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COMISSÃO DE NOTÁVEIS DEFINE ÚLTIMOS DETALHES DA QUARTA
ETAPA DAS COMEMORAÇÕES PELOS 150 ANOS DE NASCIMENTO DE EPITÁCIO PESSOA
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por Evandro da Nóbrega
[druzzevandro@gmail.com]
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No sentido horário: o presidente do TJPB, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque; o presidente do IHGP, historiador Joaquim Osterne Carneiro; o historiador e magistrado aposentado Humberto Cavalcanti de Mello; o historiador Evandro da Nóbrega, do IHGP; o Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, ex-secretário-geral do Tribunal de Justiça; e a desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, presidente da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário do Estado da Paraíba. [Clique na foto para vê-la ampliada]
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O degas aqui (terceiro
da esquerda para a direita, na fila de cima, na foto anexa) participou, neste
dia 27 de outubro, de mais uma reunião da Comissão de Notáveis responsável
pelas comemorações em torno do Sesquicentenário de Nascimento do ex-Presidente
Epitácio Pessoa.
Tendo sido convocado
pela presidente da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário do Estado
da Paraíba, desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti (vista na
foto), este encontro foi dirigido pelo presidente do Tribunal de Justiça,
desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque (à cabeceira da mesa de
trabalhos).
OUTROS INTEGRANTES
Realizada na Sala
Branca, anexa à Sala de Sessões do Tribunal Pleno, no andar térreo do Anexo
Administrativo do Palácio da Justiça, a reunião teve por finalidade de não
apenas examinar as solenidades já marcadas para o corrente ano, como definir
outros eventos para o ano de 2016.
Estavam presentes ainda
outros integrantes da Comissão de Notáveis, como o Dr. Márcio Roberto Soares
Ferreira, ex-secretário-geral do TJPB; o presidente do IHGP (Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano), Dr. Joaquim Osterne Carneiro; e o também
historiador e ex-magistrado (juiz cassado pelo regime militar instituído em
1964) Humberto Cavalcanti de Melo, que, como Osterne e Evandro, igualmente
integra os quadros do IHGP.
ASSOCIANDO-SE ÀS COMEMORAÇÕES
As comemorações em
torno da passagem dos 150 anos de nascimento de Epitácio Pessoa estão se
realizando por todo o ano de 2015, sob a batuta da Presidência do TJPB.
Reuniram-se ao
Tribunal, nestes festejos, instituições como o Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba, a Assembleia Legislativa, a Fundação Espaço Cultural, a Orquestra
Sinfônica da Paraíba e, "last, not least", a Academia Paraibana de
Letras (sob o comando do presidente Damião Ramos Cavalcanti, também presidente
da Fundação Casa de José Américo, da mesma forma solidária com esses festejos).
A QUARTA ETAPA
A Quarta Etapa das
comemorações deste Sesquicentenário será realizada na manhã do próximo dia 6 de
novembro, em João Pessoa, mais propriamente na Sala de Sessões
"Desembargador Manoel Fonseca Xavier de Andrade", do Tribunal Pleno
do TJPB, que se localiza no Anexo Administrativo do Palácio da Justiça.
O conferencista, desta
vez, será o ministro Herman Benjamin, do STJ (Superior Tribunal de Justiça),
recém-empossado como ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília
— e nascido na cidade de Catolé do Rocha (PB). Sua Excelência falará sobre o
tema "Epitácio Pessoa: o jurista e o ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal)".
EM ALTO ESTILO
É a Comissão de
Notáveis composta também pelos conselheiros Damião Ramos Cavalcanti e por um
sobrinho-trineto de Epitácio, o Dr. Marcílio Toscano da Franca, este Procurador
do Ministério Público junto ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). E tal
Comissão responsabiliza-se pela coordenação de todas as solenidades constantes
da programação do Ano Judiciário do Sesquicentenário de Nascimento de Epitácio
Lindolfo da Silva Pessoa. Na reunião desta terça-feira, definiram-se os últimos
detalhes da Quarta Etapa das referidas comemorações.
