Saturday, September 11, 2010

COMO FOI A REUNIÃO DOS POETAS POPULARES EM JOÃO PESSOA (6)

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[Clique nas fotos para ampliá-las, com suas respectivas legendas]


TRIBUTO À ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL


Evandro da Nóbrega,
Escritor, Jornalista, Editor
[druzz.tjpb@gmail.com]
[druzz@reitoria.ufpb.br]



FOTOS de Michelle Cristina Oliveira
para o NUDOC da UFPB


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Este artigo é  também reproduzido pelos seguintes URLs:


- Blog Cultural EL THEATRO, de Elpídio Navarro: www.eltheatro.com  


- Portal PS OnLine, de Paulo Santos: www.psonline.br.com


- Portal Literário RECANTO DAS LETRAS: http://recantodasletras.uol.com.br/autores/druzz  


- Portal do Jornal A UNIÃO ON LINE: www.auniao.pb.gov.br 


- Blog DRUZZ ON LINE, de Evandro da Nóbrega: http://druzz.blogspot.com 



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Apresentamos (mais abaixo) as glosas produzidas pelo poeta José Walter Pires sobre a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, instituição em que ele foi recentemente empossado como um dos mais recentes "imortais" a ingressarem em seus quadros acadêmicos. É o poeta José Walter Pires, recentemente eleito e "entronizado" na ABLC, um baiano de Ituaçu, residindo atualmente em Brumado, sudeste da Bahia. 

Além de poeta (especialmente poeta popular), é também sociólogo, advogado e educador, bem como atuante e participativo membro das atividades socioculturais de seu Estado natal, como produtor e escritor incansável de livretos de cordel. 

Neste particular, já tem diversos títulos publicados, versando os mais diversos temas, incluindo o folclore, fatos do cotidiano, assuntos históricos, políticos, ambientais, governamentais, educativos, sendo estes o seu principal foco de interesse. Acaba de publicar, em versos de cordel, “A história da Ordem dos Advogados de Brasil”.

OS DOIS OUTROS NOVOS "IMORTAIS"

Além de José Walter Pires, dois outros novos "imortais", como se vê na Parte IV deste extenso noticiário sobre a Plenária da ABLC em João Pessoa (PB), tomaram posse em cadeiras da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Foram eles: 1) João Dantas; e 2) Beto Brito, a seguir apresentados com suas minibiografias:

QUEM É JOÃO DANTAS — O poeta João Dantas (João Cristóstomo Moreira Dantas), um dos eleitos para os quadros da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, nasceu em janeiro de 1954, em Nova Palmeira, antigo distrito de Picuí (PB). 

É ator, autor e diretor teatral, produtor musical e poeta popular, além de compositor e pesquisador do folclore nordestino, radialista filiado à Associação Campinense de Imprensa e à Associação Paraibana de Imprensa. Até recentemente, ocupava o cargo de Vereador (quadriênio 2004/2008). É casado há 35 anos com a Srª. Janete Dantas, com quem tem cinco filhos, que lhes deram cinco netos.


QUEM É BETO BRITO — Já o poeta Beto Brito, também eleito e empossado como acadêmico da ABLC, autodefine-se como rabequeiro-nordestino e cordelista-brasileiro. Cresceu em meio às feiras-livres no interior do Piauí, a partir mesmo do município de Santo Antonio de Lisboa, cidade onde nasceu em 1962 e em que viveu até o início da adolescência.

Aos 12 anos de idade, mudou-se para Picos (PI), onde continuou sua vida de vendedor ambulante, trabalhando na feira do Mercado Central. Nesse período, teve a oportunidade de conviver com violeiros, cegos, repentista, mágicos, trapaceiros, romeiros, ciganos, malandros, coquistas, emboladores e vendedores ambulantes daquela região. Aos 17 anos, resolveu buscar os sonhos em torno da Música e da Literatura: deixou Picos e foi morar em Fortaleza (CE), Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI). Por fim, veio dar com os costados na Paraíba, Estado em que fez morada e onde também desenvolve sua arte.

O QUE DIZ CHICO SALLES AO PRESIDENTE GONÇALO FERREIRA
O diretor cultural da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, poeta popular e multiartista Chico Salles (de Araújo), paraibano de Sousa, envia-nos, ao Presidente da Academia, poeta Gonçalo Ferreira, e a todos nós, admiradores da Literatura Popular, mais um texto sobre a repercussão da Reunião Plenária realizada pela ABLC em João Pessoa, capital da Paraíba. 

Trata-se de uma série de glosas escritas pelo novo acadêmico José Walter Pires, que tomou posse numa cadeira da Academia justamente no dia 21 de agosto de 2010, quando do encontro pessoense. 

