemos
a nós mesmos com uma digressão talvez impertinente, desnecessária, aqui
descabida. Não resistimos ao impulso linguajeiro, porém! É que uma corrente de
filólogos acha que o termo CABOCLO fez a seguinte trajetória etimológica no
português do Brasil: tupi “kuri-boka” [= “que veio do branco”] > karboko
> carboco > cabocro > caboclo. Outra corrente, porém, sustenta que
tudo vem, sim, do tupi, mas do étimo "caã-bok", "retirado do
mato", já que "caá", sabidamente, é "capim",
"mato", "vegetação".
Na
década de 1950, conhecemos um primo (ou, de todo modo, parente dele, isto é, do
caboclo Marcolino Diniz), chamado José Diniz. Era um galego bem apessoado, mui
do corpulento, bravo, destemido, que, às segundas-feiras, ia à feira de Patos
com seu caminhão de duas boleias, trazendo gente e mercadorias — e que era
muitíssimo amigo de nosso pai, o comerciante local Fernando Fernandes da
Nóbrega. Zé Diniz não se separava de seu revólver calibre ’38, nem de sua
pistola 9 mm, daquele modelo de parabellum germânico, remanescente da Primeira
Guerra Mundial.
BRAÇO
QUEBRADO A BALA
Esse
Diniz tinha lá suas razões para ser tão precavido. Certa feita, já bem na saída
de uma área urbana, área de rarefeita ocupação humana (não nos recordamos bem
se perto de Princesa Isabel, de Teixeira ou do Vale do Piancó), fora atacado de
emboscada por dois pérfidos pistoleiros. Uma das balas disparadas pelos
facínoras quebrou-lhe o braço esquerdo à altura do cotovelo, de modo que Zé
Diniz ficou sem forças para armar o ferrolho do parabelo calibre 9 mm. E sem
isso, claro, as cápsulas mortíferas não iam para o “tambor” principal da
pistola.
Teve
Zé Diniz então a ideia de, jogando-se de bruços no tosco calçamento do fim de
rua, pressionar a arma contra o meio-fio de pedra bruta, com o braço ileso. Deu
certo: com a mão boa, conseguiu acionar o mecanismo principal da Luger — arma
preferida pelo cangaceiro-mor Lampião (fora respectivamente adotada, no Brasil,
pela Marinha, em 1904, e pelo Exército, em 1908).
APRESSANDO
ENCONTRO COM DEUS
Uma
vez armado, o parabelo de Zé Diniz, galego de invejável pontaria provada & comprovada
noutras refregas, despejou sobre os criminosos a carga inteira dos letais
petardos. Diniz não costumava se gabar de haver tirado a vida desses (ou
outros) bandidos. Provavelmente adepto daquele pensamento segundo o qual “não
matamos maus elementos; quem os mata é Deus; nós só apressamos o encontro entre
eles e a Divindade”, apenas dizia: “Eles ficaram lá”.
—
Lá, como, Zé Diniz? Você matou ou não matou os cabras?! — provocava “seu”
Nanane, nosso pai.
—
Não sei. Como vou saber? — era a resposta de Diniz — Eles apenas ficaram lá,
sem se bulir, um pendurado na cerca, outro na porteira. Não fui olhar de perto,
não...
IRMÃO
& IRMÃS DE HERMOSA
Mas
que digressão danada de longa! Mas, afinal e felizmente estamos de volta ao
tema “Dona Hermosa”, valendo lembrar, pela ordem cronológica de nascimento,
quais foram os filhos do nobre casal pernambuco-paraibano José Alves de Campos
Góis de Mello Filho/Alexandrina Pereira de Campos Góis, a Xanduzinha:
1) Jandira
2) Maria
de Lourdes
3) HERMOSA
(o objeto deste artigo)
4) João
Alves de Campos Góis e
5) Maria
das Dores.
