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Nesta reportagem-perfil, o leitor fica sabendo, em detalhes, quem é o Dr. José Mário da Silva Branco — e o essencial de seu pensamento em torno da Literatura, da imortalidade acadêmica e da vida em geral. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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PROFESSOR RECÉM-ELEITO PARA A ACADEMIA DESTACA “GRATIDÃO,
ALEGRIA, HUMILDADE E SERVIÇO” NO ITINERÁRIO DA IMORTALIDADE ACADÊMICA
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Professor de Literatura, escritor, crítico literário e imortal já eleito para a Academia Paraibana de Letras, o Dr. José Mário da Silva Branco faz seu pronunciamento durante a homenagem que recebeu do Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional da Paraíba, com sede em Campina Grande). A essa homenagem exclusiva do PEN, realizada no auditório principal da sede da FIEP, em Campina Grande, associaram-se, na hora, outras entidades culturais paraibanas, como se explica no texto principal desta reportagem-perfil. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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por Evandro da Nóbrega,
escritor, jornalista, editor
[druzzevandro@gmail.com]
com fotos de Célia de Farias
e Carlos Alberto Xapeu (o conhecido
fotógrafo "Chapéu", de Campina Grande)
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Em
discurso que transcrevemos adiante, o professor, escritor e crítico literário
Dr. José Mário da Silva Branco — docente de Teoria da Literatura na
Universidade Federal de Campina Grande, crítico literário de escol e
recentemente eleito como o mais novo imortal
da Academia Paraibana de Letras — ressalta sua “gratidão, alegria, humildade e
serviço no itinerário da imortalidade acadêmica”.
Atuando
como escritor, jornalista e editor, temos procurado, ao longo das décadas,
desde os anos de 1960, divulgar o pensamento de grandes personalidades
residentes na (ou em visita à) Paraíba. Foi o que aconteceu — entre centenas de
outros casos — com
*o
criador do nouveau-roman francês
Alain Robbe-Grillet (que aqui veio para conferências na Cultura Francesa e na
UFPB, mas foi impedido de falar pelo arbítrio ditatorial de então;
*com
o célebre linguista romeno Eugenio Coseriu, de fama internacional;
*com
o físico russo Vitály Nikoláyevitch Myélnikov (um dos cinco maiores do mundo);
*com
o poeta, compositor e diplomata Vinícius de Morais;
*com
o maior físico brasileiro, Mário Novello, de renome internacional;
*com
o polêmico Paulo Francis (este por nós ouvido em Nova York);
*com
o físico e cosmólogo paraibano Carlos Augusto Romero Filho, de renome
internacional;
*com
o saudoso Dr. Mílton Ferreira de Paiva, nosso professor de Linguística na UFPB
e grande amigo por décadas;
*com
a professora Socorro Aragão, também nossa professora de Linguística na
Universidade e, igualmente, amiga há muitos anos;
*com
a grande Brazilianist Linda Lewin,
autora da obra seminal Política e
parentela na Paraíba;
*com
o célebre economista polonês naturalizado francês Ignacy Sachs, o
ecossocioeconomista precursor do conceito de desenvolvimento sustentável; e
*com
grande número de outros luminares, cuja mera citação nominal já encheria
páginas.
REGISTRANDO O PENSAMENTO
Fizemos,
fazemos e faremos isto porque sempre acreditamos que essas pessoas,
destacando-se das demais por seus dotes intelectuais e humanos, muito nos têm a
ensinar, sendo altamente recomendável recolher-lhes os depoimentos e
publicá-los para a elevação dos espíritos e proveito da Sociedade.
É
o que ocorre, agora, com o discurso pronunciado por um acadêmico recentemente
eleito para a APL e que nela tomará assento proximamente: o citado Dr. José
Mário da Silva Branco.
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O professor Damião Ramos Cavalcanti, presidente da Academia Paraibana de Letras (e também presidente da Fundação Casa de José Américo) foi o primeiro orador a saudar o Dr. José Mário da Silva Branco, quando a palavra foi facultada, durante a concorrida homenagem promovida pela Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional da Paraíba, com sede em Campina Grande). [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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HOMENAGEM AO DR. MÁRIO
Com exclusividade, viu-se
o Dr. José Mário homenageado, a 27 de abril de 2015, no auditório da FIEP
(Federação das Indústrias do Estado da Paraíba), em Campina Grande, pelo Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional da Paraíba). Esta entidade é presidida pela Dra. Elizabeth Marinheiro.