A presença dos membros
da chamada "Comissão de Notáveis" é importante porque ela foi
justamente instituída pela Presidência do TJPB com o intuito de que auxilie o
Poder Judiciário a organizar as cinco Etapas em que se desenvolvem, no mais
alto estilo, as comemorações alusivas ao 150 anos de nascimento do grande
umbuzeirense, único paraibano até o momento a chegar à Presidência da
República.
A PRIMEIRA ETAPA
Transcorreu a Primeira
Etapa de tais eventos no dia 28 de maio, em dois momentos:
1) uma visita das
autoridades e do público ao Museu e Cripta de Epitácio Pessoa, no subsolo do
Palácio da Justiça e onde se encontram os restos mortais do Presidente Epitácio
Pessoa e de sua esposa Mary Sayão Pessoa; e
2) uma conferência do
historiador Humberto Cavalcanti de Mello sobre o tema “Epitácio Pessoa: o
político e o estadista”.
A SEGUNDA ETAPA
A Segunda Etapa dos
eventos realizou-se a 17 de julho próximo passado, na cidade de Umbuzeiro (PB),
onde nasceu Epitácio Pessoa, realizando-se uma conferência proferida pelo
professor Damião Ramos Cavalcanti em torno da biografia do homenageado.
Nessa data, ônibus,
vans e veículos particulares levaram grande número de autoridades e convidados
àquela cidade, registrando-se ainda a presença do embaixador Carlos Alberto
Pessoa Pardellas, neto de Epitácio Pessoa.
A CIDADE DE UMBUZEIRO
Umbuzeiro, que se
localiza justamente na Microrregião paraibana homônima, fica junto à divisa da
Paraíba com o Estado de Pernambuco, mais exatamente com os municípios
pernambucanos de Casinhas e Orobó.
Além de Epitácio
Pessoa, lá nasceram seu sobrinho João Pessoa (governador da Paraíba assassinado
em 1930) e o célebre jornalista Assis Chateaubriand (Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Mello), magnata da Imprensa brasileira e fundador dos
Diários e Emissoras Associados.
TERCEIRA ETAPA
A Terceira Etapa das
comemorações transcorreu no dia 6 de agosto próximo passado, no anfiteatro do
Centro Cultural "Ariano Suassuna" do Tribunal de Contas do Estado,
com a conferência do ministro Francisco Rezek, ex-presidente do STF.
Rezek abordou o tema
“Epitácio Pessoa: o diplomata e o jurista da Corte Internacional de Haia”.
A QUINTA ETAPA
Sobre a Quarta Etapa,
a ocorrer no dia 6 de novembro de 2015, já falamos no início deste texto. Resta
abordar a Quinta e última Etapa, a realizar-se a partir das 19 h do dia 17 de
dezembro, no Espaço Cultural "José Lins do Rego", onde irá acontecer
um Concerto Associado da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Será este o
encerramento das comemorações em homenagem a Epitácio Pessoa — mesmo porque o
TJPB entra em recesso no dia 20 seguinte, para somente voltar às atividades
normais no dia 6 de janeiro de 2016.
Na oportunidade do
encerramento, a presidente da Comissão de Cultura e Memória do Poder
Judiciário, desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti, pretende entregar placas
de agradecimento aos principais participantes dos cinco Etapas das
comemorações.
PLAQUETTES E LIVRO
Já o presidente do
TJPB, desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque (também integrante do IHGP
e da Academia Paraibana de Letras), está patrocinando a publicação, sob a forma
de plaquettes, de todos os pronunciamentos feitos durante as comemorações.
Ao final, tais
pronunciamentos serão reunidos sob o formato de um livro, também para livre
distribuição entre os interessados. O Tribunal também patrocinou a edição de um
livro infanto-juvenil (mas também destinado aos adultos) com a vida de Epitácio
Pessoa em quadrinhos.
QUEM FOI EPITÁCIO
Epitácio Pessoa nasceu
em Umbuzeiro a 23 de maio de 1865 e presidiu o Brasil entre 1919 e 1922. Foi o
oitavo presidente do país, desde a proclamação da República.