CASADA
COM ZACARIAS SITÔNIO
A
jovem Hermosa viria a se casar, em maio de 1946, na já então cidade de Princesa
Isabel, com um correligionário do deputado e chefe político José Pereira Lima,
de nome ZACARIAS SITÔNIO, o qual mais tarde viria a ser deputado estadual com atuação
destacada e com enorme círculo de admiradores em praticamente todo o território
paraibano. Zacarias, homem franco, disposto, inteligente, preparado, de moral
ilibada e de muita palavra, nascera em 24 de novembro de 1909, na pequena
cidade de Jericó, próxima a Princeza. Tinha cerca de quatro anos a mais que sua
esposa Hermosa. Ainda no interior do Estado, isto é, antes de vir morar definitivamente
na capital João Pessoa, o casal Zacarias Sitônio/Hermosa Góis Sitônio legou ao
mundo três filhas:
1) Marta;
2) Maria
Ângela (Mallanja, para os íntimos); e
3) Berta
Margarete.
UMA
VISÃO DE ALCIDES CARNEIRO
Marta,
Mariângela, Berta Margarete... Três lindas meninas, podem acreditar. Se dúvidas
houvesse sobre essa tripla boniteza, está aí o grande escritor, ministro,
tribuno e poeta Alcides Carneiro, o imenso Alcides Vieira Carneiro que não nos
deixa mentir. O Dr. Alcides, ele mesmo um princesense da gema (embora liberal e
não perrepista), em visita ao casal Zacarias Sitônio/Hermosa, lá mesmo em
Princesa Isabel, viu que Dona Hermosa estava numa rede, com as três filhas
sentadas ao chão, a seus pés, lendo, conversando, rezando. O poeta Alcides não
se conteve e desabafou em voz alta:
—
A Constelação das Três Irmãs... As Três Graças... As Três Marias... Uma visão
realmente divina, digna de ser testemunhada por um poeta!
FILHOS,
NETOS & BISNETOS
Além
das três filhas (Marta, Maria Ângela, Berta Margarete), Dona Hermosa deixou, ao
falecer, na semana passada, sete netos e dez bisnetos (até agora). Sim, porque
aqui está a descendência dela e de suas filhotas:
1) Marta,
viúva de Cleanto Lemos Coutinho e mãe de Luciana, Germana (falecida aos 15 anos
de idade) e Juliana, com os netos Rafael, João, Gabriel e Júlia (bisnetos de
Dona Hermosa);
2) Maria
Ângela Sitônio Wanderley, socióloga, educadora, docente universitária aposentada
da UFPB (onde, entre outros importantes cargos, foi diretora do CCHLA), viúva
do médico-psiquiatra Marcos Alberto Peixoto Wanderley, nosso saudoso amigo,
intelectual antenado com os avanços espirituais de todo o Planeta, cronista de
mancheia, prematuramente desaparecido — e com quem teve os seguintes filhos:
Marília, Olavo e Rogério, deles resultando os netos Camila, André, Sabrina,
Melina, Ester e Pedro, todos bisnetos de Dona Hermosa; e
3) Berta
Margarete, casada com Manuel Souto, pais de um filho, Rodrigo, neto de Dona
Hermosa.
JOVEM MAIS QUE
CENTENÁRIA
Prima, entre outros, do
escritor, poeta e cronista Otávio Sitônio Pinto e da jornalista Marcela Xavier Sitônio Lucena, Dona
Hermosa faleceu na semana passada, mais exatamente no dia 7 de novembro de
2019, como ficou dito. Seu corpo foi sepultado no jazigo da família, no
Cemitério do Senhor da Boa Sentença, onde já se achavam inumados os restos
mortais de seu marido, o deputado Zacarias Sitônio, falecido em 13 de maio de
1998.
Durante muito tempo, em
companhia de sua filha e amiga Maria Ângela Sitônio Wanderley, frequentamos, o
degas aqui e nosso dileto primo Márcio Roberto Soares Ferreira, intelectual,
ex-secretário-geral do TJPB e “memória viva do Judiciário paraibano”, o amplo e
nobre sobrado (melhor diríamos, o solar) do casal Zacarias/Hermosa, ali em Miramar,
bem ao lado da sede social do Esporte Clube Cabo Branco — imóvel que, hoje, em
regime de incorporação, viu-se transformado em luxuoso edifício.