Durante a referida homenagem, quando a palavra foi facultada, algumas pessoas deram ligeiros e justos depoimentos sobre o Dr. José Mário, considerado, pela generalidade das pessoas ouvidas, como uma espécie de amigo-irmão da Dra. Elizabeth, tal a afeição e a colaboração que os ligam, há anos.
Durante a referida homenagem, quando a palavra foi facultada, algumas pessoas deram ligeiros e justos depoimentos sobre o Dr. José Mário, considerado, pela generalidade das pessoas ouvidas, como uma espécie de amigo-irmão da Dra. Elizabeth, tal a afeição e a colaboração que os ligam, há anos.
Na
oportunidade, o conhecido crítico literário e professor campinense ouviu
discursos, sobre sua carreira (e sobre sua eleição para a APL), pronunciados
por autoridades como:
*o
presidente da Casa de Coriolano de Medeiros, Dr. Damião Ramos Cavalcanti, que
fez a saudação oficial ao acadêmico recém-eleito para a APL;
*a
Professora Doutora Elizabeth Marinheiro;
*a
escritora e critica literária Ângela Bezerra de Castro, prestando seu
depoimento sobre a competência intelectual e crítico-literária do homenageado;
* O
Professor Doutor José Hélder Pinheiro Alves, representando a Unidade Acadêmica
de Letras da Universidade Federal de Campina Grande (vale dizer, representando os
colegas professores do Professor Doutor José Mário);
*o
médico-oftalmologista e acadêmico Astênio César Fernandes, que também expressou
a alegria da APL em receber o novel imortal;
*o
Pastor da Igreja Presbiteriana de Campina Grande Calvino Teixeira da Rocha (o
próprio Dr. José Mário da Silva Branco é Presbítero do templo central da mesma Igreja campinense); e
*o
Assessor de Gabinete da FIEP, Sr. Evanílson Dias.
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O Dr. José Mário da Silva Branco, quando fazia seu discurso de agradecimento, vendo-se ainda uma das integrantes da mesa dos trabalhos, a Professora Doutora Ângela Bezerra de Castro. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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MESA DOS TRABALHOS
A
mesa dos trabalhos no auditório principal da FIEP foi esmeradamente presidida pela Dra. Divanira Arcoverde, secretária do Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (Primeira Seccional PEN da Paraíba, com sede em Campina Grade). Além disto, a Dra. Divanira é coordenadora do Curso de
Letras-EAD da UEPB e ligada à FACMA (Fundação Artístico-Cultural "Manuel
Bandeira").
Da
mesa, participaram, ainda:
*a
Dra. Eneida Agra Maracajá, conhecida ativista cultural campinense;
*a
escritora, crítica literária e acadêmica da APL Ângela Bezerra de Castro;
*o
professor José Mário da Silva Branco, homenageado da tarde/noite;
*o
presidente da Academia Paraibana de Letras, professor Damião Ramos Cavalcanti
(também presidente da Fundação Casa de José Américo);
*o
poeta Políbio Alves;
* e a escritora e poetisa Maria da Conceição Araújo, que,
por motivo do lançamento de seu livro de poemas Luas de abril [RG Editora, Campina Grande, 2014], recebeu um
diploma especial concedido na oportunidade pelo Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional da Paraíba, com sede em Campina Grande), merecendo ainda,
na Imprensa campinense, um artigo de crítica literária escrito pela Dra.
Elizabeth Marinheiro.
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A Dra. Divanira Arcoverde, secretária do Clube Pensamento/Estudo/Nacionalidade (I Seccional da Paraíba, com sede em Campina Grande), foi quem presidiu a mesa dos trabalhos, a pedido da Profa. Dra. Elizabeth Marinheiro, que dirige esta entidade. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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A Dra. Eneida Agra Maracajá foi outra das personalidades a comporem a mesa dos trabalhos e a se associarem à homenagem ao novel acadêmico campinense na APL. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O poeta Políbio Alves, também presente à mesa dos trabalhos. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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A poetisa Maria da Conceição Araújo, aqui em companhia das Dras. Rosângela Vieira Soares, Elizabeth Marinheiro e Fidélia Cassandra. A Dra. Conceição, que também participou da mesa dos trabalhos, lançava mais um livro de poemas naquela data. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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OUTROS PRESENTES
A
comitiva que seguiu de João Pessoa era formada, entre outros, pelo presidente
da APL, professor Damião Ramos Cavalcanti, e pelos acadêmicos Astênio César
Fernandes, Itapuan Botto Targino e José Octávio de Arruda Mello.