Além de integrar os
três Poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo), da mesma forma como ocorreu
com outro paraibano, o ministro Osvaldo Trigueiro de Albuquerque Melo (este
nascido em Alagoa Grande), Epitácio foi também jurista de fama internacional e
ainda diplomata. Nesta última condição, representou o Brasil durante a
Conferência de Paz de Versalhes, em Paris, quando do término da Primeira Guerra
Mundial. Foi, de fato, um grande paraibano, um grande brasileiro, um cidadão do
mundo de superior expressão.
Seu Governo, na
Presidência da República, foi marcado por revoltas militares e outras crises,
mas não por sua culpa. Faleceu a 13 de fevereiro de 1942, em seu sítio no
município de Petrópolis (RJ).
MUSEU E CRIPTA DE EPITÁCIO
Em 1965, quando do
centenário de seu nascimento, o Governo da Paraíba e a Presidência do TJPB
providenciaram o traslado de seus restos mortais (com os da esposa) para uma
construção denominada Museu e Cripta, especialmente construída no subsolo do
Palácio da Justiça para recebê-los.
Na recepção a seus
despojos, que desembarcavam na Paraíba (vieram num navio especial da Marinha
Brasileira), o notável tribuno Alcides Carneiro pronunciou um de seus mais
afamados discursos, que assim começa: "Paraibanos, sentido!
"PARAIBANOS, SENTIDO!"
Pensa-se que o grande
orador brasileiro Alcides Vieira Carneiro (que dá nome a uma das salas do
Palácio da Justiça, na Praça João Pessoa ou Praça dos Três Poderes) inventou do
nada esta frase ("Paraibanos, sentido!"). Aparentemente, no entanto,
o tribuno-poeta Alcides Carneiro, homem de vasta cultura, estava apenas
citando, propositalmente, uma expressão que, então, se encontrava mais ou menos
viva na memória dos paraibanos.
Para esclarecer este
ponto, cito aqui a nota de número 136 da mui interessante e documentadíssima
dissertação de Mestrado do professor Jivago Correia Barbosa. Tal dissertação,
fonte de marcantes informações históricas, intitula-se "Política e
assistencialismo na Paraíba: o Governo de José Américo de Almeida
(1951-1956)" e está disponível na Internet. Foi defendida em junho de 2012
junto ao Programa de Pós-Graduação em História do CCHLA (Centro de Ciências
Humanas, Letras e Artes) da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), na área de
concentração em História e Cultura Histórica, e sob a orientação da Profa. Dra.
Monique Guimarães Cittadino. Eis o que diz a longa e mui esclarecedora nota (e onde está a origem da
expressão "Paraibanos, sentido!):
"O desempenho
político de José Américo [de Almeida] sempre esteve indissoluvelmente ligado à
figura de Vargas e, sobretudo, à era getuliana. Dessa forma, o único candidato
a governador da Paraíba que poderia receber o apoio de Vargas indiscutivelmente
só poderia ser um, José Américo.
"Esse importante apoio, talvez o mais
importante de todos, partiu do então Senador Getúlio Vargas — candidato do
Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) à presidência da República — quando esteve
em campanha na Paraíba no dia 25 de agosto, numa quinta-feira, percorrendo as
cidades de Sousa, Campina Grande e João Pessoa.
"Curiosamente antes da
consolidação do nome de José Américo como candidato a Governador pela Coligação
Democrática Paraibana, o seu nome havia sido indicado — como ele próprio afirma
— ‘por intermédio de Danton Coelho e outros, para companheiro de chapa de
Getúlio Vargas, como Vice-Presidente, lembrança que declinei’ (ALMEIDA, 1994,
p. 109).
"Evocando a luta encabeçada pelos dois durante a 'Revolução de 1930', o
jornal O Rebate, da cidade de Campina
Grande, estampou a confirmação da aliança entre os dois candidatos: 'Getúlio
Vargas acaba de recomendar ao Eleitorado paraibano o nome de José Américo para
Governador da Paraíba! Como em 1930, Getúlio Vargas e José Américo dão-se as
mãos para a Divina Eucaristia da redenção do Brasil! Paraibanos, sentido! Por
José Américo e Getúlio Vargas' (O Rebate,
19 de agosto de 1950, p. 01).
