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UM NÓBREGA DE CRUZ DO ESPÍRITO SANTO AO LADO DE OUTRO NÓBREGA, ESTE ORIUNDO DOS VALES DO PIRANHAS, SABUJI & SERIDÓ — Uma foto minha com Milton Nóbrega (E), que fiz questão de publicar em meu modesto livro intitulado Brasão d'armas do Judiciário da Paraíba: Sua descrição heráldica e simbologia histórica (Edições do TJPB, João Pessoa, 2007) — cuja capa (abaixo) foi aliás por ele concebida e desenhada. Em virtude da admiração que lhe votava o Autor, fotos de Mílton aparecem em mais duas outras páginas do mesmo volume.
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AS ÚLTIMAS LIGAÇÕES TELEFÔNICAS DE MÍLTON NÓBREGA — Em meu phablet [phone + tablet], as anotações automáticas das últimas ligações entre mim e Mílton Nóbrega. A última dessas ligações ocorreu às 11h04m, como se pode ver acima, na tela autocapturada. Possivelmente, então, devo ter sido a última pessoa a falar telefonicamente com o Mílton — porque, logo depois, o escritor e publicitário Juca Pontes tentaria comunicar-se com Mituca pelo celular, sem êxito. [Please, clique em qualquer das fotos para ampliá-la]
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EVANDRO DA NÓBREGA COM MAÍLSON DA NÓBREGA — Na foto batida por minha filha Manuela Mariz-Nóbrega, no início da tarde de 17 de agosto de 2014, durante o velório do designer Mílton Nóbrega, vê-se o grande economista brasileiro (paraibano, espírito-santense) Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, consultor econômico e articulista da Grande Imprensa, depois de receber minhas condolências pelo falecimento do amado irmão. [Please, clique em qualquer das fotos para ampliá-la]
UM NÓBREGA DE CRUZ DO ESPÍRITO SANTO AO LADO DE OUTRO NÓBREGA, ESTE ORIUNDO DOS VALES DO PIRANHAS, SABUJI & SERIDÓ — Uma foto minha com Milton Nóbrega (E), que fiz questão de publicar em meu modesto livro intitulado Brasão d'armas do Judiciário da Paraíba: Sua descrição heráldica e simbologia histórica (Edições do TJPB, João Pessoa, 2007) — cuja capa (abaixo) foi aliás por ele concebida e desenhada. Em virtude da admiração que lhe votava o Autor, fotos de Mílton aparecem em mais duas outras páginas do mesmo volume.
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AS ÚLTIMAS LIGAÇÕES TELEFÔNICAS DE MÍLTON NÓBREGA — Em meu phablet [phone + tablet], as anotações automáticas das últimas ligações entre mim e Mílton Nóbrega. A última dessas ligações ocorreu às 11h04m, como se pode ver acima, na tela autocapturada. Possivelmente, então, devo ter sido a última pessoa a falar telefonicamente com o Mílton — porque, logo depois, o escritor e publicitário Juca Pontes tentaria comunicar-se com Mituca pelo celular, sem êxito. [Please, clique em qualquer das fotos para ampliá-la]
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EVANDRO DA NÓBREGA COM MAÍLSON DA NÓBREGA — Na foto batida por minha filha Manuela Mariz-Nóbrega, no início da tarde de 17 de agosto de 2014, durante o velório do designer Mílton Nóbrega, vê-se o grande economista brasileiro (paraibano, espírito-santense) Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, consultor econômico e articulista da Grande Imprensa, depois de receber minhas condolências pelo falecimento do amado irmão. [Please, clique em qualquer das fotos para ampliá-la]
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A SIMPLICIDADE DE MÍLTON NÓBREGA NA FILA — Com dois exemplares da obra, Mílton Nóbrega é aqui visto na fila da tarde de autógrafos promovida pelo poeta, publicitário e escritor Juca Pontes, na Livraria Leitura, para o lançamento de seu mais novo livro, Ciclo vegetal. [Please, clique em qualquer das fotos para ampliá-la]
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Recente foto de Mílton Nóbrega, de autoria do fotógrafo Ednaldo Araújo, para uso em seu perfil do Facebook.