Estavam
ainda presentes, entre muitas outras autoridades, personalidades e pessoas
ligadas à Cultura em João Pessoa, Campina Grande, Areia e outros grandes
centros:
*a
escritora, cronista e acadêmica da APL Maria das Graças Santiago e seu esposo,
o Dr. José Mílton Bandeira;
*o artista plástico e professor Chico Pereira (Pró-Reitor de Assuntos Culturais da UEPB);
*o médico e intelectual Antônio Virgílio Brasileiro Silva (um dos entrevistados para a valiosa Coleção "Memória da Medicina da Paraíba");
*o
professor e escritor Benedito Luciano;
*o
presidente do Paraíba Convention and Visitors Bureau, Dr. Antônio de Oliveira
Jatobá;
*as professoras Albanita Guerra Araújo, Sinara de Oliveira Branco, Maria Conceição Araújo (atuante no Campus de Areia), Rilva Suely Lucas e Dilma Dantas;
*a
já citada escritora e poetisa Fidélia Cassandra;
*a Dra. Maria da Conceição Araújo;
*Edivaldo Dantas da Nóbrega (empresário e consultor econômico);
*o professor universitário, crítico literário e acadêmico eleito para a APL, Dr. José Mário da Silva Branco, homenageado da tarde/noite, e sua esposa, Dra. Sinaida Branco, além de outros familiares; e
*o
escritor, jornalista e editor Evandro da Nóbrega (do IHGP – Instituto Histórico
e Geográfico Paraibano.
O conhecido médico e acadêmico Dr. Evaldo Dantas da Nóbrega — da Academia de Letras de Campina Grande e da Academia de Medicina da Paraíba, além de amigo do homenageado — não pôde comparecer, justificando sua ausência, por se encontrar no momento realizando intervenção cirúrgica num paciente, em hospital da cidade.
Outro imortal que, embora o desejasse, não pôde comparecer foi o médico historiador, escritor e Professor Emérito da UFPB Guilherme Gomes da Silveira d'Avila Lins, que teve que atender a compromissos anteriormente assumidos. No entanto, este amigo do Dr. José Mário — que já o cumprimentara pessoalmente no dia da eleição — voltou a felicitá-lo, agora pelo telefone e dessa vez em virtude da homenagem prestada na FIEP.
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Outra personalidade que fez questão de comparecer à homenagem foi o mui conceituado médico campinense e intelectual Antônio Virgílio Brasileiro, uma das referências regionais em termos de Medicina, no Estado da Paraíba. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
Outra personalidade que fez questão de comparecer à homenagem foi o mui conceituado médico campinense e intelectual Antônio Virgílio Brasileiro, uma das referências regionais em termos de Medicina, no Estado da Paraíba. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O Dr. Astênio César Fernandes, também acadêmico da APL, fez questão de se pronunciar, durante a solenidade. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
O Dr. Astênio César Fernandes, também acadêmico da APL, fez questão de se pronunciar, durante a solenidade. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Ainda outra personalidade que compareceu, embora não tenha feito discurso durante a homenagem, foi o igualmente escritor e acadêmico da APL Itapuan Botto Targino. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
IMPORTÂNCIA DO DISCURSO
O professor
José Mário da Silva Branco foi saudado oficialmente pelo presidente da Academia
Paraibana de Letras, professor Damião Ramos Cavalcanti, também presidente da
Fundação Casa de José Américo.
Em
resposta, o Dr. José Mário pronunciou o discurso que vai publicado na íntegra,
ao final desta reportagem. Por que é importante tal fala? Por se tratar do primeiro
pronunciamento extenso (além de revelador) do intelectual recentemente eleito
para substituir Ariano Suassuna na Academia Paraibana de Letras.
Quando tomar assento na APL, o que ocorrerá dentro de uns dois meses, o Dr. José Mário terá, protocolarmente, que dedicar partes de seu discurso de posse às figuras de Ariano Suassuna (o último a ocupar a Cadeira) e Raul Machado (o Patrono), além de seus ocupantes históricos, dentre os quais o empresário, político, ensaísta e intelectual Odilon Ribeiro Coutinho.
