Saturday, September 04, 2010

COMO FOI A REUNIÃO DOS POETAS POPULARES EM JOÃO PESSOA (2)

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Reunião Plenária da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no sábado, 21 de agosto, trouxe a João Pessoa grande número de poetas populares de todo o Brasil. O que o leitor vai encontrar nesta série de textos não se pretende a melhor cobertura do encontro — mas deverá ser a cobertura mais extensiva... Além do mais, vai-se ela ampliando pelo envio de novos materiais da lavra dos participantes... 


Evandro da Nóbrega,
Escritor, Jornalista, Editor
[druzz.tjpb@gmail.com]
[druzz@reitoria.ufpb.br]


FOTOS de Michelle Cristina Oliveira

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Este artigo é também reproduzido pelos seguintes URLs:

- Blog Cultural EL THEATRO, de Elpídio Navarro: www.eltheatro.com

- Portal PS OnLine, de Paulo Santos: www.psonlinebr.com

- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/druzz

- Portal do Jornal A UNIÃO ON LINE:
www.auniao.pb.gov.br

- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro da Nóbrega:
http://druzz.blogspot.com

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MODERNIZAÇÃO DO CORDEL: 

O VERSO DE FEIRA NÃO TEM QUE SER OBRIGATORIAMENTE DO JEITO QUE SEMPRE FOI...


Em diferentes pronunciamentos, tanto o notável cordelista Manoel Monteiro, radicado em Campina Grande, quanto o presidente da ABLC, poeta Gonçalo Ferreira, defenderam a modernização da Literatura de Cordel. 
Gonçalo mostrou capas moderníssimas para a apresentação de um veículo de idéias não propriamente novo, a Literatura cordelística. A apresentação gráfica de alguns cordéis modernos, no entanto, chama a atenção por sua modernidade, praticidade, beleza. Isto não impede, em absoluto, que o cordel continue... tendo suas origens na Europa Medieval! Nem se trata de nenhum desrespeito ao Cordel! É preciso apenas aperfeiçoar o modo de enxergar o Cordel.
O grande cordelista nordestino Manoel Monteiro defende a modernização do Cordel, evidentemente, sem que ele perca suas características tipicamente nordestinas, brasileiras. Alguns exemplos:
— sem deixar de utilizar o trabalho dos artistas e artesãos, a xilogravura pode receber a impressão mais moderna possível, dentro das últimas técnicas gráfico-editoriais (como o comprovavam vários livros à venda, durante o encontro, com suas capas belíssimas e a preço acessível);
— a grafia das palavras pode evoluir para a ortografia moderna, sem a necessidade de apelar para coisas como frô (em lugar de flor), pudê (poder), lugá (lugar), vêis (vez) etc;
Os próprios temas da Literatura de Cordel tendem a naturalmente se modernizar — não sendo proibido, claro, falar de temática antiga, mas com a ótica posta noutras temáticas, mais atuais.
A propósito, acaba-nos de chegar, diretamente de Campina Grande, o texto completo do discurso de Manoel Monteiro durante a Reunião Plenária da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, em João Pessoa. 
O texto monteiriano intitula-se justamente “Poeta não discursa, canta!” 
E esse seu texto será não apenas publicado na íntegra, mas igualmente comentado, quando se concluir a montagem de todos os itens que ainda faltam para dar por encerrada a presente cobertura da Plenária da ABLC em João Pessoa.

OBRAS EXPOSTAS
No hall do Cine Banguê, estavam expostas várias obras de alguns dos poetas populares presentes, destacando-se, entre muitas outras:
— de Gonçalo Ferreira da Silva: “Vertentes e evolução da Literatura de Cordel”, obra importante, já em terceira edição; a coleção completa intutulada “Ciências em versos de cordel”, com ilustrações de J. Victtor (álbuns coloridos com muitas informações sobre os mais diversos campos científicos, inclusive um volume intitulado “Naturalismo - Charles Darwin - A evolução do Homem”;
— de Chico Salles: “O bicho pega” (CD), com 13 faixas; “Cordelinho” (livro de literatura infantil premiado pela Academia Brasileira de Letras, com Prefácio de José Nêumanne Pinto); álbum “Cem anos sem Machado”, também ilustrado por Ciro Fernandes; a coleção “Cordéis”, contendo os folhetos “O pai do vento”, “O maior inimigo do cachorro”, “A passagem de Bin Laden pelo Chabocão”, “Jeguerino e Burro Zé”, “As Minas de Minas”, “Matuto Apaixonado”, “O homem da bola de ouro”, “A Justiça tarda e falha”; 

— de Manuel Monteiro: “Paraíba: Grandes Nomes”; “Sivuca, o Deus Louro da Sanfona”; “Nova História da Paraíba Recontada em Cordel”, “Unicampo: Daqui não Saio, Daqui Ninguém me Tira”; “Cartilha do Diabético”; “O Cariri Ocidental: O Raiar de um Novo Dia”; “Chapeuzinho Vermelho: Versão Versejada”; “Inscrições Rupestres do Lajedo Pai Mateus”; “Flor de Mandacaru - Um Cordel da Unicampo”; “O Rio São Francisco: Água Para Quem Tem Sede”; “Oração Sertaneja: A Esperança Não Morre”; “O Vingador da Honra ou o Filho Justiceiro” (terceira edição, tendo na capa, ainda, xilogravura de A. Lucena); “O Sorriso do Cavalo ou o Explorador de Animais”; “Quem Ama Não Suja: Mantenha João Pessoa Limpa” (para o Curso de Turismo da UFPB);
   
— de José Walter Pires: “A Justiça sem burocracia” (ganhador do Prêmio Innovare de 2010), “A História da OAB em cordel” etc etc etc;

— de Beto Brito: “Bazófias - O maior cordel do Mundo - Capítulo I” (com “trocentas mil” páginas...);

— de Crispiniano Neto: “O grande Joaquim Nabuco e a obra da escravidão” (álbum ilustrado por Kazane); 

— de Antônio Araújo (Campinense, Poeta do Campo): “Tudo é Poesia I”, “Tudo é Poesia II”, “Tudo é Poesia III”, “Os Imortais da Música”;

— de Josealdo Rodrigues Leite: “Os mais violentos dias do Piancó” (sobre a passagem da Coluna Prestes pelo Alto Sertão paraibano e com Prefácio de José Nêumanne Pinto).

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O escritor, jornalista e editor Evandro da Nóbrega, ao lado da estudante de Comunicação Social da UFPB Sayonara Michelly Matias Rodrigues e de seu colega Carlos Eduardo Vieira do Carmo (Cadu), que, no momento, realizavam pesquisa sobre o poeta popular Beto Brito.


[Clique nas fotos para ampliá-las, com suas respectivas legendas]
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SAYONARA E CADU
Estavam ainda presentes à Plenária dois jovens universitários da UFPB:

1) a estudante do quinto semestre de Jornalismo e Comunicação Social Sayonara Michelly Matias Rodrigues, de 19 anos, mais conhecida profissionalmente como Sayonara Rodrigues, e que ali se encontrava com um fim específico: complementar as informações de que já dispõe sobre o poeta popular Beto Brito (um dos que se empossaram na ABLC) para a produção de um trabalho acadêmico sobre ele, na disciplina de Laboratório de Radio Jornalismo, do professor Carmélio Reynaldo; e

2) seu colega, o também estudante de Jornalismo da UFPB, Carlos Eduardo Vieira do Carmo (Cadu), de 27 anos, que, juntamente com Sayonara, participa do citado trabalho sobre Beto Brito; mas Cadu também é professor de Teoria da Poesia no EAD da UFPB.

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