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Mílton Nóbrega, em foto de Ednaldo Araújo, para seu perfil no Facebook.
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EM LIVRO, EMBORA MODESTAS, AS HOMENAGENS MERECIDAS — Em meu modesto livro intitulado Brasão d'armas do Judiciário da Paraíba: Sua descrição heráldica e simbologia histórica (Edições do TJPB, João Pessoa, 2007), fiz questão de colocar três fotos do designer Mílton Nóbrega em três partes diferentes do volume, tendo em vista não apenas nossa condição de amigos, mas, sobretudo, de colegas de trabalho. As três fotos são de autoria de Ednaldo Araújo. E, abaixo, uma das páginas do livro em que Mílton é com justiça citado, por ser um cinco criadores do Brasão de Armas do Poder Judiciário do Estado da Paraíba.
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Foto de autoria do fotógrafo Ednaldo Araújo, do TJPB, e retirada do perfil de Mílton Nóbrega no Facebook.
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Num flagrante da fotógrafa Germana Bronzeado, Mílton Nóbrega ao lado de outro de seus grandes amigos, o artista plástico Flávio Tavares.
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PLACA DE RECONHECIMENTO DO TRE-PB — Mílton Nóbrega recebe, em 2013, das mãos do então presidente do TRE-PB, uma placa em reconhecimento a seus serviços em prol do êxito das comemorações pelos 80 anos de instalação da Justiça Eleitoral no país e, por consequência, na Paraíba.
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Mílton Nóbrega, em detalhe de uma foto de Germana Bronzeado.
Mílton Nóbrega conversa, no TRE-PB, com o desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, ladeado pelo Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, pelo também designer Martinho Sampaio e pelo jornalista Genésio de Souza Neto [Foto de Germana Bronzeado].
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Detalhe de uma foto maior e bem representativa de Mílton Nóbrega.
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Mílton Nóbrega novamente com um de seus parceiros editoriais, o escritor, publicitário e poeta Juca Pontes, da Forma Editorial.
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RESTAURAÇÃO DE IMPORTANTES FOTOGRAFIAS ANTIGAS — Acima, como se encontrava uma foto integrante dos arquivo do TJPB, mostrando uma sessão do Tribunal Pleno, em 1921. Abaixo, como ficou a foto, totalmente recuperada, depois da intervenção do designer Mílton Nóbrega e sua equipe.
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Outra foto antiga do acervo do Poder Judiciário, totalmente recuperada por Mílton Nóbrega e sua equipe; mostra o velho prédio do Tesouro Estadual, em cujo segundo pavimento se instalou por vez primeira o Superior Tribunal de Justiça do Estado do Parahyba do Norte, hoje TJPB.
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ETERNO
MENINO, MÍLTON NÓBREGA COMEÇOU DESENHANDO PASSARINHOS QUE DE TÃO PERFEITOS
PARECIAM VIVOS, REAIS, AVOANTES...
Evandro da Nóbrega
escritor,
jornalista, editor
[druzz.judiciário@gmail.com]
Não é coisa para se vangloriar. Mas fui,
provavelmente, senão a última, uma das últimas pessoas a falar, pelo celular,
com Mílton Nóbrega, no final da manhã deste sábado, 16 de agosto, pouco tempo
antes de ele falecer, vítima de fulminante parada cardíaca.
Os dados estão aqui, no meu phablet
Galaxy Note II, da Samsung. Exatamente às 11h04, dei o último telefonema para
Mílton, de uma série de chamadas recíprocas que se havia iniciado na quinta-feira
anterior.
Nesse dia, fornecendo-lhe os dados
necessários (dizeres, fotos, dimensões etc), solicitei-lhe que aprontasse a capa
do novo livro do desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque, sob o título
de Centenário de nascimento do desembargador Luiz Sílvio Ramalho.
Acabara eu de editar o texto e de concluir a editoração eletrônica desta obra.