"No mês de agosto, durante visita aos estados da
Região Nordeste, Getúlio Vargas esteve no estado paraibano visitando a capital
João Pessoa e Campina Grande. Nos dois grandes comícios que se realizaram a
partir dessa visita, ele não só recomendava José Américo para governador, como
também discursava a seu favor. '(...) O desejo de resolver o problema do
Nordeste, prevalecendo sobre qualquer outro, foi um fator que me induziu a
confiar a Pasta da Viação, onde sua personalidade se afirmou com relevo, ao Dr.
José Américo de Almeida providencia, ao mesmo tempo, segura e metódica (LUNA,
2000, p. 66)'.
"Interessante ressaltar que embora recebesse o apoio
incondicional de Getúlio Vargas, José Américo não o retribuiu da mesma forma,
não defendendo em nada a campanha varguista no seu estado. O PSD, que apoiou a
campanha de José Américo na Paraíba, coligava-se à campanha de Cristiano Machado
— candidato nacional do partido e adversário político de José Américo — para
Presidente da República e esse teria sido o motivo pelo qual José Américo não
firmara apoio à candidatura de Vargas. 'Eu sei que houve certas acusações de
que eu (José Américo) não teria votado nele. Mas, apesar de Getúlio ter apoiado
meu nome em praça pública, na Paraíba, nesse nosso encontro no Rio eu lhe
disse: ‘Não posso ajudá-lo nessa eleição, porque me comprometi com o nome de
Eduardo Gomes’ (CAMARGO, 1984, p. 332).
NA PRESIDÊNCIA ESPÍNOLA
Às páginas 103-104 de um
dos livros de minha autoria (Evandro da Nóbrega, Doutor Chico Espínola, um homem simples e justo: Centenário de
Nascimento do Desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola, Gráfica
JB, João Pessoa, 2014), deponho sobre como ocorreu esse traslado de restos
mortais, do Rio de Janeiro para a capital paraibana:
“[...Meu primo], o Dr.
Márcio Roberto Soares Ferreira — parente, colega e amigo dos Nóbregas-Espínolas
— estava mui frequentemente na acolhedora residência do Desembargador [Francisco]
Espínola, à qual só de raro em raro eu ia, em virtude de minhas assoberbantes
ocupações no jornal O Norte, na UFPB, no próprio TJPB.
“Mas, claro, nunca
perdi o contato com a família do Desembargador Espínola, para quem tive a
oportunidade de elaborar, já em maio seguinte, um folder especial sobre
o traslado e inumação dos restos mortais do Presidente Epitácio Pessoa
(1865-1942) e de sua esposa Mary Manso Sayão Pessoa para o Museu e Cripta de
Epitácio Pessoa, dependências construídas na Gestão do próprio
Desembargador-Presidente Francisco Espínola (Biênio 1964-1966) justamente para
tal fim, sendo Governador o Dr. Pedro Moreno Gondim.
“Quando, em 1985, na
Gestão do Desembargador-Presidente Rivando Bezerra Cavalcanti, o TJPB comemorou
os 120 anos de nascimento de Epitácio Pessoa, aquele antigo folder nos
serviu de modelo, a mim e à fotógrafa Germana Bronzeado (hoje Curadora dos
Museus e Memoriais do Poder Judiciário estadual) para que se fizesse nova peça
publicitária enfocando os eventos então programados. A cuidadosa Germana ainda
hoje guarda cópias de todos esses trabalhos gráficos, realizados sem os
recursos hoje corriqueiros nos computadores...
“Foi no Biênio
comandado pelo Desembargador Espínola, mais exatamente a 23 de maio de 1965,
data que marcou o centenário de nascimento do ex-presidente da República Epitácio
Pessoa, que os restos mortais deste, junto com os da esposa, Mary Sayão Pessoa,
viram-se solenemente inumados no Museu e Cripta de Epitácio Pessoa [denominação
oficial], onde ainda hoje permanecem, recebendo a visitação pública."
Esse espaço fora
então especialmente construído para tal fim no subsolo do Palácio da Justiça,
no centro da cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. Os despojos,
anteriormente sepultados no Rio de Janeiro, haviam chegado à capital paraibana
poucos dias antes, nesse mesmo mês de maio de 1965, trasladados em navio da Marinha Brasileira.