ÂNGELA E JOSÉ MÁRIO
Depois
do discurso de agradecimento do professor José Mário, este se viu novamente
saudado, ainda, pela professora, escritora, imortal
da APL e crítica literária Ângela Bezerra de Castro, a qual se estendeu sobre a
contribuição que o docente e crítico literário vem dando às Letras brasileiras
— papel que avultará, doravante, com sua posse efetiva na Academia Paraibana de
Letras, que deverá ocorrer até agosto próximo.
A
Dra. Ângela também se referiu, em termos elogiosos, à Dra. Elizabeth
Marinheiro, que, segundo revelou, foi a primeira pessoa a indicar o nome do Dr.
José Mário para a APL. Praticamente todos os oradores, aliás, referiram-se ao
papel da Dra. Elizabeth Marinheiro como formadora de gerações de estudiosos de
nossa Literatura e de todas as disciplinas que giram em torno dos temas
literários.
Seguiram-se
alguns outros oradores, dentre os quais colegas pastores e colegas professores
do homenageado, além de um jovem representando os alunos e alunas do Dr. José
Mário.
CONTRIBUIÇÃO DE MÁRIO
Para
a generalidade dos presentes (e dos que depois se manifestaram), a escolha do
Dr. José Mário da Silva Branco — mais novo imortal
da ABL, eleito no dia 10 de abril próximo passado para tomar assento na Cadeira
35, ocupada até recentemente pelo notável escritor paraibano Ariano Suassuna (1927-2014)
e que tem como Patrono o grande poeta e jurista taperoaense Raul Campelo
Machado (1891-1954) — foi "realmente justa e merecida, digna de todos os
encômios", estando de parabéns não apenas ele, mas também a cidade de
Campina Grande e a Paraíba em geral.
Estão
todos convictos de que o professor José Mário vai dar excepcional contribuição
à Academia Paraibana de Letras.
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Fidélia Cassandra, com sua poderosa (e mui melodiosa) voz, apresentou números de seu repertório, acompanhada ao violão. [Clique na foto para ampliá-la]
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A escritora, poetisa e cantora Fidélia Cassandra [à direita], com a professora Albanita Guerra Araújo. [Clique na foto para ampliá-la]
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PROGRAMA MUSICAL
Antes
de se iniciar a homenagem propriamente dita, houve uma apresentação musical a
cargo da escritora e poetisa Fidélia Cassandra, dona de poderosa (e maviosa)
voz, que, acompanhada ao violão, cantou alguns números de seu seleto
repertório, bem no início da solenidade. Foi considerada tão celestial essa voz
que, depois, durante o coquetel, perguntava-se à Dra. Fidélia: "Doeu
muito?" E ela, sem entender a indagação, indagava por sua vez: "Doeu
o quê?!" E vinha o arremate humorístico, mas verdadeiro em sua intenção
elogiosa: "Quando V. caiu dos Céus na Terra!"...
Essa
apresentação da Dra. Fidélia Cassandra, durante a homenagem ao Dr. José Mário
da Silva Branco, serviu até para o surgimento de versos como estes, de sua
amiga Socorro Batista Gomes, na rede social Facebook, criada por Mark
Zuckerberg com seus companheiros de quarto na Harvard University:
"A
grande Fidélia Cassandra
Que,
com sua voz, encanta
Com
repertório de qualidade
Encantou
todos na Fiep
E.
agora, mais me encanta
Pois
aceita, e não me espanta,
Minha
virtual amizade...”
E
prossegue Socorro, enviando-lhe um novo abraço e versejando noutra métrica:
"Foi
com imenso prazer que aplaudi Você,
em
grande apresentação.
Canta
qual um passarinho.
Sua
voz, pura emoção!
E
conclui a amiga Socorro Batista Gomes, agora em prosa, pelo mesmo pelo
Facebook, nos seguintes termos: "Quando houver qualquer outra apresentação
sua, quero participar, Fidélia!"
FIDÉLIA CASSANDRA E MELIKRATON
Entre
outros livros, a escritora Fidélia Cassandra é autora do volume de poemas Melikraton, lançado, com apresentação do
poeta Sérgio de Castro Pinto, durante a XV edição do Pôr do Sol Literário, em
26 de março de 2015, na Academia Paraibana de Letras, em João Pessoa, como
parte das comemorações do mês das mulheres e com o apoio cultural da Livraria
do Luiz.