Mílton Nóbrega me pedira mais um dia,
porque estava concluindo em ritmo acelerado a arte-final do Calendário do
TJPB para o ano de 2015. Mas ele aprendeu nas Redações dos jornais, como
eu, a trabalhar muito rápido, e já na noite da sexta-feira enviara-me o projeto
da capa encomendada. Então, telefonei-lhe às 11h04 deste sábado e a conversa
foi mais ou menos no seguinte tanjo:
—
"Primo" Mílton, a capa está im-pres-sio-nan-te-men-te bela! Por mim,
não mudaria nada! Mas ainda dependemos do "aprovo" do Autor...
—
Ah, então Você gostou? — era o Mílton Nóbrega, falando naquele seu jeito
encabulado.
—
Se gostei?! Ora, se lhe estou dizendo que está uma obra-prima!
Milton
deu aquela risadinha dele, agradado, e me despedi.
A
gente se chamava "primo", mas, em verdade, o parentesco vem a ser
este: ele é do ramo dos Nóbrega que veio bater em Cruz do Espírito Santo, ao
passo que meu ramo anovercense é aquele dos Vales dos Pinharas, Sabuji e Seridó:
Patos, Santa Luzia, São Mamede...
Mílton, que tantas capas criou para tantos livros meus e para os inúmeros livros que editei ao longo da vida, concluíra em maio, a pedido do médico José Mário Espínola e do jurista Humberto Pedrosa Espínola, as magníficas capa & contracapa de nova obra minha, aquela que marcou o centenário de nascimento do desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola, o inesquecível "Doutor Chico Espínola".
Mílton, que tantas capas criou para tantos livros meus e para os inúmeros livros que editei ao longo da vida, concluíra em maio, a pedido do médico José Mário Espínola e do jurista Humberto Pedrosa Espínola, as magníficas capa & contracapa de nova obra minha, aquela que marcou o centenário de nascimento do desembargador Francisco Floriano da Nóbrega Espínola, o inesquecível "Doutor Chico Espínola".
AGOSTO,
MÊS DE DESGOSTO
Quando
foi às 13h39, me liga o Martinho Sampaio, chefe das Publicações Oficiais do
TJPB e editor do Diário da Justiça Eletrônico:
—
Druzz, está sabendo da triste novidade, da nova peça que nos prega o mês de
agosto?!
—
Não, Martinho, não ouvi falar em nada. Estava aqui engolfado em muito trabalho
e fiquei um pouco fora do mundo... Outro avião que caiu?!
—
Não. É que acaba de falecer nosso amigo Mílton Nóbrega.
—
Não pode ser, Martinho! Há menos de duas horas, falei com o Mílton, pelo
celular, e ele estava ledo, lépido e fagueiro! Não acredito nesta má notícia!
Mas
Martinho foi para o apartamento do Mílton, lá constatou seu passamento e me
telefonou novamente, com a lúgubre confirmação. Nesse ínterim, eu já falara com
outro Martinho, o Moreira Franco, e o MMF estava também deveras chocado com a
infausta ocorrência.
Também
outro primo, o Dr. Márcio Roberto Soares Ferreira, me telefonara do Recife
(PE), onde teve que se internar numa clínica para se submeter a rotineiros
exames pós-operatórios de catarata, já sabendo da triste notícia e lamentando
profundamente o desaparecimento do amigo Mílton, que já era notícia no Portal
WSCom do jornalista Walter Santos, nos sites do Jornal da Paraíba e
do Correio da Paraíba, além das redes sociais.
Não
havia mais dúvidas: muita gente boa perdera um amigo admirável. E a Paraíba
via-se desfalcada de um de seus mais expressivos valores culturais. Diz-se, não
sem certa razão, de um ponto de vista, que não há pessoas insubstituíveis. No
caso do Mílton Nóbrega, porém, quem o substituirá?
VELÓRIO & SEPULTAMENTO
Foi, portanto, sob todos os aspectos, mui
lamentável a morte prematura do Mílton Nóbrega, publicitário e artista plástico
que preferia ser chamado de designer gráfico.