"A RELÍQUIA QUE LEVAIS"
Conforme explica o historiador Flávio Sátiro Fernandes, o transporte desses restos mortais foi feito, como se disse, a bordo de um navio de guerra da Marinha, o contratorpedeiro Acre. Isto está bem esclarecido num dos últimos números da revista literária GENIUS, editada pelo próprio Dr. Flávio Sátiro — número esse que reproduz discurso do ministro Ernani Sátyro, que pronunciou a mesma oração quando do ato de entrega, no Rio de Janeiro, dos restos mortais para serem transportados para João Pessoa, a capital paraibana.
Nas páginas desse número de GENIUS, o referido discurso de Ernani Sátyro tem, como frontispício, uma frase retirada de sua própria oração: "Marinheiros do Brasil: A relíquia que levais [os restos mortais do ex-presidente da República e de sua esposa] é digna de vossa glória!"
BRIGADEIRO NEGOU AVIÃO DA FAB
Esclarece ainda o Dr. Flávio Sátiro Fernandes que "os restos mortais de Epitácio Pessoa vieram à Paraíba em navio da Marinha porque o brigadeiro Eduardo Gomes que, na época, era Ministro da Aeronáutica, negou-se a ceder um avião da FAB, alegando que, nas duas ocasiões em que foi preso, ele o foi justamente por determinação de Epitácio Pessoa, quando da revolta dos Tenentes, em 1922. Por isso, teve-se de apelar para a Marinha."
Uma vez chegadas à capital paraibana, foram as urnas fúnebres provisoriamente abrigadas no complexo barroco formado pela Igreja de São Francisco e pelo Convento de Santo Antônio. No dia exato do centenário de Epitácio é que se viram transferidos para o Museu e Cripta. À chegada dos restos mortais à Paraíba, discursara oficialmente, em nome da Paraíba, o célebre tribuno paraibano Alcides Carneiro. Portanto, quando do traslado dos restos mortais, o governador paraibano era Pedro Moreno Gondim e, presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola.
"A RELÍQUIA QUE LEVAIS"
Conforme explica o historiador Flávio Sátiro Fernandes, o transporte desses restos mortais foi feito, como se disse, a bordo de um navio de guerra da Marinha, o contratorpedeiro Acre. Isto está bem esclarecido num dos últimos números da revista literária GENIUS, editada pelo próprio Dr. Flávio Sátiro — número esse que reproduz discurso do ministro Ernani Sátyro, que pronunciou a mesma oração quando do ato de entrega, no Rio de Janeiro, dos restos mortais para serem transportados para João Pessoa, a capital paraibana.
Nas páginas desse número de GENIUS, o referido discurso de Ernani Sátyro tem, como frontispício, uma frase retirada de sua própria oração: "Marinheiros do Brasil: A relíquia que levais [os restos mortais do ex-presidente da República e de sua esposa] é digna de vossa glória!"
BRIGADEIRO NEGOU AVIÃO DA FAB
Esclarece ainda o Dr. Flávio Sátiro Fernandes que "os restos mortais de Epitácio Pessoa vieram à Paraíba em navio da Marinha porque o brigadeiro Eduardo Gomes que, na época, era Ministro da Aeronáutica, negou-se a ceder um avião da FAB, alegando que, nas duas ocasiões em que foi preso, ele o foi justamente por determinação de Epitácio Pessoa, quando da revolta dos Tenentes, em 1922. Por isso, teve-se de apelar para a Marinha."
Uma vez chegadas à capital paraibana, foram as urnas fúnebres provisoriamente abrigadas no complexo barroco formado pela Igreja de São Francisco e pelo Convento de Santo Antônio. No dia exato do centenário de Epitácio é que se viram transferidos para o Museu e Cripta. À chegada dos restos mortais à Paraíba, discursara oficialmente, em nome da Paraíba, o célebre tribuno paraibano Alcides Carneiro. Portanto, quando do traslado dos restos mortais, o governador paraibano era Pedro Moreno Gondim e, presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola.
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