Em
tempo: “Melikraton” era um dos termos com que os gregos (mas não os romanos) da
era clássica se referiam ao hidromel. A outra palavra era o substantivo
masculino hudrómeli (genitivo hudrómelitos), que resultou no latim hydromeli (genitivo hydromélitis) e, depois, no português hidromel, uma espécie de xarope ou mistura de água e mel, fazendo o
plural hidromeles ou hidroméis.
A
definição mais simples de hidromel é a que aparece na Wikipédia portuguesa:
"bebida alcoólica fermentada à base de mel e água", sendo que, para
produzi-la, é preciso manter a proporção de uma parte de mel e duas de água.
"Consumida desde a antiguidade, sua fabricação é anterior à do vinho e,
seguramente, à da cerveja".
Entre
os gregos e romanos dos tempos clássicos, o hidromel — que, também na Mitologia
nórdica, inclusive entre celtas, saxões
e vikings, aparece como a bebida preferida dos deuses — constituía a poção a
ser tomada pelos recém-casados, no primeiro ciclo lunar depois das bodas, para
que isto propiciasse o nascimento de um filho varão. Vem daí a tradição da Lua
de Mel.
Mas...
basta de digressões. Vamos ao texto integral do aguardado discurso pronunciado
na solenidade da FIEP, em Campina Grande, pelo Dr. José Mário da Silva Branco.
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O professor, escritor, crítico literário e acadêmico eleito José Mário da Silva Branco, quando lia seu discurso no auditório da FIEP, em Campina Grande. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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A ÍNTEGRA DO DISCURSO
GRATIDÃO, ALEGRIA,
HUMILDADE E SERVIÇO
NO ITINERÁRIO DA
IMORTALIDADE ACADÊMICA
Por
entender que Deus é o ponto de partida e de chegada de todas as cogitações
humanas, é que a Ele tributo a incompartilhável glória deste momento tão
especial da minha vida. Por entender que a Escritura Sagrada, revelada na
história sob a infalível supervisão do Santo Espírito, é a nossa indesviável
regra única de fé e de prática, é que a ela recorro para, acostando-me à
inspirada palavra de Tiago, afirmar que “Toda
boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1.17)
Movem-me,
neste instante singular, quatro sentimentos que se consorciam no exato
equilíbrio de suas dialéticas interações. O primeiro deles é o da gratidão, primeiramente a Deus; e,
depois, a todos os que, diretamente ou indiretamente, ofereceram o seu
inestimável contributo para que eu chegasse até aqui. Gratidão aos meus
familiares, que me deram a régua da educação qualificada, sem a qual malogram
até mesmo as mais promissoras vocações; e, de igual modo, o compasso da
instrução moral e da retidão ética, balizas a me lembrarem, sempre, de que
antes do intelectual faz-se necessário o cidadão de bem voltado para o bem do outro
e para a elevação da pólis.
Aqui, invoco a legendária figura do meu inesquecível pai, João Francisco da Silva, e das minhas três mães. Taíta, a biológica, Sevi e Maria, tias e mães, em cujos ventres não fui gerado, mas de cujos corações nunca me faltou a ração diária de afeto e as multiplicadas porções de amor, as quais me nutriram na dura caminhada da vida. Sevi está aqui. Maria está com Cristo, o que, na palavra consoladora do notável apóstolo Paulo, “é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1.23b).
Aos meus irmãos, alguns dos quais já dormem profundamente, minha gratidão. A Sinaida, minha companheira do dia-a-dia e ajudadora fiel, minha gratidão. Aos meus amigos, irmãos em Cristo, alunos queridos, colegas da Unidade Acadêmica de Letras, que vieram celebrar comigo este consagrador momento, minha superlativa gratidão.
Ao empresário Antonio de Oliveira Jatobá, que me deu o primeiro emprego, com cujo primeiro salário adquiri os primeiros livros de Teoria da Literatura, a minha gratidão.
Aos notáveis membros da Academia Paraibana de Letras, Casa de Coriolano de Medeiros, representada, nesta solenidade, pelos imortais confrades e diletos amigos Damião Ramos Cavalcanti, Itapuan Botto Targino, Astênio Fernandes, Ângela Bezerra de Castro, Maria das Graças Santiago, Elizabeth Marinheiro e José Octavio de Arruda Melo, minha gratidão por tão honrosa presença.