Seu corpo está sendo velado desde as 19 h deste mesmo sábado, 16 de agosto de
2014, na Central de Velórios São João Batista, onde deverá ficar até as 13 h
deste domingo, 17 de agosto, horário em que seguirá, de carro, para sua cidade
natal, Cruz do Espírito Santo. Nessa sua cidade natal é que se dará o sepultamento, às
16 h do mesmo domingo.
Consta
que, por volta de meio-dia, Mílton Nóbrega (Mituca, para a esmagadora maioria
dos amigos e familiares) almoçou normalmente, com os familiares, no apartamento
para o qual se mudara havia vários meses. Depois da refeição, sentou-se, como
de costume, a um sofá, para ver TV, já que, aos sábados à tarde, a não ser excepcionalmente,
não dava expediente em sua sala da Oficina de Propaganda (lá comparecia apenas
pela manha). Momentos depois, é o que se
deduz, sofreu a parada cardíaca. E faz-se
tal dedução porque, nesse ínterim, outro publicitário, o escritor Juca Pontes,
para ele telefonou várias vezes, sem obter resposta.
Juca estava interessado em saber de
Mílton Nóbrega detalhes a respeito de outra capa de livro que os dois estavam
editando conjuntamente pela editora Grafset, de nossos comuns amigos incomuns
José Neiva e Vladimir Neiva.
Alertados por nova chamada de Juca, dessa
vez para outro telefone da casa, os familiares acorreram, mas já encontraram
Mílton sem vida.
O socorro médico/paramédico foi de
imediato chamado e chegou de ambulância bem equipada; o pessoal especializado
ainda tentou reanimar nosso amigo, por mais de meia hora, sem resultados. A Indesejada das Gentes fizera mais uma de suas inesperadas colheitas.
70 ANOS EM DEZEMBRO
Mílton Nóbrega preparava-se, com
familiares e amigos, para comemorar seus 70 anos de idade no próximo dia 22 de
dezembro (do corrente ano de 2014). A esta mesmíssima data do primeiro decanato
do signo astrológico de Capricórnio pertence muita gente boa, inclusive
admiradores de Mílton Nóbrega, como o artista plástico e escritor Chico
Pereira, meu filho Dmitry Luna da Nóbrega, meu sobrinho Eduardo Dantas da
Nóbrega Filho...
Entre os irmãos de Mílton [Ferreira da] Nóbrega,
destacam-se Milson [Ferreira da] Nóbrega e o economista Maílson [Ferreira] da
Nóbrega, ex-ministro da Fazenda, também nascido em Cruz do Espírito Santo (PB),
mas que iniciou sua carreira no Banco do Brasil de Catolé do Rocha. Foi lá que
sua brilhante inteligência foi descoberta pelo pessoal da Administração Central
do BB em Brasília (DF), para onde foi chamado para colocar em execução seus
planos de modernização das agências bancárias. Rapidamente galgou outros postos
no BB e, especializando-se em Economia, brilhou como ministro da área das
Finanças e é hoje respeitado analista, consultor e comentarista, inclusive na
mui respeitável revista Veja.
PLACA PARA MILTON
Juntamente com o historiador Humberto
Cavalcanti de Mello, com o arquiteto Umbelino Peregrino de Albuquerque (do IPHAN) e
com este escriba que vos fala, Mílton Nóbrega fez jus a uma placa especial de
agradecimento pelos serviços prestados quando das comemorações pelo transcurso
das oito décadas de instalação da Justiça Eleitoral no Brasil (e,
consequentemente, em nosso Estado).
As placas nos foram entregues pelo então
desembargador-presidente do TRE-PB, Marcos Cavalcanti de Albuquerque. Na placa
de Mílton, podia-se ler: "Ao insigne designer Mílton Nóbrega, os agradecimentos
do TRE-PB por sua inestimável colaboração para o êxito das comemorações pelos
80 anos de instalação da Justiça Eleitoral da Paraíba. - Desembargador Marcos
Cavalcanti de Albuquerque, Presidente do TRE-PB - João Pessoa, 13 de dezembro
de 2012”. [A placa de Mílton viria a ser entregue em janeiro de 2013].