Chico Salles considera esta série de glosas "uma maravilha" e sugere sua transcrição no blog da ABLC. Aqui, vamos logo transcrevendo-a, com outra observação de Chico Salles: a próxima Reunião Plenária da Academia Brasileira de Literatura de Cordel será realizada no dia 18 de setembro, às 16 h em sua sede do Rio de Janeiro. Na ocasião, será comemorado o 22º. aniversário de existência da ABLC. Tal comemoração se configurará numa "grande festa, que vem sendo efusivamente produzida pelo acadêmico Willian J. G. Pinto", para usar as próprias palavras de Chico Salles, o incansável diretor cultural da entidade.

AINDA NAS COMEMORAÇÕES ANIVERSÁRIAS

Dentro desta programação de aniversário, a Academia terá igualmente, conforme planejado no calendário oficial de 2010, "O Cantador dos Quatro Cantos", isto é, o acadêmico Marcus Lucenna, falando sobre seu Patrono, o poeta e editor João Martins de Athayde. Para o sucesso das comemorações, acredita Chico Salles que será "muito importante a divulgação e a participação de todos". Mesmo porque, ao final da Reunião Plenária, haverá shows e apresentações de vários artistas.

E, agora, vamos apresentar, finalmente, o texto com as glosas do poeta José Walter Pires, que acaba de ser empossado numa das Cadeiras da ABLC. Seus versos intitulam-se justamente


TRIBUTO À ACADEMIA BRASILEIRA DE LITERATURA DE CORDEL

Autor: José Walter Pires,
"imortal" da ABLC


1.

Mês de agosto, 21
2010, do corrente
Foi um dia incomum
Gravado na minha mente
Pra ficar eternamente
Porque solene restou
Tudo que se registrou
Numa noite nordestina
Paraíba, masculina
Mulher macho, sim senhor!

2.

A posse na Academia
Brasileira de Cordel
De um poeta da Bahia
E modesto menestrel
Com seus versos no papel
Como aprendiz trovador
Que sabe render louvor
A quem essa glória arrima
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor! 

3.

As palavras são pequenas
Para tanta gratidão
Fruto de emoções extremas
Ao bater do coração
No rito da ocasião
Envolvente, acolhedor
Do qual fui merecedor
Elevando a minha estima
Paraíba masculina
Mulher macho, sim Senhor!

4.

De Gonçalo, Presidente
Da augusta ABLC
Do cordel um expoente
É mister reconhecer
Aplaudir e enaltecer
Pois isso não é favor
Que se faz ao Protetor
Desse Ofício que sublima
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

5.

Grande Manoel Monteiro
Cuja verve é um vulcão
De poeta alvissareiro
Buscando a transformação:
— O cordel na educação
Defendendo com ardor
De moderno professor
Esse sonho que colima
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

6.

Chico Salles, bom poeta
Cantador e forrozeiro
Que vive fazendo festa
Lá no Rio de Janeiro
Com eventos o ano inteiro
Vai mostrando seu valor
Como artista e produtor
Da cultura que domina
Paraíba masculina
Mulher Macho, sim senhor!

7.

Presente Moraes Moreira
Entre diversos artistas
Da cidade hospitaleira
Cantadores, repentistas
Escritores, jornalistas
Demonstrando com ardor
Todo afetivo calor
Numa expressão genuína
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

8.

João Dantas, Beto Brito
Pela mesma faculdade
Traduzida pelo rito
Daquela solenidade
Dois poetas de verdade
Cada qual merecedor
Da honra que se forjou
Pelas veredas da sina
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

9.

O meu tributo termino
Pois palavras já não tenho
Para não perder o tino
Nestes versos me contenho
Mas valeu o meu empenho
Como simples trovador
Por satisfeito me dou
Como o bom senso me ensina
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

10.

Vou deixar as despedidas
Para voltar outro dia
E pelas horas vividas 
Foi grande a minha alegria
No seio da confraria
Que o destino me doou
Imortal — agora sou 
Nesta vida severina
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

11.
Excelsa ABLC
Lá no Rio de Janeiro
Vá um dia conhecer
Gonçalo, seu timoneiro 
O Presidente primeiro
Grande idealizador
Da Entidade cujo amor
Transformou em obra-prima
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!

12.
Meu adeus, João Pessoa 
Aprazível Capital
A terra de gente boa
E de feição cultural
Como não há outra igual
Assim Monteiro cantou
E para o Mundo mostrou
Sua face feminina
Paraíba masculina
Mulher macho, sim senhor!


José Walter Pires,
agosto de 2010



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