Vós me acolhestes, ao lado de tantos outros que me sufragaram o nome no pleito recém-concluído, no espaço sagrado da imortalidade acadêmica, a que anela se perpetuar no imaginário dos homens, pelo fruto que emana das superiores criações da palavra, pois, com o filósofo norte-americano Emerson aprendemos, nas lições emergidas do seu excepcional livro intitulado Ensaios, que “o homem é apenas metade de si mesmo, a outra metade é a sua expressão”. A todos vocês, a minha mais efetiva gratidão.
A você, MestrAmiga Elizabeth Marinheiro, uma gratidão especial e o registro diferenciado da emoção que me guia nesta hora tão solene. Foi você que, no vetusto e poético casarão do Anita Cabral, no já longínquo ano de mil novecentos e oitenta e cinco, me iniciou nos mágicos e infinitos caminhos da literatura.
Nessa
viagem sem caminho de volta, muitos foram os nossos companheiros de travessia:
Eduardo Portella, Emil Staiger, Victor Manuel de Aguiar e Silva, Nelly Novaes
Coelho, Massaud Moisés, Roland Barthes, dentre tantos outros que nos ensinaram
que sem uma sólida formação teórica, a crítica literária vira a indefensável
filosofia do achismo (Afrânio Coutinho) e os estudos literários não transcendem
a condição menor do reino dos palpites emocionados, mas ingênuos (Eduardo
Portella).
A você, Elizabeth Marinheiro, Professora Emérita, minha crescente gratidão. A todos, enfim, que contribuíram com a minha formação profissional, gratidão hoje e sempre.
O segundo sentimento que me domina neste instante é o da alegria. A alegria é a celebração da alma, o banquete que nutre o espírito com os ingredientes de uma satisfação duradoura.
Desde setembro do ano passado, quando fui alvo de uma espontânea e firme convocação de membros da gloriosa Casa de Coriolano de Medeiros para disputar a cadeira de número 35, titularizada, por último, pelo paradigmático escritor Ariano Suassuna, que a alegria passou a transitar, de modo mais enfático, pelo meu coração.
Refiro-me à alegria sinalizadora de que o meu trabalho na seara da Teoria e da Crítica Literária estava produzindo apreciações e repercussões positivas. De novo, afloram-me à mente as proféticas palavras da Professora Elizabeth Marinheiro que, certa vez, mirando-me no sagrado recinto da sala de aula, sentenciou: “você vai ser o novo crítico de Campina Grande, tem pendores”.
Se
ainda não pude cumprir, cabalmente, o vaticínio da consagrada mestra, por me
faltar engenho e arte, não tem faltado, contudo, a paixão pela palavra; o amor
pela linguagem em sua feição estética; e o desejo, crescente, de fazer da
literatura, diria Machado de Assis, “uma
espécie de segunda alma”.
Fazer
parte, hoje, da Casa de Coriolano de Medeiros, senhores e senhoras acadêmicos
aqui presentes, demais pessoas, constitui-se numa indelével e inenarrável
alegria para mim. Alegria nascida no tempo, mas portadora do gostoso sabor das
realidades eternas.
O terceiro sentimento que me domina é o da humildade. Humildade, virtude teologal com que se abre o mais monumental sermão que já se pregou na terra, o Sermão da Montanha. Humildade, que não é o exercício da falsa modéstia, “peça que gostamos de pregar em nós mesmos”, no dizer lúcido de José Américo de Almeida. Humildade, que é a vivência plena de todas as potencialidades com que nos aquinhoa a Providência de Deus. Humildade, que é a conformação integral ao que preconizam as Escrituras sagradas: “o homem não pode ter coisa alguma, se do céu não lhe for concedido” (João 3.27).
Por
fim, enche-me o coração o indesviável anelo de servir à Academia Paraibana de
Letras, conferindo dignidade ao meu ser/fazer em seu meio de convivência
fraterna e recíprocas aprendizagens.
Servir
à Academia como ponto de convergência e agente de agregação entre os confrades
e confreiras, que cultivam as potências da inteligência criativa, mas não se
esquecem de, sobretudo, refinar a sensibilidade na construção de relações
intersubjetivas que, mesmo quando ancoradas no porto do dissenso saudável e da
divergência salutar, não eclipsam a convivência fraterna, pois com Eduardo
Portella entendemos que “somos um ser
para o outro e fora do diálogo o que existe é o precipício”.