UM LIBER AMICORUM
Os holandeses têm um costume mui interessante, que antecede mesmo o seu Século das Luzes. Trata-se de homenagear
pessoas de destaque com um liber amicorum,
o que, em latim, equivale a um "livro dos amigos", um álbum destinado
a reunir impressões de admiradores de tal ou qual personalidade de relevo.
A expressão original e o costume, porém,
iniciaram-se na Alemanha, com o Festschrift
(plural Festschriften ou até Festschrifts), literalmente "escrita
da festa" ou, numa tradução mais abrangente, "publicação
comemorativa".
Tal expressão, com suas variações,
designa algo como "celebração de forma escrita" ou "peça de
comemoração por escrito"; e se viu posteriormente adotada pelos próprios
anglo-americanos como se inglês da gema fosse. Diz-se também Festgabe, que da mesma forma designa o liber amicorum. Especialmente nos meios
acadêmicos, refere-se ao "livro de honra" em homenagem a uma pessoa
que adquiriu o respeito da comunidade, por suas consideráveis atividades como
professor, escritor, cientista, pensador, artista... Quando publicado
postumamente, esse álbum comemorativo pode ser chamado de Gedenkschrift, uma "publicação em memória".
Dou apenas um exemplo de liber amicorum dentre os muitíssimos já publicados no Brasil: aquele em homenagem ao
professor doutor Antônio José Avelas Nunes (especialista em Direito
Constitucional). Este liber amicorum foi escrito por vários autores,
justamente em louvor do citado mestre.
O liber
amicorum tanto pode ser uma plaquette
quanto um grosso volume — e até uma coleção de obras. A
propósito, talvez
o mais célebre (ou, pelo menos, o mais extenso!) liber amicorum já surgido no Mundo tenha sido aquele dedicado ao
historiador clássico Joseph Vogt [que viveu de 1895 a 1986 e cujo sobrenome pronuncia-se
fôkt] em seu septuagésimo-quinto aniversário. Inicialmente, pensou-se no
lançamento de quatro volumes, mas, ao final, estendendo-se de 1972 a 1998, o
número de volumes chegou a 89!
Normalmente, um liber amicorum intitula-se algo como Ensaios em honra de... ou expressões parecidas. E, quando um Festschrift é publicado em meio
eletrônico (na Internet, por exemplo), recebe a designação de Webfestschrift [pronuncia-se vép-fest-xrift].
OS
70 ANOS DE MÍLTON
Mas por
que lhes estou dizendo tudo isto sobre "os livros dos amigos"? É que,
tão logo soube do falecimento do amigo Mílton Nóbrega, senti o ímpeto de
recomendar a outros amigos dele (Juca Pontes, Martinho Moreira Franco, Mengo,
Martinho Sampaio, Alberto Arcela et alii) que lhe dedicassem uma obra em
tais moldes, como forma de assinalar em grande estilo sua passagem por este
Vale de Lágrimas a que se dá o nome de Terra.
E isto
para que não ocorra como quase ocorreu recentemente (só para citar três
exemplos) com nossos grandes e admiráveis amigos semi-esquecidos Marcos do
Carmo Tenório (um dos editores da Revista do Fisco); Giovani Montenegro
(Bau Caceteiro ou Bau Calça-Velha) e Edmilson Silva (Missula), intelectual,
linguista, professor de Português, revisor do antigo O Norte, ex-servidor
dos Correios e Telégrafos.
Já à
noite, conversando pelo fone com Juca Pontes, vi que, enquanto busco os cajus,
o pessoal já vem com as castanhas devidamente assadas. Vale dizer, tal projeto estava
em pleno andamento, mesmo antes de falecer Mílton Nóbrega.