NÃO LHE PESAVAM OS ANOS
Não havia aniversário
na residência do escritor, poeta, ex-conselheiro e ex-presidente do TCE-PB Luiz
Nunes Alves, o Severino Sertanejo, que não contasse com a simpática
participação de Dona Hermosa, sempre firme, vivaz, de tino perfeito — sejam
fiadores de nossa palavra o editor/poeta Juca Pontes e o escritor Braulio
Tavares.
O passar dos anos em nada jamais afetou seu bom humor, seu gosto pela
vida, seu amor e dedicação à família. Porque muito vivera, muito tinha a contar.
A ancianidade não lhe roubou a tolerância, não lhe obliterou a memória, nem “in
processa aetate” abdicou de sua condição de cidadã entusiasta da democracia.
Prova disto é que, em época de eleições, mesmo tendo que usar cadeira de rodas
(para evitar quedas perigosas em sua provecta idade, por exemplo), não deixava
de entrar na fila para votar!
Suas filhas, seus netos
e seus bisnetos podem muito bem atestar melhor que nós: à medida que sua cabeça
se cobria de cãs, Dona Hermosa, crescentemente, voltava-se para o cuidado e o
interesse com o bem-estar dos familiares, dos concidadãos, dos contemporâneos.
Vai-se a provecta dama, fica a legenda de 106 anos que re-al-men-te valeram a
pena.
O neto, Olavo, um dos filhos da Dra. Maria Ângela
Sitônio Wanderley.
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Ainda o neto Olavo, filho da professora Maria
Ângela, com os familiares dele e em companhia da avó Hermosa. [CLIQUE NA
FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
No jornal "A União", edição de 19 de
fevereiro de 2013, o escritor, poeta e cronista Otávio Sitônio Pinto, também
princesense da gema e primo legítimo de Dona Hermosa Góis Sitônio, publicou um
artigo especial abordando os cem anos de vida então completados pela simpática
e respeitada matriarca paraibana. [CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
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Quando Dona Hermosa Pereira Góis Sitônio completou
100 anos, "ainda com vigor, serenidade, lucidez e amor para com
todos", o poeta, escritor e cineasta Marco di Aurélio exibiu o filme documentário
que, com esmerada equipe, dirigira pessoalmente para homenagear a ilustre
aniversariante. Eis aqui o registro ou ficha técnica dessa produção
cinematográfica.
[CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
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"As guerras passam, Hermosa fica" foi o
título de um artigo do escritor, jornalista, poeta e cronista do cotidiano
Otávio Sitônio Pinto sobre Dona Hermosa Góis Sitônio. O artigo é aqui
apresentado em suas duas páginas datilografadas — e não o texto impresso que
saiu publicado na Imprensa pessoense. [CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
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Numa página inteira do jornal "Correio da
Paraíba", edição de domingo, 26 de fevereiro de 2017, o jovem Luís Eduardo
Andrade publicou reportagem sobre os então completados 104 anos de vida de Dona
Hermosa Pereira Góis Sitônio, com ela inclusive abordando o relacionamento que
mantivera com o tio José Pereira Lima, o "coronel" que chefiara a
Política da antiga Princeza, depois Princesa Isabel. [CLIQUE NA FOTO
PARA VÊ-LA AMPLIADA]
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Um dos mais frequentes interlocutores de Dona
Hermosa era o historiador, poeta popular, escritor, ex-conselheiro e
ex-presidente do TCE-PB, o Dr. Luiz Nunes Alves, aqui recepcionando em seu lar
(ao lado da esposa Bernadeth, “in memoriam”) a ilustre princesense mais que centenário e cuja conversa representava sem dúvidas um multifacetado repositório de fatos históricos de expressiva relevância.. [CLIQUE NA FOTO PARA
VÊ-LA AMPLIADA]
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O convite para a missa de sétimo dia pela alma de
Dona Hermosa Góis Sitônio, rezada nesta quarta-feira, 13 de novembro de 2019, em
João Pessoa.
[CLIQUE NA FOTO PARA VÊ-LA AMPLIADA]
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1 comment:
uma linda trajetória de vida e que nos deixa muita saudade.
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