Servir
à Academia Paraibana de Letras empunhando bem alto a libertária bandeira da
literatura. Literatura que, no dizer de Wendel Santos, é, dentre todas as artes
existentes, a que mais profundamente revela o ser humano. Literatura que
contribui para confirmar a humanidade do homem, conforme preconiza o mestre
Antonio Candido no seu emblemático ensaio A
literatura e a formação do homem. Literatura, ânsia de imortalidade e sede
de infinito. Literatura, cognição superior do real. Literatura catarse. Evasão
da subjetividade. Sinfronismo.
Quero
servir à Academia Paraibana de Letras valorizando o autor local e preservando a
nossa cultura e os nossos mais lídimos valores. Quero servir à Academia
Paraibana de Letras, concedendo grandeza à cadeira de número 35, ocupada, por
último, pelo exponencial escritor Ariano Suassuna.
Ariano
Suassuna que, do veio fecundo e inesgotável da cultura popular, construiu um
soberbo sistema literário, em cujo interior a poesia, a ficção e o teatro
atingiram, como toda arte superior, a dimensão de universalidade.
É
hora de concluir. Receio que vos tenha cansado. E mais vos cansaria, se não
fosse para tão grande emoção, tão curta a vida. Se pequei por omissão,
perdoai-me. Conforme já sentenciou José Américo de Almeida, “a memória pode ter falhado, mas no coração
não ficou nada esquecido”.
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O acadêmico eleito José Mário da Silva Branco, noutra foto obtida durante a homenagem. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Acima, a escritora, cronista e acadêmica Maria das Graças Santiago, outra das presenças ilustres na homenagem ao Dr. José Mário. Abaixo, o marido da Dra. Maria das Graças, o Dr. José Milton Bandeira, que também se fez presente ao memorável evento. [Favor clicar nas fotos para ampliá-las]
[Ver legenda acima]
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O empresário e consultor empreendedorista Edivaldo Dantas da Nóbrega, outro dos que viajaram de João Pessoa a Campina Grande exclusivamente para assistirem à homenagem. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O professor José Mário é cumprimentado pela conhecida escritora, poetisa e cantora campinense Fidélia Cassandra. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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A escritora Maria de Lourdes Luna (Lourdinha Luna) também levou seus cumprimentos ao respeitado professor campinense. Por muitos anos, ela foi a "guardiã" e secretária do ministro José Américo de Almeida, uma das admirações do novel acadêmico eleito para a Academia Paraibana de Letras. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O professor, escritor, crítico literário e acadêmico eleito José Mário da Silva Branco, ladeado pelo escritor, jornalista e editor Evandro da Nóbrega e pelo Dr. Antônio de Oliveira Jatobá, presidente do Paraíba Convention & Visitors Bureau. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Também é citado no texto o médico, escritor, articulista e acadêmico Evaldo Dantas da Nóbrega, da Academia de Letras de Campina Grande e da Academia Paraibana de Medicina, além de profissional atuante em Campina Grande há décadas e um dos amigos do peito do Dr. José Mário da Silva Branco. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Visão geral da tribuna, de onde fala o Dr. José Mário, e de parte da mesa dos trabalhos, no auditório da FIEP. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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As Dras. Eneida Agra Maracajá, Ângela Bezerra de Castro e Divanira Arcoverde, à mesa dos trabalhos. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O Dr. José Mário da Silva Branco, à tribuna. Uma estação de TV confundiu as coisas, tendo noticiado que o professor de Literatura, nesse ato, tomara posse em sua Cadeira da APL. Mas não se tratou disto: não era uma posse, mas uma homenagem. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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De vermelho, a Dra. Sinaida Branco, esposa do Dr. José Mário, e familiares. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Uma visão completa da mesa dos trabalhos, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O professor José Mário da Silva Branco, que, desde menino, sempre se dedicou com muito afinco aos estudos, é visto aqui num de seus ambientes de trabalho. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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Para além de um professor de Literatura e/ou de Teoria da Literatura, o professor josé Mário é um pensador da Cultura, a exemplo de um de seus mestres, Eduardo Portela, ao lado da agora "Magistra Emerita" Elizabeth Marinheiro. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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O Dr. José Mário da Silva Branco cita, entre outros, em seu discurso, o filósofo norte-americano Emerson, para quem, em seus Ensaios, “o homem é apenas metade de si mesmo, a outra metade é a sua expressão”. [Favor clicar na foto para ampliá-la]
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