É que
Juca e outros amigos pretendiam homenagear a passagem dos 70 anos de Mílton, em
dezembro, com a publicação de um livro assim. E será homenagem mais que
merecida, por ser o de cujus reconhecido por suas contribuições em
diversas áreas de atividades.
ALGO
DE SUA FOLHA CORRIDA
Nem
preciso dizer que sempre fui incondicional admirador do Mílton Nóbrega. E mui dificilmente editei um livro, dos
muitíssimos com que já me peguei, que não procurasse, logo de início, assegurar
que a capa da obra seria de autoria de Mílton Nóbrega. De fato, brindava-nos
ele com capas lindíssimas, de montagem sóbria e eficaz, "pra ninguém botar
defeito". A última que produziu foi essa a que me referi, a do livro Centenário de nascimento do Desembargador Luiz Sílvio
Ramalho, de autoria do desembargador Marcos Cavalcanti, presidente
da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário do Estado da Paraíba.
Juntamente com
Martinho Moreira Franco e Alberto Arcela, Mílton Nóbrega fundou e tornou-se
sócio de uma das principais agências de publicidade da Paraíba, a Oficina de
Propaganda.
Um dos irmãos de Mílton, o Mílson Nóbrega,
colocou recentemente no Facebook uma foto da década de 1960, mostrando a brava equipe
futebolística do Santos (de Cruz do Espírito Santo) em que Mílton Nóbrega
aparece como um dos atletas/craques. Mílson era o... mascote do time. Vale a
pena dar uma boa olhada na foto, que continua, claro, no perfil de Mílton na
rede social Facebook.
BOTO A CULPA NO CIGARRO
Recentemente, Mílton tivera que ser atendido
pelos médicos. Mas fora algo referente à próstata, sem nenhuma ligação com
problemas coronarianos. Feitos os exames, tudo estava normal.
No entanto, ele fumava muitíssimo, fumava
demasiado. Não conto o número de vezes que, no cafezinho da parte dos fundos da
Oficina de Propaganda, ele me prometia deixar de lado o cigarro, mas sem apreciável convicção.
Eu, de fato, fumava bem mais que ele
(quatro carteiras diárias, dá pá tu?!). Mas, no meu caso pessoal, um começo de enfarte — seguido de três
pontes de safena e duas mamárias — me convenceu a abandonar o vício, sob a
segura orientação do supercardiologista e hipercirurgião Maurílio Onofre Deininger.
No mesmo cafezim da propagandística Oficina, Mílton me
elogiava pela decisão de largar o branco cilindro de fumaça cancerígena — e
debilmente prometia fazer o mesmo. Mas todos sabemos quanto isto é difícil, a
não ser que haja uma força maior, como no meu caso: era fugir definitivamente
do tabaco ou morrer!...
A FILHA & OS DOIS FILHOS
A FILHA & OS DOIS FILHOS
Além da viúva Gil Nóbrega, Mílton deixa
três filhos:
1) Patrícia Nóbrega (Patty), que estudou
Arquitetura e Urbanismo, dedicando-se à Publicidade e à Propaganda e tendo
trabalhado também na antiga Coordenadoria de Comunicação do TJPB, além de casada
com o educador cajazeirense Chiquinho Pereira, radicado em João Pessoa;
2) Bruno Nóbrega, também casado (com a Sra.
Thaísa Furtado Fernandes Nóbrega); e
3) Victor Nóbrega, ainda solteiro.
Esses filhos lhe deram netos e netas. E
era comovente ver a diligência diária com que Mílton, largando o trabalho no
final do expediente, apressava-se no trânsito, com seu carro, para ir buscar
uma ou outra neta à saída da escola! Nesses momentos, não atendia nem mesmo ao Papa...
ALGUMAS MANIFESTAÇÕES
Em nota de luto divulgada pelo Facebook,
anunciando o passamento do pai, Bruno Nóbrega disse, entre outras coisas, que ele
foi "um grande exemplo para todos nós aqui na Terra". Agradeceu a
Mílton "por todos esses anos de convivência", durante os quais
"muito aprendi com sua simplicidade, honestidade e paciência".
Agradeceu-lhe também por haver sido "um avozão para meus filhos",
mesmo porque "todos eram loucamente apaixonados por Você" e "sei
que eles sentirão muito sua ausência nos passeios aos sábados à tarde ao shopping e aos domingos de manhã à Bica
[do Parque Arruda Câmara]". Enfim, conclui Bruno, dirigindo-se ao genitor,
"ficarás para sempre em nossa memória".
No perfil facebúquico de Juca Pontes,
vê-se uma foto em que ele, na data do lançamento de seu livro Ciclo vegetal, coletânea de poemas editada pela Forma
Editorial, aparece abraçado, na Livraria Leitura, aos amigos Bola
Targino, de um lado, e, do outro, justamente o Mílton Nóbrega.
Logo abaixo, Syllas Mariz comenta que
"a notícia da perda do nosso querido Mituca [Mílton Nóbrega] me deixou
tomado pela tristeza. O vazio toma conta dos nossos corações. As boas
lembranças dos bons momentos e trabalhos que com ele compartilhamos invadem nossos
pensamentos. Além da estimada amizade, perdemos igualmente uma grande
referência profissional. Perdemos o nosso mestre. Tudo isto muito triste, mesmo"...
E Juca Pontes complementa o que diz o
Syllas: "Agora, só ficou o vazio. A terna e eterna saudade de sua amizade,
mas do que a sincera companhia do parceiro e irmão de jornada".
CONFORTO & DESABAFO
No perfil da filha Patrícia Nóbrega, do
Facebook, amigas como Juliete Silveira, Priscilla Souto Maior, Aninha Vãs,
Lizianne Lins, Maria Rosa Jacinto Amorim, Kay Vieira, Rosário Dias, Kayfrancis
Leal Leite e muitíssimas outras pessoas apresentavam seus sentimentos a toda a
família e expressavam sua solidariedade, neste momento de dor. Uma dessas
mensagens diz: "Ele era seu herói; agora será sua estrela".
No perfil de um dos filhos, Bruno
Nóbrega, pessoas como Sérgio Oliveira, Augusto Junior, Juliana Nóbrega e muitos
outros também manifestavam suas condolências. Em seu perfil, o outro filho,
Víctor Nóbrega, desabafava: "Vai ser tão difícil viver aqui sem Você, meu
pai!"...
A TRAJETÓRIA DE MÍLTON
Uma das versões da estória quase-lenda em
torno da infância de Mílton Ferreira da Nóbrega refere-se a um menino tímido,
de olhos muito vivos e com um pedaço de carvão entre os dedos. O garoto, sempre
encabulado, mas de inteligência coruscante, desenhava passarinhos tão
perfeitos, num muro caiado da rua, que as pessoas, de longe, achavam tratar-se
não de figuras pintadas, mas de aves reais.
Foi com essa fama de ótimo desenhista, de
mestre do traço que o jovem veio morar em João Pessoa. Bem mais tarde é que Milton
Nóbrega cursaria Comunicação Social na UFPB. E sempre esteve ligado a nós, bem
como a vários outros amigos, nos mais diversificados empreendimentos
publicitários, propagandísticos, literários, culturais etc — embora, óbvio,
invariavelmente tenha tido voo próprio, inclusive na Oficina de Propaganda, de
que era diretor de Arte e um dos sócios-proprietários, ao lado de Alberto Arcela.
Embora muito orgulhoso de seu valor pessoal e cioso da importância de seu trabalho, Mílton era, simultaneamente, bastante modesto, simples, humilde até. Uma das coisas que atraíam, em sua personalidade, era seu bom humor, tendo especial predileção por anedotas inteligentes, de alto nível, isto é, "piadas que fazem pensar".
Atuou o Mílton Nóbrega, também:
- na EMATER-PB (entre 1965 e 1970), como desenhista e programador gráfico;
- na Iterplan Editorial Propaganda (como diretor de Arte, de 1970 a 1974, e onde tivemos até a oportunidade de realizar um rapidamente esgotado Guia dos monumentos históricos paraibanos e um Guia de João Pessoa);
- na Indústria Gráfica do Recife, de 1974 a 1975, como programador gráfico/visual;
- em A União Companhia Editora, de 1975 a 1983, como chefe de Artes Gráficas, e, de 1983 a 1985, como Diretor Técnico;
- na Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado, de 1985 a 1989, como publicitário;
- na TV Cabo Branco (afiliada da Rede Globo), entre 1987 e 2001, como designer gráfico (como se viu, seu título preferido).
Mílton Nóbrega foi ainda programador gráfico
da Editora Acauã e programador gráfico-editorial e diretor de Arte da Editora Grafset.
Prestou relevantes serviços às editoras de A
União, da Gráfica JB, Acauã e Massao Ohno, da Gazeta Mercantil, das Edições
Siciliano, da Dinâmica Editora, da Tessitura Editora, da editora Brasília
Jurídica, da Forma Editorial, das Edições Varadouro, da Juruá Editora, da
Editora Universitária da UFPB [para as quais igualmente criou capas
memoráveis], das Edições Unipê [para a qual ele e eu contribuímos, por dois
anos consecutivos, com Calendários anuais particularmente caprichados, sem
falsa modéstia]; etc etc etc.
UMA ENFIADA DE PRÊMIOS
Em vista dessa incessante atividade
artístico-cultural, seria previsível que Milton Nóbrega recebesse prêmios e
distinções. Dentre as que guardei em meus alfarrábios, citam-se:
•
Troféu do Centenário do jornal A União [João Pessoa, PB, 1993;
•
Prêmio “Noite da Cultura” [Menção Honrosa do Conselho Estadual de Cultura da
Paraíba, 1994];
•
Troféu “Baile dos Artistas”, na categoria de Melhor Programador Visual [João
Pessoa (PB), 1995];
•
Vencedor do Concurso Estadual para criação da logomarca da Fundação “Casa de José
Américo” [João Pessoa, PB, 1997];
•
Vencedor de Melhor Cartaz do Premium Press, nos 15 anos da Gráfica JB [João
Pessoa, PB, 1998];
•
Jurado convidado do Prêmio Abril de Publicidade Impressa [Salvador, BA, 1998];
•
Troféu “Heitor Falcão”, do Sistema Correio de Comunicação (Correio da Paraíba),
como Destaque do Ano nas Artes Visuais [João Pessoa (PB), 1999];
•
Troféu Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, na categoria
Publicidade e Propaganda [2000];
•
Prêmio Publicitário Latino-Americano do XIV Festival Mundial de Publicidade de
Gramado, RS [junho de 2003].
NA ÁREA DA JUSTIÇA
Seja como Assessor Técnico do TJPB, seja
noutros cargos que lá exerceu, Mílton sempre deu conta do recado, com ganhos
para o Judiciário. É quase impossível enumerar (e não ser que se pesquise por
muito tempo e se escreva a mancheias!) tudo o que Mílton Nóbrega, ao longo de
anos, produziu para o TJPB, em termos de capas de livros, projetos de revistas,
stands e outras publicações, banners, calendários anuais, folders, convites, papéis personalizados, cartões, informativos, carteiras, plaquettes...
Dizendo assim de oitiva, responsabilizou-se
por vários projetos de reforma do Diário
da Justiça (em papel e eletrônico); redesenhou por mais de uma vez o Portal
Institucional On Line do Poder
Judiciário (também conhecido como "o site do TJPB); estruturou
convites para as mais diversas solenidades, inclusive posses presidenciais. Também
integrou a equipe responsável pela criação do Brasão do Judiciário paraibano,
da Bandeira do Tribunal, do Brasão do TRE-PB.
Bem, depois destes meus dados secos,
frios, desprovidos de poesia, Vocês não perdem por esperar o intenso lirismo da
crônica que Gonzaga Rodrigues decerto escreverá sobre Mílton Nóbrega, seu
grande amigo por uma inteira vida.
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